08 - Adam?

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Eu tive uma conversa séria com o Coronel Afonso

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Eu tive uma conversa séria com o Coronel Afonso. Expliquei todo o tipo de provocação que o Cristian vinha sofrendo nos últimos anos. Ele era o líder desta comunidade. A obrigação dele era defender qualquer um, principalmente, o filho. Estava cansado com todos julgando o Cris por apenas ser quem ele era.

O Cristian estava sentado à mesa, mas não falou nada. Diante do pai, ele se acovardou, só que eu não ia deixar isso barato. Qualquer um que se aproximasse do Cristian iria morrer.

— São muitas pessoas diferentes, Adam. Eu...

— Eu vou matar a próxima pessoa que mexer com o Cristian, senhor. E não estou blefando. Estamos vivendo em tempos difíceis, eu não quero que nada de mal aconteça com o seu filho. — comentei, sentando ao lado do Cristian e pegando em sua mão. — Eu amo o seu filho e vou protegê-lo.

— Vocês estão certos disso? — o Coronel questiona, antes de sentar à nossa frente.

— Sim. — eu respondi, sentindo a mão do Cristian tremer.

— Você tem minha permissão, Adam. — soltou o Coronel. Olhei para o Cristian, que não esboçou reação, talvez, por medo ou vergonha. Acho que ele e o pai nunca conversaram sobre o fato dele ser gay.

— De me relacionar com o seu filho? — quis ter certeza da resposta.

— De matar qualquer que tente encostar no Cristian. — o Coronel levantou e ficou perto do filho. — Eu prometi à sua mãe que nada de mal te aconteceria. Com a epidemia, inimigos de todas as áreas e busca de recursos, eu esqueci de como ser pai. Mas, não pense que o meu amor diminuiu, Cristian. — abraçando o filho e o beijando na testa. — E, por favor, manerem nos barulhos noturnos. — saindo da cozinha.

Realmente, o apocalipse trouxe muitos problemas, além dos zumbis. O Coronel era um cara durão, mas baixou a guarda pelo seu único filho. Estar vivo nos dias de hoje é pior do que morrer, porém, as pessoas têm medo de fazer a travessia. Eu, por exemplo, não acredito em nada. Creio que quando o coração para de bater tudo acaba.

O Cristian não diz nada, deixa apenas às lágrimas escorrerem pelo rosto. Ele ainda está usando apenas uma toalha. Pego a vela, vou até a caixa de primeiros socorros e pego o material para limpar as feridas em suas mãos. O meu namorado arrebentou a cara daquele leproso desgraçado. Eu não faria melhor.

Gaze, algodão e álcool. Vou limpando aos poucos, ainda mais quando o Cris faz uma expressão de dor. Estamos em um silêncio que não incomoda. Acho que a sua mente está repassando os últimos acontecimentos. Só quero que ele tenha certeza de que nada de ruim vai acontecer.

— Nós somos namorados? — o Cristian questiona quebrando o silêncio.

— Sim, — deixo os materiais e fico de joelho no chão. — Cristian, você aceita namorar comigo?

— Você tem certeza? Eu sou cheio de inseguranças e...

Dou um beijo no meu namorado. Ele precisa ter certeza do meu sentimento. Eu amo o Cris. Acho que nunca amei alguém desse jeito na minha vida. Se bem que não sou um bom parâmetro para recordações, mas algo dentro de mim me diz isso. O Cris vai se vestir e decidimos dar uma volta pela vila.

Amor em Tempos de ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora