Capítulo 12:

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Quint tinha essa péssima mania de acordar cedo e eu estava tão cansada que nem vi quando ela levantou. Meu corpo inteiro estava dolorido depois de quinze horas de viagem e antes disso horas intermináveis fazendo sessões de foto.

Decidi levantar quando Quint saiu do banheiro, já pronta para ir para a faculdade. Eu ia ter que ir numa reunião com a minha mãe, ela tinha um acordo pra mim e eu não sabia bem o que esperar.

Ela sorriu pra mim e saiu do quarto rapidamente, eu tomei um banho e vesti uma roupa apresentável o suficiente pra minha mãe não surtar comigo logo de manhã.

— Flora? — Quint bateu na porta do banheiro algumas vezes, eu estava terminando de secar o meu cabelo com um secador e eu deixei que ela entrasse. — Ei, eu já tô indo. Eu fiz café se você quiser.

— Eu te levo, já tô acabando aqui. — Falei desligando o secador e me olhando no espelho por um segundo, checando para ver se não tinha nada de errado. Percebi que Quint ainda estava na porta enquanto me observava, parecia estar debatendo algo mentalmente. — Quint?

Ela se desencostou do batente da porta e veio até onde eu estava, me pegando pela cintura de surpresa e me deixando presa entre seu corpo e a pia.

— Posso? — Perguntou baixinho, sua respiração se misturando à minha. Eu não sabia bem de quem pertencia o coração que estava batendo muito rápido, mas eu tinha quase certeza de que era o meu. Pensando melhor, eu tinha certeza de que era o meu.

— Pode. — Sussurrei de volta, me lembrando do fim de semana em sua casa poucos dias atrás. Quando menos percebi seus lábios estavam conectados aos meus e eu finalmente, depois de muita luta e momentos interrompidos, estava beijando essa mulher.

É pra agradecer de pé mesmo.

Suas mãos me puxaram mais pra perto e eu usei uma mão para me apoiar na pia e a outra estava na sua nuca, tomando cuidado pra não desmanchar nenhum cachinho. Como explicar a sensação de beijar a Millie? Não tinha como explicar o jeito que meu coração estava correndo uma maratona, não tinha como explicar como eu estava feliz de saber qual seria a sensação dos seus lábios por mais de um milésimo de segundo.

Ela me impulsionou um pouco pra cima e quebramos o beijo por milésimos de segundo para que eu sentasse no balcão. Quint se encaixou entre as minhas pernas e minha outra mão foi para o seu rosto ao mesmo tempo que eu prendia minhas pernas ao redor de sua cintura, mantendo-a ali. O beijo era rápido, intenso, resultado de expectativa e vontade acumuladas por tentativas frustradas. Uma de suas mãos estava na minha cintura, seus dedos quentes apenas roçando a minha pele, enquanto a outra estava na minha coxa, já que a minha saia tinha subido um pouco quando me sentei no balcão.

Quando o ar faltou nos afastamos de forma relutante com alguns selinhos para encerrar o beijo, mesmo que suas mãos ainda me mantivessem no lugar e eu não tivesse vontade nenhuma dali de qualquer jeito. Estávamos ofegantes e eu tinha certeza de que meu rosto estava vermelho, mas não tanto quanto o de Quint.

Vou ter que retocar minha maquiagem.

— Finalmente ninguém para nos interromper. — Eu disse e ela riu, eu a beijei de novo, dessa vez de forma mais devagar para aproveitar melhor o momento, mas infelizmente ela se afastou antes. — Tirando você, okay, eu aceito.

— Eu sinto muitíssimo, princesa, mas eu tenho aula. — Disse me dando um selinho.

— Entendi, entendi. Eu não sei se amo ou odeio o fato de que você é muito responsável. — Ela se afastou e foi até a porta, eu desci do balcão

— Você me ama. — Ela disse. — Além do mais, você acha mesmo que eu não percebi que meu moletom tinha sumido?

— Em minha defesa é um moletom muito confortável. — Ela deu risada e saiu, eu fui atrás depois de retocar a maquiagem e peguei as chaves do meu carro na minha bolsa. — Você não precisa me levar.

Famous - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora