·23· Além da derrota do mau

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Depois de todo esse tempo?
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Helena Deutch
13/08/1978

Ela poderia jurar que havido virado por minutos, apenas alguns minutos, mas quando se tinha uma criança em sua casa isso já era tempo sufiente para um desastre acontecer.

Gideon Prewett era a criança, o desastre era o cheiro de queimado que indicava que o que seria comido agora já não dava para ser comido e Fabian exalava preocupação também, ele tinha a mão do irmão na mão pois ele sem pensar tinha encostado na panela quente e ela se aproximou com a varinha nas mãos.

--Deixa eu ver isso.

O ruivo passou com calma a mão do irmão que olhou para ela com dor e desculpas estampadas.

--A gente não prestou atenção, desculpa.

Ele tinha vinte e dois anos, era bem mais alto que ela, mas naquele momento pareceu que tinha se encolhido em uma criança arrependida e ela sorriu com aquilo. Era Gideon, não dava para se zangar com ele quando tinha aquela atitude.

--Tudo bem, você só tem que tomar mais cuidado, da próxima vez pode ser a minha casa pegando fogo.

--A gente gosta demais dela para isso.-- Fabian fala com um sorriso, mesmo que ainda tivesse uma leve preocupação em seus olhos.

--Não foi nada que um simples feitiço de cura não resolva, Fabian.-- ela fala enquanto o ferimento rapidamente desaparecia ao ser atingido pelo feixe do feitiço que usava.

-- Obrigado, você leva jeito para isso.-- ele diz.

--É só um feitiço simples.

Realmente era um simples feitiço, básico de qualquer bruxo e até o próprio Fabian poderia tê-lo feito se não tivesse ficado demasiado preocupado para se ligar, mas aquele comentário deu uma sensação de aquecimento no seu interior todo.

Eles haviam chegado e visto os livros sobre medibruxaria que ela pegara do velho malão de Hogwarts, onde os guardara desde a última vez que os lera, quando ainda estudava no castelo.  Não era que ela esquecera absolutamente que um dia pretendera fazer o curso ou que toda a animação que sentia sobre tivesse se extinguido, ela tinha se formado precisando se ocupar, havia sido um ano difícil e a cabeça não estava pronta para mais alguns anos de estudo do curso de medibruxaria e residência que viria, reconhecia aquilo e achar o emprego com Ethan havia sido fácil e cômodo, se habituara facilmente com aquilo mesmo que medibruxaria ainda estivesse em sua cabeça.

Então a mente humana, do modo estranho e muito estudado do seu funcionamento, simplesmente levara o holofote do pensamento totalmente para aquilo com a conversa com Régulus, não a da Floreios e Borrões, mas a que tinham tido pelo espelho naquela noite. A história não era mesmo interessante, era até a realidade de muitas pessoas que tinham sonhos encobertos por outros pensamentos e necessidades, mas que ainda os tinham vivos em algum canto de si, contudo ela tinha esquecido quão viva falar sobre aquilo a deixava, todos os sentimentos destacados depois de tanto tempo abafados e havia então o holofote cegante que se mantinha fixo naquilo.

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