Liberdade dos mortos

125 24 31
                                    

Capítulo 61


O sol quente ainda os agraciou naquele dia, mas nada comparado ao auge do sol de verão.

As oito da manhã, como Coby imaginava ser, o astro lá no céu apenas amornava a pele dos peregrinos que tentavam se manter o mais silenciosos possíveis naquela caminhada.

Tarefa difícil para Luffy que já tinha se esquecido disso algumas vezes naquela manhã.

Desde que deixaram o mini acampamento pra trás ainda naquela manhã, eles já tinham encontrado uns cinco andantes por ali, e aquilo queria dizer que Law e Zoro estavam certos. Aquelas coisas, de alguma forma se atraem por pessoas, e ficar parado em um único lugar por muito tempo era pedir pela morte.

Coby não soube lidar com nenhuma daquelas coisas que apareceu, sempre travando no lugar ao reviver aquele trauma de novo e de novo enquanto Luffy cuidava com facilidade do que quer que fosse seu obstáculo.

Zoro, o paciente que não podia fazer nada além de andar calmamente, apenas bufava e resmungava baixinho. Insatisfeito pelo médico não o deixar fazer nada.

Ele até entendia que era para não abrir os ferimentos, mas ele não precisava se mover muito para decapitar uma coisa daquelas.

Era injusto toda a diversão ficar para Luffy.

Ele precisava exercitar o copo para não enferrujar.

Mas bem... o médico era resoluto sobre isso, e Zoro não queria o contrariar já que aquele olhar dele o lembrava de alguém que a muito o fazia medo.

Então lá se ia ele, devagar e sempre, ouvindo quieto o médico brigar com Luffy a cada vez que o mesmo soltava um comentário mais alto.

Era engraçado de se ver, o sujeito não gostava nada daquilo. Era claro.

Bem, Zoro sabia que a melhor solução era apenas desistir.

Deixar aquele idiota ser um idiota era o melhor para sua saúde mental, e até melhorava seu humor.

Se o idiota não tinha um pingo de autopreservação, por que ele tinha que ficar se importando com isso?

A melhor opção que Zoro achou foi apenas aceitar e se juntar.

Até porque, como ele mesmo já disse.

Tá, no inferno abraça o capeta.

-Faz quanto tempo que a gente tá andando? - A voz de Coby vinha de trás de Zoro, baixa e aflita.

-Quase três horas. - O médico murmurou.

-Quanto tempo acha que vamos demorar? - Era Luffy quem perguntava agora. Parando ao lado do médico que encarava o mapa com atenção, talvez.

-Dependendo de muita coisa, uns dois dias.

-Caramba... dois dias é bastante andando.

-Sim...

Zoro reparava no interesse de Luffy pelo outro, na forma como ele olhava com sua carinha curiosa para a pele do sujeito, para as tatuagens, e até para os olhos incomuns.

Luffy estava curioso e tentava se aproximar, mas ao contrário de Zoro, o Trafalgar não era do tipo que cedia pelo cansaço.

-Torao.

-Hn?

-Você sabe dirigir, né?

Ele já tinha perguntado aquilo? Não se lembrava, enfim, deu de ombros ao sorrir quando o maior o olhou.

Dead Or AliveOnde histórias criam vida. Descubra agora