Capítulo 7 - Um grito de socorro.

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☑ Alerta gatilho!




Capítulo 7


A noite pode ser extremamente agradável e calorosa quando se tem um lar, mas notei que a noite é assustadora no momento em que percebi estar abandonada. Até os mínimos barulhos me amedrontavam, mas nada comparado com o quanto eu temia a maldade que existe dentro dos seres humanos.

Lágrimas deslizam incessantemente por minhas bochechas, sentindo o ar frio pela minha pele enquanto corro loucamente até a casa que já consigo avistar. Eu não sei explicar como, mas depois do que me aconteceu, mesmo com as feridas nos joelhos, braços e cabeça e o vestido parcialmente rasgado, eu ignorei a dor e dei lugar ao medo. Corri por vários minutos sem parar ou diminuir o passo, apenas chorando enquanto parecia que teria uma parada cardíaca a qualquer momento. 

Quando vi a casa no meio da floresta, chorei ainda mais de alívio, não sabendo ao certo se já havia se passado uma hora. Mas até o momento, eu não tinha levado nenhum tiro. A porta da frente não estava trancada, por isso entrei buscando por ar, sentindo-me tonta e pronta para desmaiar a qualquer instante. Porém me deparei com Lucas que pareceu estar prestes a sair da casa.

Seus olhos se abriram de surpresa ao me ver.

— Eu estava indo atrás de você, Emma… — Ele murmura baixinho, passando o olhar pela minha roupa.

Quase que imediatamente após Lucas falar, Mia e Pedro que estavam do outro lado da sala, ambos de costas discutindo, se viram na minha direção. Mia exclama horrorizada ao ver o meu estado e Pedro que está com um copo de bebida na mão apenas franze o cenho como se o meu estado o desagradasse. Isso é culpa dele! Tudo o que me aconteceu essa noite foi porque ele me deixou sozinha no meio da floresta, machucada e passando mal. 

Mordo o meu lábio abaixando a minha cabeça para chorar. Fora o corte na minha testa causado por Pedro, meus joelhos estão sangrando, minhas mãos machucadas e eu tenho sangue espalhado pelas minhas pernas. A frente do meu vestido está rasgada quase por completo. Não é muito difícil imaginar o que pode ter acontecido comigo… E eu o odeio!

— Emma… meu Deus. O que aconteceu? — Mia se aproxima com a mão na boca, mas eu não consigo parar de chorar.

Eu não quero que eles me vejam assim! Eu não quero que ela me olhe dessa forma. Eu… não… sou… ninguém. Não sou nada além de uma garantia.

— Droga, eu não deveria ter deixado… — Lucas murmura para si mesmo, se virando de costas exasperado.

— Você deve tê-la persuadido a beijar! Como pode ter colocado ela nesta situação? E você Pedro, o que passa na sua cabeça para ter deixado ela sozinha no meio da noite? Sabe lá o porquê dela estar tão machucada… — A voz de Mia fraqueja no final, quando ela se vira mais uma vez para me observar, com pena estampada em seu rosto.

— Eu quero ficar sozinha. Eu vou para o quarto!

Saio correndo em direção ao quarto, porém antes que eu pudesse subir as escadas, não me passou despercebido o olhar que Pedro me enviou. Por um segundo… por um segundo ele me pareceu preocupado. Mas do que adianta agora ele estar arrependido? Isso não vai mudar o que aquele homem asqueroso fez comigo no caminho.

Tiro o vestido desesperadamente, sentindo todo o meu corpo doer por conta dos machucados e me ponho na frente do espelho, observando o meu corpo semi nu enquanto as lembranças me atormentam. Pelo reflexo do espelho, posso ver marcas de cortes pela minha barriga, e essas são as que eu fiz em mim mesma em momentos difíceis. Eu jurei em nome da minha mãe que não faria nada como isso novamente. 

VENDIDA - CRIMINOSOS EM SÉRIE - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora