Mergulho dos mortos

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Capítulo 75


Desespero. Uma simples palavra que define o estado de consciência que julga uma situação sem saída, desesperançosa.

Law sabia bem o que era o desespero de todas suas definições, ele já tinha estado em situações sem saída milhares de vezes antes, mas naquele momento algo parecia muito errado.

As bolhas de ar subiam a sua volta, sujas e esverdeadas em uma demonstração nada saudável, mas Law não tinha tempo pra isso. Se aquela água poderia os causar milhares de doenças, aquilo nem sequer passou em sua mente naquele momento.

Com os olhos astutos e uma urgencia precisa, ele procurou em volta pelo pequenino idiota que o levou ali.

Era difícil pensar, seu coração parecia correr uma maratona e sua cabeça doía como inferno. Era um estado cruel entre preocupação e irritação.

Cadê você?

Era muito difícil enxergar algo ali, tudo parecia turvo e com algum filtro esverdeado de foto adolescente, mas Law conseguiu ver a imagem do rapazinho no canto da piscina onde ele estava. Os olhinhos fechados e os braços soltos.

Law sentiu um aperto no peito, como se alguém segurasse seu coração com as mãos e o apertasse de verdade.

Aquela coisa ia na direção dele. Aquela coisa estava prestes a tocar no rosto sereno do rapazinho.

Law não entendeu em primeiro momento, mas enquanto batia os braços desesperado na direção daquele idiota, ele percebeu pela quantidade pequena de sangue que o rapazinho tinha batido a cabeça. Como e onde ele não podia dizer, mas era fato de que isso o fez perder a consciência na hora.

Ele se afogaria até a morte se algo não fosse feito logo, e se tivesse sorte, aquela batida não seria nada demais, mas... Law não é do tipo que tem esperanças na sorte.

Ele viu os dedos gosmentos alcançarem o ombro do garoto, a pele que parecia verde e enrugada quase parecia ter escamas, a Law apostaria muita grana que ele poderia ter de fato desenvolvido umas naquela merda de piscina. Mas isso não era seu foco, seu foco era alcançar aquele buraco negro que espele caos inconsciente perto das mãos daquela coisa.

Ele quis gritar ou bater naquela coisa quando a mão fechou no ombro magro do Monkey, o ombro antes machucado, mas estava dentro da água, e ele ainda nem tinha subido para respirar.

Se não se cuidasse, quem acabaria morrendo afogado antes era ele.

O pulmão gritou, mas ele não podia subir agora, não antes de alcançar o garoto, não mesmo.

Ele tentou pegar impulso nas bordas da piscina, mas aquela água parecia pesada demais, ele parecia nunca chegar lá.

Aquela merda toda parecia em câmera lenta e ainda assim, aquele morto já estava perto demais do rapazinho.

O médico viu aquela boca sendo aberta, quase como uma cena cinematográfica em sua mente. Os dentes podres e cheios de sujeira, era como uma cena do discovery sobre seres marinhos gigantes, e naquele momento, Luffy era o peixe pronto para ser devorado.

Os dentes iam na direção do rosto do rapaz, talvez ele pudesse arrancar um pedaço daquelas bochechas gordinhas e rosadas, a cena chegou a passar pela cabeça de Law antes que ele sentisse a pele do rapazinho em seus dedos.

Ele o puxou para si, em um ato de desespero, usando a mão direita para agarrar o rosto do garotinho contra seu peito. Ele procurou pelo corpo do mesmo, alguma mordida, alguma outra ferida. Completamente preocupado com o estado daquela coisinha pequena e magra, mas para a sorte do rapaz, nada além da batida pode ser encontrado, mas Law não era um cara de tanta sorte.

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