Dois jovens que venceram a barreira da inimizade e acabaram por abrir um bar juntos, encaram de frente a montanha russa de sentimentos que surge com a aproximação.
Korn que secretamente nutria sentimentos por Wai desde a faculdade, acaba por ficar n...
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A pergunta feita carregava um peso de culpa, dor e talvez medo, contudo não pude deixar de sorrir quando notei o real motivo da sua preocupação.
Diferente de Earn que atacava Wai quando podia, esse não revidava em ofensa e sempre seguia o mantra que só se pode dar aquilo que se tem e o que Wai tinha era um enorme coração.
Ele ainda me mantinha apoiado contra a parede do box e me encarava com olhos que pareciam perder o brilho conforme sua mente o castigava.
Automaticamente segurei seu rosto com as duas mãos, forçando ele a não desviar seu olhar e lhe dei um selinho demorado — do qual não recebi protesto — e logo em seguida fazendo uma trilha até seu pescoço, chegando próximo ao seu ouvido para sussurrar a resposta a sua pergunta.
— Como você quiser — vi os pelos de seu pescoço se eriçar, talvez por conta do tom que usei ou mesmo pela proximidade da minha boca ao seu ouvido, não importava, o que importava era que de alguma forma eu causava algum efeito nele.
— Korn? — ele chamou meu nome de uma maneira um tanto triste, me fazendo voltar para encarar seu olhar confuso — Você... — ele começou a falar me colocando no chão e quase protestei pela atitude, mas me contive ao notar a preocupação estampada em seu rosto.
— Não precisa se culpar — falei depositando uma das minhas mãos no seu rosto. Sua pele era tão macia que poderia ficar por horas acariciando aquele local.
— Isso foi errado — ele levou uma mão até os olhos, massageando em desespero a glabela.
— Wai — tentei chamar sua atenção, mas ele parecia inserido nos seus próprios pensamentos de tal forma que não conseguia notar nada ao seu redor — Eu não tenho mais nada com ela! — falei num tom um pouco mais alto, trazendo sua atenção de volta para mim.
Ele parecia analisar as palavras ouvidas para ter certeza que entendeu certo e só depois de alguns minutos soltou o ar dos pulmões e relaxou os ombros e num gesto automático me envolveu nos seus braços. Mesmo que eu não pudesse ver, tinha certeza que ele estava sorrindo.
°°°
Sem clima estranho, como eu imaginei que seria se um dia chegássemos a nos beijar.
"Somos adultos" Wai mencionou quando verbalizei meus pensamentos. Ele tinha total razão, não havia porque ficar estranho se ambos queriam o mesmo.
Deitado na pequena cama, encarava o teto do quartinho com um sorriso, enquanto tocava nos lábios lembrando do que tinha acontecido minutos antes.
Embora tenha terminado com Earn a um espaço de poucas horas, não é como se eu fosse namorar Wai de repente, muito menos deveria viver em celibato por um período, pelo menos não era assim que eu pensava.
Desviei minha atenção quando vi Wai entrar no quarto secando os cabelos e parar para me observar o encarando.
Ele vestia uma blusa azul-marinho um pouco marcada no corpo e um short branco exibindo boa parte de suas pernas.
