(In)quebráveis

·Bônus {1}·

····························································
Depois de todo esse tempo?
····························································

A história envolvendo a primogênita Vance não era nada agradável. Lucent era a querida da família, a menina dos olhos do pai, até que seu pai descobriu que ela estava com Maeve Hemmick, não um estar que se enquadrasse no relacionamento normal de amizade.

Então ela tinha se tornado um esqueleto do armário da família, um exemplo do que não ser e expulsa ao negar ser "consertada".

Emmeline conhecia a tia, seu pai nunca cortara laços com a irmã, algo que não agradava nem um pouco seu avô, mas ele também não queria perder o contato com seu último filho. David nunca colocava os dois sob o mesmo teto ao mesmo tempo, claro, aquilo iria resultar em péssimas consequências.

A corvina escutava horrores vindo do avô e do quão pecaminoso era o que tinha "infectado" sua irmã e também escutava, realmente podia dizer que escutava, o amor na voz da tia sempre que falava sobre ou com Maeve e não podia entender como na cabeça do velho Vance aquilo poderia ser algo errado.

Foi seu pai que percebeu que algo estava acontecendo com ela, antes da própria. Ele tinha um instinto muito bom quando era para detectar o humor da filha e ela se pegou surpreendida quando perguntou abertamente para ela sobre o que estava errado, porém ela negou, não havia nada de errado.

E a corvina continuou negando para si mesma, ela gostava da amizade daquela lufana de lindo cachos escuros, somente isso. Os anos escutando os comentários de seu avô estavam fazendo efeito nela, mesmo que não reparasse e que achasse impossívelm já que seus pais e sua tia eram um contrapeso aquilo.

Seu impulso de chocar os lábios com os de Héstia foi um despertar, ela não podia simplesmente fugir daquilo, mas também não podia assumir, em sua mente só se repetiam aqueles costumeiros pensamentos desagradáveis e que não se dá para expulsar facilmente.

Era os anos 70, existiam tantas pessoas que pensavam como seu avô. E se seu pai fosse assim também? Ele sempre ignorava o pai e dizia para ela fazer o mesmo, contudo e se ainda assim todos aqueles ensinamentos tivessem entrado nele? Era um pensamento tão infundamentado e ridículo, porém que naquele tempo pareceu um monstro devorador e verídico.

Então a Vance não tinha fugido e não tinha assumido, ela tinha optado por segredo.

Era horrível, era injusto, era certo quando seus medos tomavam o controle porque ela jamais abriria mão da Jones sem sofrer e também não sabia se poderia aguentar contra todo o ódio que seria dirigido a ela.

Tinha se mostrado o seu maior erro quando Héstia tinha terminado, ela tinha razão ao pensar que sofreria, só que foi pior do que imaginava. A voz falha e ao mesmo tempo furiosa da Jones, mãos úmidas por secar furiosamente cada lágrima teimosa antes de escorrer, aquilo tinha quebrado Emmeline de um jeito impensável.

Ela sempre dissera que um dia a lufana se machucaria por causa de Régulus Black, ele era tão o oposto dela, era  negativo, dependendo do ponto de vista poderia ser visto como um tipo de piada cruel que no final ela que machucou Héstia quando tinha dito que só queria protegê-la.

O tempo sem a dona dos cachos escuros tinha parecido tão longo, Emmeline não podia viver com aquilo, não podia escolher a covardia, ela podia e precisava ser como Lucent e foi o que fez.

Houve olhares, afastamentos, mas também houve apoio de quem importava, o amor de Héstia bastando para qualquer ódio lançado ricochetear.

Seu avô não tinha mudado de uma hora para outra e a recebido bem, da primeira vez que a olhara depois de saber sentiu como se fosse afundar, aquele afeto tinha sumido. Seu pai estava lá, puxando ele e começando uma conversa acalorada com ele, a corvina não fazia noção do que era discutido já que David fizera questão de estarem afastados o suficiente para não escutar, mas sabia que seu pai estava ordenando seu avô a manter a boca calada e por um tempo até que ele guardou suas opiniões para si, conversando com sua neta o mínimo possível e ignorando o fato de que ela tinha uma namorada, porém ela sabia que aquilo não duraria para sempre e não estava errada.

Os comentários eram menos explícitos que antes, suas mensagens não, seu pai o tinha proibido de aparecer então, mas Stephen era um velho solitário, suas escassas visitas ao filho seu escape, assim sendo a corvina disse que ele podia voltar, não ligava para o que dizia e se manteria afastada o máximo que pudesse.

Seu genitor perguntou se tinha certeza, ela disse que aquilo era o certo, seu avô era horrível, mas merecia companhia e seu pai era o único que o aguentava.

As coisas então tinham se estabilizado em ela ainda escutando alguns comentários do seu avô, em seu pai a olhado culpado toda vez como se sentisse que estava compactuando com ele e ela sempre dizendo que estava tudo bem porque realmente estava e podia entender, apesar do que tinha acontecido com a irmã e com ela, seu pai ainda sentia que não podia deixar o velho Vance.

Estava tudo bem porque Emmeline agora podia ser ela mesma.

✒✒

>Esse bônus da Emmeline era algo em que eu pensava já há um tempinho, desde UVI e que eu decidi colocar aqui.

>Iria sair esse bônus mais um capítulo normal que estava praticamente pronto, mas eu não consegui finalizar o capítulo 😞

>Votem😉✨

····························································
Sempre
····························································