11 - Fora de mim

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Seria cômico se eu não estivesse cagado de medo

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Seria cômico se eu não estivesse cagado de medo. O Arthur e eu, sem cueca, descendo as escadarias da mansão. Estava na frente guiando o caminho, já com uma flecha preparada para qualquer ameaça. O meu maior problema é controlar a respiração, isso para um arqueiro é fundamental, porém, nós não fazemos ideia do que nos espera.

Eu não tinha reparado na magnitude do local. Alguns quadros na parede chamaram a minha atenção, a maioria estava estragado pelo tempo, outros eram apenas feios demais. Os móveis pareciam velhos e sujos. O Arthur apontou para o chão. Uma enorme mancha de sangue, que, com certeza, era recente. 

Algumas pegadas indicavam o local para onde o zumbi seguiu, a cozinha. Com todo o cuidado, o Arthur desviou do sangue e fechou a porta, dessa vez, trancando para não sermos pegos de surpresa. Respirei fundo e segui para o outro cômodo, uma espécie de sala de jantar. A mesa estava posta. Será que os donos fizeram uma festa no último dia? 

"Parabéns, Kamille", dizia algumas letras pregadas na parede com um barbante. Sob a mesa, um bolo de aniversário, ou o que sobrou de um, mostrava que a Kamille completou 9 anos. Tadinha. Espero que tenha conseguido sobreviver a epidemia. Hoje, ela seria uma mulher adulta. Uma pena. 

Uma barulho vindo da cozinha quase me fez gritar, sério, tive que segurar o grito. Seguimos o som. O Arthur pede para que eu fique em posição de ataque, enquanto, ele abre a porta. Para a nossa surpresa, um homem está se transformando em zumbi. Puta que pariu. Eu odeio os atletas. A transformação demora alguns segundos, o suficiente para que eu lance uma flecha bem no meio da cabeça dele. 

Não temos nem tempo de comemorar, uma mulher aparece gritando e ataca o Arthur, que cai no chão buscando uma maneira de se defender. Outra atleta, mas essa consegue continua falando, mas coisas completamente desconexas.

— As bruxas vão dominar o mundo!  — grita a zumbi, antes de vomitar uma massa vermelha em cima de Arthur.

— Filha de uma puta! — grita Arthur, socando a mulher que cai desmaiada. — Leprosa. — pegando um machado e arrancando a cabeça dela. 

— Você está bem? — questionei fazendo cara de nojo. 

— Já tive dias melhores. A vadia quase vomitou na minha cara. — reclamou Arthur, limpando a massa vermelha do peito.

— Acho melhor você se limpar na chuva. Eu vou verificar se todas as saídas estão trancadas. Esses dois acabaram de se transformar. Devem ter outros pela região. — sugeri, pegando outra flecha e me preparando para verificar o perímetro. 

Eu continuo a missão sozinho. Porque esse lugar tem tantas janelas? Fecho todas as 20 cortinas e bloqueio todas as portas. A chuva continua a cair forte e não existe possibilidade de deixar a casa. Eu já deveria ter me acostumado com os zumbis, né? Porém, eles me deixam em pânico. Precisa ter um controle emocional enorme para não dar um tiro na própria cabeça devido a esses horrores. 

Amor em Tempos de ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora