·25· Matilha & Transformação {Parte 2}

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Depois de todo esse tempo?
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Remus Lupin

Quando o discernimento de Remus retornou a primeira coisa que compreendeu foi que não haviam paredes, armação de cama ou colchão ao seu redor, mas o marrom dos troncos de árvores tão altas que sua cabeça teria que se inclinar para trás para enxergar o verde das copas e isso fez um pânico surgir nele.

O quão longe ele tinha ido e se tinha machucado alguém em sua saída eram os motivos daquilo, porém logo o pânico dividiu espaço com a precaução em resposta a um barulho de passos se aproximando. Ele se ergueu quando a presença se fez reconhecida.

--Lupin, ei.-- cumprimentou Ellie.-- Bom dia.

--Bom dia.-- responde se sentindo mais aliviado.-- Você também saiu?

--A maioria de nós sai.

--Sai?-- pergunta ele e aquilo pareceu deixá-lá confusa.

--Claro, a intenção desse lugar é podermos ficar livres e não presos em um lugar específico.

Aquilo deixou ele preocupado, o grifinório não tinha espaço de fala quando por anos eles e os marotos haviam quebrado a confiança de Dumbledore e desbravado a Floresta Negra, mas a situação era diferente porque Sirius e Tiago tinham o mínimo de consciência para lidar com o lobo e ali eram uma matilha de pessoas que se transformavam em lobos completamente irracionais.

--Mas e...

--O perigo?-- o questionamento poderia ser raivoso, mas não era.-- Quando o lugar foi escolhido perceberam que não era apenas seguro, mas confortável para nós. Talvez não tenha percebido por ter aparatado, mas existem quilômetros de florestas ao redor da casa onde entrou ontem e nenhum trouxa entra nela, então não há perigo, Remus.

--E se alguém mesmo assim chegar perto do limite florestal?

--Até agora ninguém o fez e fazem anos que isso é usado.-- ela responde pacientemente.-- Agora pare com as perguntas, precisamos aparatar para a checagem que todos voltamos e então trabalho porque se eu chegar atrasada estou ferrada.

--Trabalha do quê?-- pergunta curioso, mas com aquela preocupação na  mente.

--Caixa em uma loja de conveniência trouxa.

--Não conseguiu um diretamente bruxo?

--Eu tinha, mas o dono mudou e esse não aceitava licantropos. Agora vamos logo.

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Eles eram ágeis e bons com feitiços de cura que tinham um efeito rápido em seus ferimentos, então logo a maioria estava pronta para seguir um dia normal depois de uma noite de transformação. Claro que haviam casos mais graves, havia um que de alguma forma quebrara um osso de forma tão horrenda que iria ficar com Zoe cuidando e o mancar de Keralie denunciava que também não havia sido uma noite facilmente superada por ela.

--Não se preocupe, eu não fico sempre assim.-- garante com Sophie, que Zoe tinha trazido com si, adormecendo em um dos braços.-- Eu e Thea gostávamos de nos atracar, nossas lobas sempre acabavam perto de algum jeito e ambas ficavam com muitas mordidas, arranhões, acho que ela só precisa se acostumar a ficar sozinha para não repetir isso.

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