•36• Luto

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Depois de todo esse tempo?
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Isso é justo, ou é o destino?
Ninguém sabe
As estrelas escolhem seus amantes

{The Other Side - Ruelle}

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Molly Weasley
22/09/1978

O sorriso de Molly era um tanto cansado, mas também de puro amor para os dois menores ruivos que, poucos minutos depois de terem sido balançados no colo, haviam voltado a ressonar num sono tranquilo. Ela os deixou tomando cuidado ao fechar a porta, iria aproveitar para dar uma espiada nos outros três quando a aparição de uma figura corpórea perolada a estacou.

Patronos enviados num horário daqueles nunca significavam boas notícias, o pânico se alastrou rapidamente com o pensamento indo para os irmãos.

--Senhora Weasley, estamos indo até sua casa, a Toca.-- a voz não era familiar.-- O aniversário de Fred e George é no dia primeiro de abril.

A medida de segurança era algo que somente seus irmãos ou poucos outros poderiam saber, era uma verificação necessária e, apesar de mesmo antes ela ter certeza que algo de ruim havia acontecido, ampliou seu temor de alguma forma porque somente passariam a informação em uma urgência.

Eles deveriam estar gravemente feridos, deveriam estar no St. Mungus, mais de uma pessoa estava vindo dar a notícia porque eram tempos sombrios para alguém da Ordem andar sozinho uma hora daquelas, mesmo que fosse aparatar e desaparatar. Ela precisava acordar Arthur, ele a tranquilizaria e cuidaria das crianças enquanto ela ia até o hospital.

--Arthur, querido.-- ela empurrou com gentileza seu ombro quando parou de frente a ele.-- Arthur, por Merlin!

Ele abriu os olhos lentamente, mas sua agitação  deveria estar clara  porque logo ele estava completamente desperto.

--O que houve?-- perguntou se levantando.-- São os bebês? Os meninos?

--É a Ordem.-- falou com a garganta sendo tomada por um nó.-- Eles devem estar feridos, Arthur. Eu não sei, mas alguém está vindo, aliás mais de um...mandaram um patrono avisando, com verificação e tudo.

Ele entrelaçou a mão com a dela, um gesto de segurança e garantia que estava ali.

--Logo vão chegar, vamos esperá-los.-- disse soltando rapidamente a mão para pegar um casaco largado numa cadeira para ela colocar por cima da camisola.-- Sua varinha, querida.-- estende o objeto que estava repousado na cômoda, enquanto com a outra mão pegava a sua própria.-- Vai ficar tudo bem.

As escadas rangeram quando desceram, o silêncio reinante após a chegada até a porta da frente sendo quebrado minutos depois por batidas. O aperto de Arthur na sua mão se fortaleceu ao abrir a porta.

A primeira silhueta era familiar e afrouxou o aperto que Molly sentia no peito, a luz refletindo nas madeixas ruivas desgrenhados.

--Fabian...-- falou por saber identificar diferenças que muitos deixariam passar, mas não alguém que os conhecia por mais de vinte anos.

O ruivo levantou os olhos, estavam assombrados, em choque e ela já sabia com a certeza de alguém que ama tanto que conhece muito bem a outra pessoa.

--Molly.-- foi um murmúrio quase não audível.

(In)quebráveisOnde histórias criam vida. Descubra agora