15 - Comunicação

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Eu não quero morrer

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Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Puta que pariu. Eu estou segurando no ferro com apenas uma mão. Acho que pulei de um ângulo ruim e levantar o braço esquerdo parece uma tortura. Atrás de mim, o Arthur grita igual um maluco, mas não posso pensar nele agora. Eu preciso me tirar dessa enrascada.

Uso toda a força existente dentro do meu ser e consigo colocar as duas mãos no ferro da escada. Em seguida, vou subindo aos poucos, não posso gastar toda a energia de uma única vez. Porque eu não malhei mais? Que droga. Ok. Eu tô quase lá. Por favor, deuses dos exercícios físicos me ajudem.

— AAAAAHHHHH!!!! — dou um grito, enquanto subo e consigo chegar no topo da torre. Eu estou tão atordoado que beijo o chão de metal, que está gelado para um senhor cacete.

Deito de peito para cima e respiro com dificuldade. Nem preciso dizer que as minhas pernas estão trêmulas. Dou um tempo e sigo para a parte onde vou amarrar a corda para o Arthur subir. Eu não sou um perito com nós, mas prendo a corda da melhor maneira que consigo.

— Ei! — chamo a atenção do Arthur, que continua de joelhos e com os olhos fechados. — Amor, você deveria me dar mais crédito. — jogo a corda que cai sobre a cabeça dele.

Não demora muito e ele sobe pela corda. A primeira coisa que o Arthur faz é me abraçar e beijar minha boca. Seus olhos estão marejados e sinto as batidas frenéticas do coração dele. Encostamos nossas testas e ficamos de nariz colado por uns minutos.

— Você tem um trabalha para fazer, não é? — questiono me afastando e olhando para um grande painel.

— É verdade. — responde Arthur, que tirou a mochila e a colocou no chão. — Deixa eu pegar as chaves necessárias para o painel.

O Arthur é um deus das telecomunicações. Eu tento acompanhar, mas fico espantado com a destreza dele mexendo no painel. Em cima de nós, percebo diversas placas pretas que serviam para capturar a energia do sol para gerar eletricidade. Eu acho tudo muito incrível, pena que não tive estudos aprofundados para agir em uma área específica.

— E como estão as coisas? — pergunto, olhando por cima das costas do Arthur.

— Bem. Só são os fusíveis. A Beatriz mandou alguns. Eu vou trocar e pronto. — aviso Arthur, sem parar de mexer no painel.

— Entendi. — olho em volta e pude ter uma dimensão da região.

A antena está localizada em uma área central. Posso ver alguns dos lugares que passamos, como por exemplo, parte da praia que passamos no início da jornada e o topo da montanha onde estava localizada a caverna dos canibais. O vento bateu no meu rosto e fechei os olhos.

Será que eu posso ficar para sempre aqui em cima? O Dr. Hoff vinha aqui para contemplar o céu e a paisagem? O Arthur toparia ficar comigo vendo o mundo de cima? Fico preso nos meus desvaneios e nem percebo o Arthur me chamando.

Amor em Tempos de ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora