04 - Sentimentos

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A Vila de São Jorge é o meu lar temporário

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A Vila de São Jorge é o meu lar temporário. Faz uma semana que cheguei e já estou melhor. O Cristian tem sido um grande amigo e tem me auxiliado da melhor maneira possível. Ele até conseguiu roupas do meu tamanho. Estou me acostumando com a rotina do lugar. Por enquanto, trabalho no estábulo e na manutenção do muro.

Demorou uns dias para conseguirmos limpar a área, porque os zumbis não deram folga. Foram mais de 300 flechas para eliminar todos. Apesar de pequena, a vila é organizada e todos cumprem o seu papel com afinco. Fui liberado da enfermaria e estou morando com o Coronel Afonso. É uma residência simples, mas não tenho do que reclamar.

Vou levando a vida, sem interferir em nada. Preciso lembrar de quem sou para seguir em frente. Porém, não posso negar que estou gostando dessa rotina mais tranquila e sem perturbações. Não consegui decorar o nome de ninguém, apenas do Coronel Afonso e do Cristian, que me acolheram na vila, mesmo contra a vontade da maioria dos moradores.

Acordo cedo, antes do amanhecer e sigo para o banheiro coletivo. Encontro Cristian escovando os dentes, só de toalha. Eu fico parado, olhando para ele, que nem presta atenção em mim. Só posso dizer uma coisa: o Cristian é mentiroso. Ele gosta de usar roupas e casacos folgados, por esse motivo, eu nunca tive a dimensão de seu corpo.

Ele é magro, mas definido. Sua pele é delicada e está toda molhada. Os ombros dele são largos e consigo contar suas costelas. O tanquinho é um espetáculo à parte. Vou descendo o olho até chegar em sua entrada 'V', que está em parte coberta pela toalha. Porra, porque estou tendo esses pensamentos?

Respiro fundo e me recomponho. Não quero confusão com ninguém, ainda mais com o Cristan, que está sendo um grande amigo. Vou para o lado dos chuveiros. De repente, alguns homens entraram e tiveram uma reação estranha. Assim como eu, eles ficam parados. A presença do Cristian os incomoda.

Eu tiro as minhas roupas e fico pelado sem cerimônia. O clima dentro do banheiro está estranho. Será que aconteceu alguma coisa? Depois de uns minutos, o Cristian pega suas coisas e, antes de sair, ele olha para o grupo.

— Eu não mordo, bebês. — saindo do banheiro, um dos homens balbucia alguma coisa.

— Esse vi...

— Ei, cala a boca. — intervém um outro homem.

Eu tomo o banho em silêncio. A água quente desce pelo corpo e posso relaxar um pouco. Infelizmente, a água é limitada, então, faço a higiene rápido para dar vez a outra pessoa. Visto as roupas dentro do banheiro e volto para a casa do Coronel Afonso. Encontro o Cristian fazendo café da manhã. Ele cantarola alguma canção que não reconheço, na verdade, não sei nenhuma música.

A energia do Cristian é magnética. Eu não consigo deixar de olhá-lo. Ele desfila pela cozinha e faz uma dancinha engraçada. Eu esboço um sorriso, mas ele percebe que estou no corredor.

— Oi, moço! — ele me cumprimenta, mas eu não consigo respondê-lo, apenas balanço a cabeça. — Você já tomou café? Provavelmente, não. Senta aí. Estou terminado. — eu o obedeço e sentou à mesa. — O papai já foi para o Q.G (quartel-general). Hoje tú trabalha no estábulo, né? Eu adoro aquele lugar. Os animais são melhores que os humanos.

Amor em Tempos de ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora