O templo dos sobreviventes

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Capítulo 96


A primeira coisa que Law viu quando abriu os olhos foram as pequeninas janelas de caos brilhantes diante de seu rosto. Parecia ter estrelinhas lá dentro, talvez um universo em formação.

Toda aquela confusão do Big Bang e formações interestelares.

-Você acordou? - A voz baixinha o fez franzir o cenho.

-Não, idiota. Ele ta de zoi aberto porque morreu assim. - Law ouviu os passos em torno dele. - E sai de cima!

A mão morena tirou o rosto de Luffy da visão do médico que apertou os olhos antes de respirar fundo.

Certo.

A última coisa que ele se lembra é de estar no carro com Luffy, de comer aquela mistura e...

"Eu gosto porque foi um apelido que você me deu... "

Ah, caralho! É melhor ele pensar em outra coisa.

Okay.

-Onde eu to, em? - Decide perguntar, mas sua voz é fraca, quase não escapa pela garganta que dói quando usada.

Seu corpo parece dormente, apesar do sinal de dor que tinha nos pontos específicos que levou os tiros. Isso sem dizer nas costelas que talvez tivessem fraturadas. Ao menos uma delas.

-Estamos no Merry. - Aquela era uma voz desconhecida, calma. A voz que fez Law abrir os olhos devagar e fitar a imagem do homem loiro que abraça Luffy pelos ombros e lhe sorri com gentileza. - Eu sou Marco, o médico do navio. É um prazer te conhecer.

Law franze o cenho e olha em volta. O ambiente branco, as luzes fortes, os utensílios familiares para ele.

Aquele lugar cheira como o passado de Law. Quando ele andava pelos corredores prestando atenção em tudo à sua volta.

-Eu sou... - Ele lambe os lábios secos. - Trafalgar Law.

-Certo, Law. - Aquele homem parece tão calmo que Law sente certo incômodo. Faz tudo aquilo parecer mentira. - Ouvi dizer que você também é médico.

-Nunca me formei... mas eu estudei tudo que pude depois da infecção. - Ele sempre dizia isso, mas as pessoas o chamavam de médico ou doutor mesmo assim, ele já tinha desistido.

-Certo. Isso explica como cuidou do próprio estado, se fosse diferente estaria morto a alguns dias.

-Sim.

-Eu retirei a bala. - Luffy se move incomodado debaixo dos braços do homem. - Então você vai ter que ficar aqui nesse quarto por um tempo, para certificar de que esse maluco não vai fazer seus pontos abrir.

Law sabe muito bem quem é o maluco. O garoto que se debate para tentar se livrar dos braços do homem loiro.

-Por sorte, uma bem pequena. A bala não rasgou nada e o sangramento foi pouco, então a única preocupação é que você fique em repouso. Vou tratar com o Sanji para ele te trazer comidas com os nutrientes para repor suas energias, e a Dona Cerja vai trazer alguns chás para ajudar na dor já que não temos remédios pra isso.

Law franziu o cenho. - Mas parece que você usou anestesia... - A dor que ele sente é mínima, e parece fazer sentido a anestesia pelo seu corpo meio dormente.

-Ah, usamos uma planta chamada Jambu que tem propriedades anestésicas, mas não dura muito e não anula totalmente a dor. Mas é de grande ajuda.

-A Dona Cerja conhece várias plantas legais. - Esse é Luffy animado. - Ela tem algumas em potinhos lá atrás. Disse que é bom pra um bocado de coisa. É de lá que o Sanji pega os temperos.

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