Capítulo 15 - "Garantia de quê?"

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☑ Alerta Gatilho! Esse capítulo contém conteúdo sensível!





Capítulo 15

Já parou para pensar que as coisas que não te fazem falta, na maioria das vezes, você nunca experimentou? É como dizer que não gosta de chocolate, sem nunca ter provado. Conexões fortes, ligações inquebráveis, olhares impenetráveis, sentimentos saudáveis, sensações à flor da pele; são coisas que eu afirmaria não sentir falta, mas em contrapartida, eu nunca soube o que é isso. 

Nunca soube como era ser beijada daquela forma, sentir borboletas no estômago apenas por um toque malicioso. Nunca senti o meu corpo pulsando, desejando ser tocada como me senti na última noite, e o fato de eu ter apreciado isso, me fez ir para cama com a consciência pesada, me julgando por ter achado tão bom ter ficado nos braços daquele homem… Aquele que eu tenho que manter longe de mim. 

Foram horas de remorso até que eu pegasse no sono, mas quando isso aconteceu, lá estava eu… sonhando que estava mais uma vez naquela piscina. As sensações eram absurdamente reais, com todos os meus sentidos atentos, como se quisessem sentir o mesmo de antes. Eu não gostei nada disso, mas ainda não ganhei o poder de controlar meus sonhos.

Então lá estava eu, sentindo o meu corpo leve na superfície da água enquanto uma brisa fria percorria o meu rosto. A lua continua tão bela quanto a noite, e mais uma vez… tudo estava se repetindo. Não demorou muito para eu sentir a sua presença… literalmente em meu corpo, como a sua língua deslizando pelo meu pescoço, os gemidos que escapavam pela minha boca, o quanto eu desejava ser tocada… tudo isso estava gritando dentro mim, e eu apenas queria mais e mais, sentir mais uma vez minhas mãos naqueles cabelos macios, minhas pernas ao redor da sua cintura e suas mãos apertando o meu corpo.

Pela primeira vez na minha vida, eu fiquei excitada, e pela manhã, já com a consciência pesada, tive que pressionar minhas pernas uma na outra, em busca de aliviar a tensão que se encontrava ali no meio. 

Tentei me convencer que não era culpa minha, até porque nunca soube como controlar um sonho, e as reações que tive logo pela manhã, foram apenas os hormônios, e como tenho dezessete anos e nunca fui tocada daquela forma, eu ficaria daquele jeito se fosse qualquer outra pessoa. Ao menos foi o que eu tentei me convencer. 

Quando eu me levantei da cama e olhei no celular, fui surpreendida por mensagens de um número desconhecido. Quando abri as mensagens, sentindo uma pressão em meu peito, eu logo identifiquei quem estaria às enviando.

"Desculpe", "Precisamos conversar", "Eu sei que errei com você, mas por favor, eu juro que tenho uma explicação".

Ela foi ameaçada por ele? Porque caso contrário, nada que ela me disser servirá como um motivo para explicar suas ações. Eu pensei que ela era a única pessoa na qual eu poderia verdadeiramente contar, e até a chamei de amiga pelos anos juntas e o tanto de coisas que passamos e compartilhamos uma com a outra. Mas parece que nada daquilo era de verdade para ela… então mesmo que eu odeie pensar que para sempre serei uma pessoa solitária, isso é melhor do que ter ao meu lado, pessoas que irão me trair. 

Então apenas ignorei a mensagem…

Tomei o meu banho e após colocar um vestidinho, eu desci para tomar café, já acostumada com a liberdade que eu tinha quando Pedro passou a semana fora. Eu sequer estava lembrando disso, que ele tinha voltado, então quando me sentei no balcão da cozinha, passando manteiga em meu pão, eu estava tranquila, apenas aguardando pela chegada de Mia. 

Eu me encontrava sentada de costas para a porta de entrada quando ouvi ela abrir. Meu corpo congelou quando a possibilidade de ser Pedro, passou pela minha cabeça. Eu não queria ter que encontrá-lo justo nesse momento, olhar em seus olhos seria uma tarefa difícil e ele provavelmente falaria algo para me deixar perturbada. 

VENDIDA - CRIMINOSOS EM SÉRIE - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora