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Bang!

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Bang!

Acordei com o barulho de algo caindo no chão e tamanha foi minha surpresa ao ouvir as reclamações partidas daquele que se levantava desajeitado, passando a mão pelas costas.

Meu primeiro instinto é rir da situação, no entanto, me contenho quando Korn me olha de maneira séria. Ele pode ser bem engraçado quando quer, mas vira um pinscher raivoso na mesma intensidade.

Ele passa a mão pelo rosto, testando o hálito e fazendo uma careta engraçada. Ri com sua atitude, contudo essa não era a primeira vez que ele fazia isso e pelo visto não vai ser a última.

Shia! — ouvi ele exclamar quando pegou o celular nas mãos e verificou, talvez sua caixa de mensagens ou o histórico de chamadas? Não sei — Wai seu desgraçado, você fez isso de novo?

Era engraçado ver o desespero em seu olhar. Por muitas vezes eu silenciava seu celular para ficarmos bebendo até tarde e como sempre ele parecia levar uma eternidade até seu cérebro acordar e se ligar na realidade.

Vejo ele seguir até o banheiro sem se importar com minha explicação — não que tivesse uma — e voltar minutos depois com o rosto ainda molhado.

Por algum motivo, a gota de água que fazia caminho de sua testa até seu queixo, prendeu minha atenção e senti minha respiração falhar por breves segundos.

É de se imaginar que eu estava tão bêbado que esqueceria o que disse durante a madrugada para homem parado na minha frente, no entanto, seria uma grande mentira afirmar isso, mas isso é algo do qual ele não precisa saber, afinal em breve ele estará seguindo sua nova vida.

— Por que você não me responde? — Senti sua mão tocar meu ombro e como instinto a segurei no ar dando um leve aperto.

— Hum? — Volto a realidade quando vejo uma expressão de dor se formar em seu rosto — Oh! Foi mal — digo soltando sua mão — O que você disse?

— Eu disse que tenho mais de vinte ligações no meu celular e nem as mensagens consegui contabilizar — pude perceber uma leve irritação em sua voz, mas não me importei.

— E por que você está bravo comigo? — vejo ele coçar a nuca e sei que está nervoso com uma possível briga, mas porque não consigo me sentir culpado?

— Você não aprende Wai, ou essa é sua nova maneira de me irritar? — ele balança a cabeça negativamente, mas não consegue controlar o riso — Isso não se faz, nem mesmo com um inimigo.

— Ou... nem com um ex inimigo? — questiono umedecendo os lábios e erguendo uma sobrancelha em sua direção, recebendo um punho cerrado no ar como resposta.

— Irritante, irritante e irritante! — ouvi ele pronunciar seguindo até a parte de trás do balcão, provavelmente para pegar suas coisas.

Me levanto e sinto uma fisgada nas costas — resultado da má posição durante a noite — e imagino que Korn deve está bem mais dolorido, já que caiu de maneira dura no chão.

— Qual é Korn!? Não é como se você ficasse realmente com raiva — era bom provocar ele, mas às vezes eu caia na minha própria armadilha e não sabia como reagir.

— Ela já diz que vivo trocando ela pelo trabalho, agora vou ter que ouvir que troco por vocêele balançava a cabeça negativamente com um olhar vago, enquanto sua mão direita se apoiava no quadril e o peso de seu corpo era apoiado sobre a perna esquerda.

Suas roupas estavam amassadas, devido às condições de dormida e seus olhos mostravam as grandes olheiras. Ele não estava tão bem visivelmente como na noite anterior, mas ainda era tão atraente quanto.

Talvez tenha sido nossa aproximação que me fez ver um Korn totalmente diferente do que imaginava quando estávamos na faculdade, mas se me perguntassem se queria voltar no tempo e fazer tudo diferente, a resposta seria: não.

Mesmo com todos os socos trocados e xingamentos que muitas vezes ficaram presos na minha mente, nada teria o mesmo peso agora, por aprender a apreciar seus defeitos da melhor maneira.

Suas piadas fora de hora, suas caras e bocas quando algo sai do esperado e seu olhar doce quando pede desculpas, são algumas das coisas que aprendi a gostar depois de um tempo.

— Se você quiser... posso explicar a ela — na verdade, eu não me importo com o que ela vai pensar, mas não posso ficar bem se ele estiver mal.

Vi ele passar a mão pelo rosto e respirar fundo, balançando a cabeça em negativa.

— O que você vai fazer? — pergunto em um tom arrastado, observando ele colocar as chaves do carro sobre o balcão e caminhar em direção a mesa ainda bagunçada da noite anterior.

— Vou ajudar a arrumar antes de ir — respondeu ainda de costas.

— Não precisa, você vai acabar aumentando a briga se continuar aqui por mais tempo — digo segurando seu braço, fazendo com que ele olhe na minha direção.

Arrependimento, é esse o nome, seus olhos escuros se encontraram com os meus e por um longo minuto perco o chão dos meus pés.

Não sei se ele faz isso consciente ou não, mas aquele olhar que ele faz quando quer algo — o maldito olhar angelical — me desestrutura e sempre tenho que fazer uma força sobre-humana para parecer não sentir nada.

— Confie em mim, vai dar tudo certo — disse de forma confiante.

De certa forma, queria ter um pouco da sua confiança, talvez assim eu pudesse falar o que realmente sinto.

De certa forma, queria ter um pouco da sua confiança, talvez assim eu pudesse falar o que realmente sinto

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Uma Da Manhã↬KornWai ◈Bad Buddy The Series◈Onde histórias criam vida. Descubra agora