06

969 127 74
                                    

Um abraço sem maldade, sem segundas intenções que transmitia a mais doce gratidão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Um abraço sem maldade, sem segundas intenções que transmitia a mais doce gratidão.

Korn era um bastardo que conseguia me irritar a cada minuto, mas também era alguém que eu realmente apreciava e não só pelos sentimentos que nutria por ele, mas especialmente pelo que ele era, um bastardo com um coração enorme.

— Hum! — o som de um pigarrear foi ouvido e nos separamos de imediato, o homem parado atrás do balcão olhava confuso na nossa direção, mas não falou nada, apenas se aproximou lentamente olhando de Korn para mim e de novo para Korn — Hey man — disse cumprimentando Korn e logo depois se dirigindo a mim.

— Pat, tudo bem? — perguntei, enquanto começava a organizar alguns copos sobre o balcão.

— Aaaa, eu estou bem, mas alguém aqui parece estar melhor — falou sussurrando em minha direção e maldito Pat, não consigo entender como Pran tem tanta paciência com ele.

— O que você quer aqui tão cedo? — Korn perguntou saindo de trás do balcão e caminhando até o amigo.

— Te mandei mensagem ontem à noite, mas você não me respondeu — explicou e se aproximando do ouvido de Korn sussurrou alguma coisa que não consegui ouvir.

— Puta merda Pat! — Korn exclamou pelo que ouviu — O que você queria? — perguntou em voz grave como se estivesse com raiva, mas ele não estava realmente irritado, se estivesse Pat no mínimo levaria um bom esporro.

— Não precisa se irritar — Pat ergueu as mãos em sinal de rendição e tomou uma postura mais séria — Queria falar com vocês dois.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, erguendo uma sobrancelha, encarando Pat em curiosidade.

— Ohhh! — começou coçando a nuca — Pran vai partir em dois dias de volta para Singapura e queria ver com vocês se posso fazer uma festa de despedida aqui no bar? — perguntou, mas sua voz era um misto de alegria e tristeza.

— Ohhhh! É isso? Claro que pode — concordei após ver Korn concordar com a cabeça — No que podemos te ajudar?

— Só de arrumar o bar, é uma grande ajuda — respondeu com um largo sorriso — Ei Korn, podemos conversar? — perguntou encarando Korn que apenas assentiu sendo arrastado para longe por Pat enganchado em seu pescoço.

Fui até o quartinho que ficava nos fundos — onde Korn tinha passado a noite — para dar mais privacidade aos dois amigos.

Pat era alguém que nunca imaginei me tornar tão próximo, mas saber que ele amava meu amigo ao ponto de fazer qualquer sacrifício para vê-lo feliz, me fez admirá-lo cada dia mais.

Me deitei na cama fitando o teto branco e as lembranças da nossa inauguração invadiram minha mente.

O avô de Korn era um senhor bem bacana, que sempre torceu pelo sucesso do neto e não pensou duas vezes, quando Korn pediu ajuda para abrir o bar.

Ele não pôde ir à inauguração a noite, mas horas antes, quando estava só eu e Korn arrumando os últimos detalhes, ele adentrou o ambiente com um sorriso estampado no rosto, indo até o neto e lhe dando um longo abraço.

O homem falou palavras de conselhos para nós dois e no final entregou o presente de boa sorte para o neto e saiu sorridente pelo mesmo caminho que entrou, no entanto, dias depois ele acabou falecendo por complicações cardíacas.

Suspirei profundamente com a triste lembrança, voltando à realidade com o barulho da porta sendo aberta me fazendo sentar em um sobressalto para encarar um Korn um tanto sem jeito.

— Pat já foi? — perguntei vendo que Korn estava paralisado — Aconteceu alguma coisa?

— Hã? — perguntou desnorteado.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei me levantando da cama e indo em sua direção, que logo se recostou na porta me encarando no que parecia ser, dúvida?

— É... hum... não? — que diabos estava acontecendo com ele? Dei mais um passo em sua direção e vi seu corpo tensionar.

— Kooorn? — chamei seu nome e me inclinei em sua direção — O que o Pat te falou?

Korn me encarava com um misto de surpresa e medo nas suas feições, não sabia o que Pat tinha falado para ele, mas sabia que era relacionado a mim e isso estava me preocupando.

— Eu vou para casa — falou a primeira frase completa depois de um tempo em silêncio, me fazendo rir ladino um tanto quanto decepcionado.

— Ok — falei saindo da sua frente, dando passagem para ele passar.

Observei Korn pegar sua mochila sobre a cama, fazendo o caminho de volta, olhando na direção do chão. Claramente ele queria evitar me olhar.

— Até logo — pronunciou de maneira baixa ainda sem me encarar.

Balancei a cabeça em negativa e antes que pudesse pensar com clareza o segurei pelo braço e puxei em minha direção, deixando seu corpo a alguns centímetros do meu. Seus olhos se arregalaram com o medo que ele provavelmente teve e engoliu em seco quando seus olhos cruzaram com os meus.

Korn tinha uma beleza única e sua maneira de ser amigável com todos o tornava alguém ainda mais especial.

Observando seu rosto ainda espantado, percebi que seus olhos abrigavam pequenas bolsas escurecidas e seu cabelo estava mais bagunçado que o normal. De forma automática, levei minha mão livre até o cabelo que caía sobre seu olho e cuidadosamente coloquei atrás de sua orelha e desejei mentalmente que ele nunca os cortasse.

A mesma mão que colocou a mecha de cabelo para trás repousou sobre sua cabeça fazendo um carinho de maneira involuntária e sem perceber o encarei, me perdendo em seu olhar. 

Uma Da Manhã↬KornWai ◈Bad Buddy The Series◈Onde histórias criam vida. Descubra agora