Capítulo 42 - "O presente incrível da adorável Mia"

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Capítulo 42

— Meu Deus, Pedro! É um gato! Eu ganhei um gato! — Exclamo animada, substituindo as lágrimas por um sorriso de felicidade, querendo abraçar o bichinho de pelos negros. 

Eu sempre quis ter um animalzinho! Era meu sonho de criança, ter a companhia de um serzinho que não pudesse me trair, e agora estou com um nos braços, pensando em como até mesmo agora, tenho que ser agradecida a Mia!

— Eu pensei que seria um presentão, mas é só... um gato. — Murmura Pedro com seu cenho franzido, claramente desfazendo do valor sentimental do meu presente.

— Que tipo de ser humano é você? Não gosta de gatinhos?

— Nada contra, só não quero eles perto de mim.

Abro a minha boca, estupefata. Nada contra? Que tipo de monstro ele é para não gostar de gatinhos? São uma das coisas mais fofas desse mundo todinho. 

— Olha... senta aqui do meu lado. — Peço me sentando na cama com um sorriso nos lábios, deixando o gatinho, que se espreguiça, em meu colo. — Me dá a sua mão... olha como ele é macio e gosta do seu carinho. — Murmuro enquanto consigo ouvir o ronronar do gatinho, fazendo Pedro acariciá-lo. 

— Ainda não gosto. — Diz ele, tirando a sua mão.

Mas não me importo! Eu amei! 

Levanto o gatinho até a altura dos meus olhos, sentindo o meu coração se aquecer ao perceber como ele gosta do meu carinho, miando logo em seguida.

— Ele é bem peludo. O que acha de bolinha de pelo? 

— Isso nem é um nome!

— É claro que é! — Exclamo ainda sorrindo, brincando com o pequeno gatinho em meu colo. Pedro parece indiferente quanto a isso, apenas me observando. — Ele é tão fofo, não é? Mas o que ele vai comer? Meu Deus... você está o guardando desde que chegou? Ele deve estar com fome... 

O meu coração se comprime em meu peito ao pensar que ele pode estar sentindo dor. 

— Tem ração para ele na varanda. Coloca ele lá. — Diz Pedro claramente querendo se livrar do animal.

Eu faço um biquinho, sem conseguir acreditar em como ele pode ser tão sem coração. 

— Não pode! E se ele pular e morrer? É melhor deixar ele num cantinho aqui no quarto. — Digo já me levantando, vendo Pedro revirar os olhos, impaciente.

Caminho até o canto do quarto onde preparo um lugar quentinho para o mesmo, que inclusive, gosta de ficar se esfregando em mim. Coloco um pote com comida que Pedro me indicou e me sento ao seu lado, querendo passar a noite toda brincando com ele. Eu poderia até mesmo dormir aqui. 

— Você parece uma criança. Eu vou tomar banho. 

Sorrio ao vê-lo passar por mim, em direção ao banheiro. Não me importo se é isso o que ele pensa de mim, nada pode apagar o que estou sentindo nesse exato momento. Consigo imaginar quando eu voltar para minha casa... definitivamente vou preparar um cantinho para ele ao lado da minha cama. Vou ter que aprender a como cuidar de um gato... 

Falando em casa...

Me pergunto como será quando eu finalmente voltar. Meu pai estará realmente mudado? E o que eu vou fazer da minha vida? De repente Pedro se tornou tão diferente... me trouxe algumas regalias que eu não vou poder ter quando voltar. Sem falar que, mesmo que o meu pai consiga pagar os mil reais, eu terei que trabalhar junto com ele durante muito tempo para conseguir quitar o resto da dívida. Como vamos conseguir nos sustentar? E quando eu voltar para escola, eu... o que vou fazer da minha vida? E o mais importante... como será a nossa relação dentro de casa?

VENDIDA - CRIMINOSOS EM SÉRIE - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora