Eu sou Arthur Soares. Eu sou Arthur Soares. Eu fico repetindo isso diversas vezes. Os fragmentos de memórias vêm e vão. Estamos caminhando a cinco horas pelas praias de Santa Catarina. A maioria dos zumbis "morreram" pela falta de alimento. Antigamente, esse lugar era cheio de hordas e mais hordas. Só que a população de mortos-vivos ficou maior do que a de humanos.
É a famosa teoria de oferta e demanda. Sem cérebros, os zumbis vão definhando e podem ter o descanso que precisam. Eu não acho isso ruim, muito pelo contrário. À medida que vamos avançando, a praia vai ficando mais encoberta por uma espessa névoa. Isso é o sinal que devemos parar, porque um passo em falso pode significar a morte.
Escolhemos uma área arborizada para montar a tenda. Conseguimos uma pequena barraca, mas que devido aos seus tons de verdes ficava camuflada entre os arbustos. O Cristian cochilou e aproveitei para colocar as ideias no lugar. Lembrei da morte dos meus pais, das surras que levei na infância, a primeira vez que conheci o Adam e a repreensão que eu sentia por não poder me assumir.
Tudo isso me trouxe até o Cristian, que dorme inocentemente ao meu lado. Toco em seu rosto com um carinho que nunca foi me dado, mas que agora conheço o sabor. Eu preciso protegê-lo. E se eu largar o Cristian aqui? Não, eu não posso fazer isso. O Cris pode se machucar sem mim.
— Tá preocupado, lindo? — Cristian perguntou me assustando.— Doido. Quase tive um troço. — disse, rindo. — E, sim, estou preocupado com você nessa jornada.
— Ah, Ad... Arthur. — sentando e se espreguiçando. — Eu tenho certeza que vamos dar conta. Sou mais forte do que aparento ser. — mostrando os músculos, algo que me deixou cheio de tesão.
O encho de beijos e carícias. Foda-se os zumbis. Eu preciso entrar no meu namorado. Não tiramos todas as peças de roupa. É um sexo selvagem e rápido. Não podemos dar mole, apesar de que nada dentro da barraca estar 'mole'. O Cristian faz de tudo para não gritar. O ajudo colocando a mão em sua boca. Porra, ele é muito gostoso. Eu o amo tanto.
— Eu te amo. — digo, após gozar. — Eu te amo demais. — deito de lado, ofegante.
— Eu te amo, meu soldado favorito. Você precisa dormir. Eu fico de vigia, acho que só devemos nos lavar na praia. — ele sugere, apontando para suas partes íntimas.
A névoa continua dificultando a nossa visão. Vamos passo a passo e chegamos próximo a água. Eu tiro a roupa e mergulho rápido. Cacete de água gelada. Graças a Deus que as ondas estavam comportadas nesta parte. O Cristian fica de vigia, enquanto lavo o meu corpo. Em seguida, trocamos de lugar. Eu olho para os lados, entretanto, dou algumas espiadas no corpo mais lindo do universo, o corpo do meu namorado.
Voltamos para a barraca e durmo algumas horas. Acordo e vejo o Cris tendo dificuldades para ler um dos livros que encontrei durante a caçada. Os olhos dele estavam cerrados, a luz do dia se dissipando aos poucos, porém, o clima não cooperava para a entrada de luz natural. O puxei na minha direção e o aninhei no meu peito.
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Amor em Tempos de Apocalipse
RomanceBrasil, 2045. Um terrível vírus se espalhou pelo mundo, transformando a população de todos os países em mortos-vivos. Atualmente, várias comunidades sobrevivem de forma isolada e tentam seguir da maneira que dá, principalmente, pela falta de recurso...