Capítulo 43 - "Eu te amo"

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Capítulo 43

No começo, eu não compactuava com a ideia de que só conseguimos realmente viver, com todas as emoções e sentimentos que a vida nos oferece, quando somos amados por alguém, como se o mundo fosse criado para duas pessoas, não para uma. Mas... após tantos anos isolada, sem compartilhar meus verdadeiros sentimentos e me afogando ainda mais na minha depressão, eu finalmente entendi o que essa frase quer dizer...

Só vale a pena viver quando somos amados por alguém.

Onde está a graça da vida em voltar para casa e ninguém sentir a sua falta ou lembrar de você? Onde está a graça da vida em sair e não ter com quem se divertir? Onde está a graça em passar por problemas e não ter ninguém que possa lhe estender a mão ou só enviar uma mensagem de carinho? Não há graça nenhuma em viver sem ser amada...

Não tinha graça quando eu ficava doente e não havia uma única pessoa para me ajudar, quando eu chorava por necessidade de abraços e de ganhar um espaço no coração de alguém. Não tinha... na verdade era extremamente doloroso ter que lidar diariamente com a solidão. Sem ter com quem conversar... olhar ou sorrir. 

Então é estranho olhar para mim mesma agora e me ver rodeada disso. Mesmo que seja rodeada de caos... eu gosto mais do que a solidão. 

— Você está pronta? — Questiona Pedro chegando no quarto, onde eu estava arrumando as coisas do meu gato para ele poder ir de forma apropriada no helicóptero. 

— Sim... pode levar ele? É um pouco pesado... — Comento e Pedro assente, pegando a caixa de transporte para pet. 

— Não acho que vai precisar manter ele dentro dessa caixa, mas vamos logo, o sol já está prestes a se pôr. — Diz ele segurando a minha mão, me puxando para fora do quarto após eu pegar a minha mochila, com algumas das minhas roupas. 

— Eu nem ouvi o helicóptero chegando. — Comento a toa, encarando o relógio de pulso que Pedro me emprestou, que marca o final da tarde. 

— É porque ele não chegou. 

Ergo a minha sobrancelha, curiosa diante de suas palavras, porém deixo que ele me guie até o andar de baixo, mesmo que eu não entenda como iremos voltar. Se é que ele realmente pretende voltar. 

— Aí meu Deus... — Exclamo desacreditada quando ainda na escada, meus olhos capturam a imagem do enorme e lindo barco parado na borda do mar, como se estivesse esperando pela gente.

Como isso do nada surgiu aqui? E quanto custa um iate desse porte? É extremamente grande e luxuoso...

— Vamos conseguir um pouco de paz. No helicóptero não teríamos muito tempo para aproveitar, sem falar que... assim que eu chegar, vou ser nocauteado pela quantidade de coisa que vou ter que resolver. 

E eu consequentemente também sofrerei as consequências...

Por isso, lanço-lhe um sorriso, extremamente agradecida de que ele já esteja tão preocupado em termos um tempo só para nós dois. 

Quando eu entro no iate, eu fico maravilhada apenas pela sensação que é estar pisando em algo tão caro quanto isso. Sem falar na beleza e decoração... 

— Olha bolinha, aqui você vai poder andar livremente. — Tiro o meu gato da caixa, deixando-o andar livremente pelo interior do barco.

Ele parece ficar feliz e estar conhecendo o lugar, porém logo pula no sofá, se espreguiça e deita.

Como meu gato pode ser ainda mais preguiçoso que eu?

Mordo o meu lábio inferior, sentindo o meu coração acelerar ao olhar todo esse luxo num único lugar, e imaginar Pedro e eu passando a noite aqui... tão confortáveis e com um clima romântico... pensar sobre isso faz o meu coração saltar!

VENDIDA - CRIMINOSOS EM SÉRIE - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora