Saída de emergência dos mortos

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Capítulo 88


A primeira vez que Zoro "matou" um morto, foi por um simples reflexo. Um grande senso de proteção que se aflorou nele quando viu os olhos da irmã.

A forma como ela sofria e parecia assustada.

Mas... a primeira vez que Zoro matou alguém, foi calmamente calculado.

A primeira pessoa com alma que Zoro matou era um desconhecido, um homem de passagem pela cidade que decidiu mexer com as pessoas erradas.

Especificamente com uma garota errada.

Zoro era bom em proteger coisas quando queria, e aquela coisinha rosa e irritante era sua jurisdição, portanto quando um homem como aquele decidiu tentar a levar, Zoro não esperou e muito menos tremeu ao o perfurar bem no meio do peito.

Ele podia se recordar do primeiro baque que foi o som de um corpo que teve a vida ceifada por suas mão caindo no chão. Tinha a lembrança perfeita em sua mente da garota assustada se agarrando a sua cintura.

Ela era sempre orgulhosa e irritante, mas naquele dia ela não ousava largar ele até dormir.

E Zoro não se arrependeu.

Ele tremeu a noite toda, e não dormiu em nenhuma das outras por uma semana.

Suas mãos tremiam sempre que ele tocava na espada, mas ele nunca se arrependeu daquilo.

Mihawk costumava dizer que a vida é frágil e que tudo bem quebrar algumas coisas às vezes. E depois de algum tempo, Zoro aceitou isso como uma forma de ver a vida.

Ele estava disposto a matar, ele matou e mataria de novo.

Porque Zoro está sempre em busca de proteger seus mundos.

Às vezes eles acabam, são extintos e escapam por entre seus dedos, mas ele sempre... sempre luta por eles.

Mesmo que um deles seja na verdade um grande buraco negro envolto em caos.

-Zoro, tem certeza que tá tudo bem? - E falando no diabo.

O pequeno rapaz o olhava, bem do seu lado, parecia preocupado enquanto o espadachim apertava a mão contra o ferimento.

Aqueles olhos pareciam um poço sem fundo, Zoro tinha medo de olhá-los por muito tempo.

-Sim, eu só bati em algum lugar. - Ele nem mesmo sabia onde exatamente tinha sido, entre correr por aqueles becos e desviar de mortos.

-Deveríamos parar? - Mais um par de olhos preocupados estava por ali, esses escondidos atrás daquele óculos redondo e rachado.

-Não, temos que sair logo dessa cidade.

O ferimento não doía como antes, mas era preocupante ele voltar a doer logo naquele momento.

-Moço... o senhor vai mesmo ficar bem? - E ali estava uma presença nova a qual ele não tinha se acostumado. Os olhinhos brilhantes e as chiquinhas causavam estranhamento.

Zoro encarou o rostinho da garota, o nome de comida vindo em sua mente.

Ele não sorriu, não era bom com crianças. Mas a respondeu como se devia, ao prometer que tava tudo bem.

Coby e Luffy não acreditaram, nem um segundo sequer, naquilo. Mas sabiam que nada podiam fazer.

Karakuri era quem estava na frente, olhando as ruas a fim de procurar um bom lugar para eles passarem em segurança.

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