·21· Nós

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Depois de todo esse tempo?
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Remus Lupin
06/08/1978

--Somos horríveis por estar fazendo isso?-- o Lupin perguntou a Katie que estava do seu lado enquanto seguiam até a casa localizada em um bairro afastado.-- Sinto que estaríamos usando o luto dela.

Ela parou e o olhou com compreensão, mas também determinação.

--Eu sinto cada vez que realizo um Obliviate que estou fazendo algo errado, manipulando pessoas, Remus e isso não está perto da questão aqui, mas o negócio é que atos não honrosos estão entre necessidades de guerra e essa é uma oportunidade que não pode perder, uma das maioria apoiadora que tem concordou com isso.

Ele sabia que grifinória tinha total razão e reprimiu o sentimento ruim enquanto seguiam os últimos metros e batia na porta.

Captou som no interior da pequena casa, um som de choro de bebê que se tornou mais audível quando a porta foi aberta por uma mulher bonita, mas parecendo envelhecida por cansaço.

--Olá, quem são vocês?-- desconfiança era perceptível pela postura dela que também denunciava preparação.

--Olá, Keralie. Eu de Relações Trouxas...

--Então estão no lugar errado.-- diz já fechando a porta, Katie colocou a palma no batente fazendo com que ela parasse.

--Viemos falar sobre Thea.

--Minha irmã não era trouxa também.-- fala.

--Não, não era, mas o que aconteceu com ela foi um horror e meu colega aqui está trabalhando em uma nova frente.

--Que frente?-- pergunta desconfiada.

--Será que poderíamos entrar?-- Remus indaga.

Ela olhou para ele, então com um suspiro abriu a porta e seguiu adiante sem esperar que eles entrassem. Remus tomou o cuidado de fechar a porta atrás de si ao entrar atrás de Katie.

A mulher tinha seguido até um quarto, onde havia a bebê que escutaram chorando e a pegou com calma no colo antes de então seguir para a cozinha.

--Então?-- instiga os lembrando de sua pergunta enquanto pegava uma mamadeira já com leite da geladeira trouxa.

--Quero justiça para Thea.

Ela olhou para ele como se para comprovar a sinceridade, então negou com a cabeça.

--Eles vão pagar mais por quebra do sagrado Estatuto de Sigilo do que pelo assassinato de uma licantropa e dos trouxas.

--Não é assim, nossa...

--Oh, a justiça bruxa é um exemplo, não é falha? Vocês tem ideia de quantos casos não solucionados de assassinatos trouxas estão associados a bruxos ou quantos do meu povo são mortos por ano?

--Parece estar informada.-- Katie fala.

--Eu fiz direito bruxo, foram anos que não adiantaram nada a partir do momento que fui mordida junto com minha irmã.-- a amargura estava em casa palavra, diferente do cuidado e carinho com que segurava e alimentava a bebê.-- Então me perdoe se não sigo a ignorância esperada de licantropos, mas você não parece seguir também.

As palavras foram proferidas ao indicar o castanho com a cabeça.

--Não queremos te ofender, realmente queremos ajudar e não só Thea, mas você, todos os licantropos possíveis.

--Quais são os nomes de vocês mesmo?-- pergunta.

--Remus Lupin, essa é Katie West.

--Me responde uma coisa, Remus, tem um trabalho estável?

--Eu trabalho contra o que está acontecendo.

--E não acharam que por ser um licantropo tem chances de ser na verdade um espião sujo no meio?

--Não.-- responde, mesmo que tivesse um aperto em si ao pensar em parte da história dos viajantes, mas aquilo era injustificado, não tinha se tornado suspeito de traição por sua licantropia, porém por seu afastamento como tinha lhe dito Sirius.-- Eu posso dizer que tive sorte e tenho boas pessoas ao meu redor, que não se importam com eu ser licantropo.

--Essa coisa, sorte, está em falta para a maioria de nós. Existem alguns que pensam que somos vagabundos, que só reclamamos da nossa posição frágil e nos acomodamos na desculpa que isso serve, como se fosse realmente fácil quando cada porta é batida na sua cara por uma coisa que não foi escolha sua, quando você é repetidamente excluído. Eles não fazem ideia de como é e talvez você não tenha por causa de sua sorte tão rara, mas eu tenho e acho que para você pode ser fácil vir aqui e dizer que quer nos ajudar, porém e quando a real ficha pesada cair para você e ser assustador, difícil demais, o que acontece? Melhor, o que acontece quando a repreensão vir e cair com tudo encima?-- Eram palavras duras, afiadas.-- Você talvez não tenha o que perder, mas eu tenho alguém que depende mim, a filha de Thea.

Remus sabia que a resposta seria dele, Katie estava ali como apoio, mas era ele quem guiaria aquilo e o caminho seria cada vez mais difícil. Não era para agora recuar que viera e tudo bem se ela continuasse recusando, mas não poderia simplesmente desistir facilmente.

--Meu pai age como se eu não existisse desde que fui mordido, ele nunca foi agressivo ou me privou do básico, mas se sentir invisível é uma das piores coisas que existem e não estou te contando isso para te convencer por pena, nós odiamos pena, eu sei, nós odiamos que achem que somos pobres coitados. Eu te entendo, eu não sou um licantropo almofadinha que teve sorte e está além de entender, sou um licantropo que teve sorte e quer usar essa coisa rara para fazer algo, lutar para que tenhamos um lugar e uma existência real, não uma sobrevivência. Você tem sua sobrinha, tem medo e não confia em dois loucos que surgiram na sua porta, mas não valeria a pena pelo menos nos escutar? Não sei se ela herdou os genes licantropos, mas sua irmã não gostaria que tentasse, por ela e um mundo nen que seja um pouco melhor à filha?

--E não estão sozinhos nessa luta, Keralie. Sabe que eu sou somente uma trouxa comum e estou a disposição para o que precisarem, assim como outros. Remus não teve simplesmente essa ideia e viemos atrás de você, temos uma base, apoio, pessoas comuns que querem fazer parte disso, estamos trabalhando e trabalhando e só pedimos que esteja disposta a ouvir mais antes de decidir.

Ela ficou parada, então assentiu ao olhar para o rosto da sobrinha que sugava os últimos resquícios de leite da mamadeira.

--Eu vou ouvir e se me interessar, se quiser saber mais, quero conhecer pelo menos parte das pessoas que apoiam e fazem disso.-- ela diz, Remus entendeu que aquilo serviria como prova.

--Tudo bem, concordamos com isso.-- ele garante e mental começou detalhadamente a contar sobre a ideia, suas metas, como visava ganhar espaço e conseguir o que pretendiam.

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>Tinha falado que não vou focar tanto no Remus e não vão ter tantos capítulos assim provavelmente, mas quero outros núcleos sendo desenvolvidos e esse é um deles.

>Votem 😉✨

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Sempre
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(In)quebráveisOnde histórias criam vida. Descubra agora