Epílogo

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Quase um ano havia se passado e eu estava uma pilha de nervos, o que não era uma novidade ultimamente.

Obviamente eu estava mais atarefada, passando a maior parte do escritório e comandando as reformas dentro e fora do palácio, porque eu surtaria completa e definitivamente se precisasse ficar a maior parte do meu tempo em um lugar que me lembrasse a minha mãe o tempo todo.

A primeira reforma tinha sido no meu novo quarto, eu o mudei completamente e tirei boa parte daquelas decorações centenárias que a dita cuja gostava tanto. Joguei fora os quadros também, ter todas aquelas pessoas me encarando enquanto dormia não eram nada legais.

Além do mais, eu tinha certeza de que minha mãe ainda iria voltar para puxar o meu pé de noite, então tirei o quadro dela do quarto também! Agora ele está atrás de uma escada que leva para as masmorras. Um fim muito apropriado pra aquele quadro horripilante.

A segunda foi no escritório, eu finalmente joguei a mesa insuportavelmente velha para outra parte do castelo e consegui deixar esse lugar um pouco mais a minha cara, tendo o quadro dos meus pais jogado para escanteio na primeira oportunidade. Esse quadro meu pai tinha insistido em levar para a sua nova casa na França e eu não protestei, o mais longe melhor.

Agora o que enfeitava a minha parede era um quadro que tinha sido finalizado há dois meses, em que eu e Quint estávamos sentadas em um banco nos jardins de mãos dadas olhando uma para a outra sorrindo.

Eu amava aquele quadro, às vezes eu me pegava o observando e esquecendo completamente dos papéis à minha frente.

Ouvi batidas na porta e franzi o cenho, estava meio cedo para Glynnis estar vindo me importunar.

— Pode entrar. — Falei tentando focar naquele documento sobre a restauração de uma ruína próxima a Glasgow.

— Ei, você acordou cedo hoje. — Quint disse fechando a porta atrás de si. Notei que ela tinha uma caixa nas mãos.

— Decidi te imitar. — Falei esquecendo totalmente do tal documento. — O que você está segurando?

— Nada demais. — Ela disse colocando a caixa em cima da minha mesa. — Só seu presente de casamento adiantado.

— Pensei que outras pessoas deveriam nos dar nossos presentes de casamento. — Falei sarcástica, Quint sorriu e se apoiou na minha mesa.

— Bom, eu quis dar seu presente antes. — Ela disse.

— Eu não comprei nada pra você. — Falei me xingando mentalmente por isso.

— E nem precisa, amor. — Ela disse dando a volta e me dando um beijo no topo da minha cabeça. — Abre o presente, por favor.

Fiz como ela mandou, tirando o laço primeiro e antes que eu pudesse abrir a tampa ouvi o som de um miado baixinho.

— Você não fez isso. — Falei, Quint abriu um sorrisinho convencido.

— Eu fiz. — Ela me deu uma piscadela e eu abri a tampa da caixa, vendo um gatinho cinza com listras pretas e olhos azuis bem clarinhos me encarando de volta.

— Você não fez isso! — Repeti com os olhos arregalados. — Ai meu Deus, eu não acredito, Quint! — Peguei o gatinho no colo, era com certeza a coisa mais fofa que eu já tinha visto na minha vida.

— Você gostou? — Ela perguntou apreensiva e eu a olhei desacreditada, fiquei em pé e a puxei para um beijo demorado. — Acho que isso foi um sim.

— Você acha?! — Perguntei incrédula. — Eu te amo, eu te amo tanto.

— Eu te amo mais, besta. — Ela disse me dando outro beijo.

Famous - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora