·28· Teorias & Primeiro sobreviver a guerra

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Depois de todo esse tempo?
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Remus Lupin
28/08/1978

Remus tinha a intenção de se despedir de Keralie que tinha sido intimada por Zoe a ficar e descansar após a última noite de lua cheia que tinha sido uma das piores pelos ferimentos que ele tinha visto serem cuidados, mas a voz ríspida que saia do quarto foi suficiente para impedi-lo de entrar no quarto.

--Você está sendo idiota.-- Keralie dizia para Adrian que tinha ido levar café para ela.

--Estou sendo realista, você fazia tudo por ela e quando era a vez dela nem tentou.

--Era diferente.

--Ela nem ao menos tentou.-- ele enfatiza e a voz parecia cansada como se não fosse a primeira vez que tinham uma conversa daquelas.

--Você deveria ir, fale para Zoe que agradeço pelo cuidado e que qualquer é só me chamar.-- ela falou encerrando a conversa.

Remus achou que ele retrucaria, porém o que houve foi um audível suspiro dele.

--Como quiser, bom sono, Kera.-- ele desejou.

--Obrigada.-- ela agradece.

Remus percebeu que de nada adiantaria tentar sair do corredor e nem fingir que tinha acabado de entrar por ele, então deu um sorriso que não era bem um sorriso, era mais um sinal de desconforto.

--Remus?

--Não quis atrapalhar, então...

--Está tudo bem, Remus.-- Adrian diz parecendo agora desconfortável, porém também irritado, não por sua presença, mas ainda pela discussão.

--Estou indo, melhor não atrapalhar agora que vai ela finalmente descansar.

--É, nunca vi uma noite tão difícil para ela.-- ele fala.-- Menos a primeira, nada é como a primeira.

--Se lembra do depois da primeira?

--Do meu não, ainda bem porque tinha três anos e imagina todo o pavor e ferimentos do depois, mas presenciei a de outros. Nós somos uma matilha, remendamos rapidamente e logo quando temos que estar lá para os novos, é a pior pós lua cheia de qualquer um.

Foi pelo tom, não condescendente, não de pena, mas pura compaixão e dor pelos outros que fez Lupin torcer e silenciosamente pedir para o que quer que houvesse de superior que Adrian aceitasse entrar no que estava fazendo. Ele estava acostumado com outros licantropos e disposto a ajudá-los da forma que pudesse, fosse cozinhando refeições para todos, fosse levando-os a lugares que fossem mais confortáveis quando adaptavam-se ao grupo ou remendando-se da forma mais ágil porque outro precisava de apoio depois da primeira vivência.

--Eles tem sorte de ter encontrado aqui.-- diz.

--Não devia ser uma sorte.-- ele fala.-- Bem, tenho que ir, Remus.

Ele se afastou parecendo estar pensando distantemente, então, antes que o castanho mesmo se voltasse e saísse do corredor, Remus pegou-se pensando no que tinha escutado.

Não é da sua conta, Remus disse para si mesmo sabendo que não deveria parar pensando naquilo, porém era inevitável pensar se Thea seria o ela dado o tratamento no passado e a postura defensiva de Keralie.

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