a mentira

156 12 40
                                    

- Viktor? - Jayce o chamava, parecia estar longe.

- Jayce? - Viktor murmura. - Onde você está?

- Não temos muito tempo, Viktor. - Estava exalando tristeza e preocupação enquanto falava.

As imagens estavam distorcidas e borradas.

- Como assim?! - Viktor olhava para os arredores procurando respostas até que sentiu algo segurar sua mão. - Jayce?! O que está acontecendo? Por que você disse isso?! - Seu corpo emanava desespero.

- Eu te amo Viktor, mas não vamos ficar juntos, ela nunca deixará. - Após dizer isso, Jayce começou sumiu da vista de Viktor deixando-o num breu sem saída e um silêncio ensurdecedor.

- Jayce? Jayce?! JAYCE?!! - Seu timbre de voz ia aumentando com o tamanho de seu desespero.

- Jayce... - Dizia entre gemidos, estava tendo um pesadelo, seu rosto suava sua respiração era audível. 

- Não.... de novo não.. - Se remexia até que acordou num impulso.

 Olhava para o lado e para o outro tentando encontrar algo que não estava ali ou alguém.

Já estava de anoitecendo, a janela que enorme do seu quarto deixava claro isso.

Massageava suas próprias mãos enquanto encarava aquela luz que a lua tinha, apenas ela iluminava aquele quarto naquela noite.

Em sua cabeça mil coisas passaram enquanto se desligava no mundo físico. 

Viktor já estava com seus 25 anos, já tinha decidido sua vida ao entrar na Academia e virar um dos cientistas mais conhecido das regiões, dado conforto a sua mãe e a si mesmo, tinha conquistado tudo... 

Tudo? 

Sua doença está o tomando aos poucos, sua primeira crise foi aos 20 quando em um de seus estudos, tossia dolorosamente chegando a cuspir sangue, ele não contou a sua mãe para não deixa-lá preocupada mas era nítido que ele precisava de tratamento, tinha pedido ajuda Singed que resolveu o tratar com alguns elixires mas nem isso estava mais fazendo efeito, apenas reduzia vagarosamente sua dor. Seu tutor até queria ir mais além, conseguir remédios ilegais ou simplesmente induzi-lo ao uso de cintila, a última opção fez Viktor arrepiar dos pés a cabeça, não sabia o efeito colateral daquele líquido rosa florescente mas também não negou que usaria se estivesse nas últimas. 

Singed ainda deu um pequeno frasco contendo um pouco do líquido para Viktor, por via das dúvidas, ele tomaria caso mudasse de ideia, já que o rapaz não tinha mais cura.. 

Até hoje Viktor guarda o frasco em um compartimento que só ele sabe em sua moleta. 

Singed e ele resolveram fingir que nunca conversaram sobre o uso de cintila. 

- Que merda! - Encarava sua moleta. 

Alguém abrindo à porta tira a atenção de Viktor.

- Pensei que você tinha dormindo. - Jayce sorrir.

- Eu estava. - Diz desanimado.

- Hm... - Jayce olhava para os lados, o clima não estava agradável. - Bom, o que aconteceu com você? - Passou a mão envolta do pescoço.

- Nada, acho que eu só passei mal. - Viktor não estava afim de falar sobre.

- Não fode, Viktor! Ninguém passa mal e tem a roupa suja de sangue. - Gesticulou com as mãos. - O que aconteceu? Não mente pra mim, estamos começando do zero.

- Nada! - Fuzilou Jayce com um olhar furioso. - Eu sei me cuidar, não precisa se preocupar. - Aé? - Jayce levantou as sobrancelhas de forma debochada, andou a passos largos e Viktor o seguia com o olhar, o mais novo parou em frente a gaveta onde fica a ficha dos pacientes e seus pedidos médicos.

Sonhando Acordado (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora