28°十八

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— Ficou sabendo??

— De que?

— Hoje é o eclipse lunar. — Uma das Tenshi, diz super animada na mesa do almoço. — Todos os casais vão até o santuário para assistirem juntinhos. — sorriu. E a outra continuou.

— Estão dizendo que hoje é o dia mais romântico do ano.

— É verdade…. Bom, ainda bem que eu tenho uma pessoa comigo.

Akami que estava sentada bem na frente daquela mesa, não conseguiu focar em outra coisa a não ser aquela conversa. Maki, a única que se sentou do seu lado, observava de perto a mudança de expressão da sua amiga.

Bom… a mudança foi só uma arqueio nas sobrancelhas e um riso anasalado, mas foi algum tipo de mudança.

— Você vai levar a Nobara? — Falou assim que terminou de limpar sua boca com o guardanapo.

— Vou… eu.. Ela estava querendo muito ir, sabe? — a morena concordou — Não dá pra dizer não para aquela mulher.

Akami sorriu de lado.

— Bom. Se você vai levá-la tem que estar bem apresentável para ver seu amor hoje, não é?

A esverdeada franziu as sobrancelhas, e percebeu que as garotas atrás delas também escutaram.

— Está dispensada. — jogou a bolinha que fez com o papel do guardanapo na sua bandeja — TODAS VOCÊS. — chamou atenção das Tenshi — Estão dispensadas por hoje.

A maioria das mulheres ficaram super felizes e se controlaram ao máximo para não gritarem, já a outra parte, aquelas que conheciam muito bem a agente/supervisora 776, estranharam, e muito, aquela atitude.

— Não fica me olhando com essa cara de cu, não, Maki. Seu cabelo tá mesmo horrível e precisa de um trato. — pegou sua bandeja e se levantou.

— Cala boca, o cloro danificou. — disse pegando em suas pontas e tentando consertá-las. Akami sorriu antes de se dirigir até a porta de saída, mas viu que muitas das suas amigas ainda a olhavam.

“Primeiro manda parar de tomar os remédios, e agora isso?” — pensaram — “ O que tá acontecendo?”

Perguntas e perguntas, e…nenhuma resposta, como de costume.

A verdade era que nem a própria Akami sabia o que tinha acabado de fazer, mas só a ideia de ficar em um ambiente onde o amor estava sendo citado, lhe causava enjôos.

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Akami

Eram quase 7 da noite, e não havia mais nenhuma papelada para ser assinada, ou oficializada, ou analisada, ou…qualquer coisa! Qualquer coisa que me fizesse  ficar só por mais algumas horas.

A única coisa que quero no momento é me matar de trabalhar para quando eu chegar em casa desabar na minha cama e esquecer que tudo e todos existem. É só isso. Mas, não tem como.

Aceito que não há mais nada para fazer naquela empresa — a não ser que eu limpe cada prateleira de cada sala daquele andar; e cai entre nós, eu odeio limpar — e vou até o estacionamento pegar a minha moto. De início eu sorrio. Gosto de pilotar, talvez com isso eu esqueça desse dia de merda.

Aí cara, qual é? O dia mais romântico do ano? Vai de fuder. Eu não preciso disso. Não preciso de romance. Não preciso de ninguém!

— Que palhaçada do caralh…… O que é isso?

Pego o bilhete que estava grudado no tanque da minha moto e abro, mas só pela caligrafia eu me arrependo.

“Oi, meu docinho.
Não sei se você ficou sabendo,mas hoje terá um eclipse lunar, e como eu conheço você muito bem, sei no que você está pensando.”

𝐾𝑖𝑙𝑙 𝑚𝑒, 𝐿𝑜𝑣𝑒 𝑚𝑒 - 𝑆𝑢𝑘𝑢𝑛𝑎 𝑅𝑦𝑜𝑚𝑒𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora