Capítulo 6 - Vou morrer?

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Capítulo 6

Quando os lábios de Lucas encostaram nos meus e suas mãos apertaram a minha cintura, me senti como uma personagem de filme adolescente, onde as pessoas se beijam pelo simples fato de gostarem de beijar.

Talvez não seja uma inverdade que eu seja uma personagem de um filme. Quer dizer, qual a chance de uma adolescente normal ao mesmo tempo que estranha e problemática, ser raptada no meio da noite e agora estar beijando um dos seus sequestradores apenas para ter uma chance de escapar? Talvez eu seja a típica personagem que morre e leva um grupo de adolescentes a investigaram seu misterioso assassinato. Porém mesmo sendo difícil dizer, quem se importa comigo a esse ponto?

Levo minha mão até o peito de Lucas, sem impedi-lo e sentindo-me envergonhada por pensar que mesmo com tantas coisas desastrosas acontecendo na minha vida, o seu beijo definitivamente não se encaixa entre elas.

A sua língua tem um gosto peculiar e ao mesmo tempo familiar. É bom e ao mesmo tempo ruim. Posso presumir que seja o gosto de alguma bebida com um gosto doce, e me convenci que o gosto do álcool é o motivo pelo qual o seu beijo está sendo tão agradável.

Quando eu estava prestes a levar minha mão até seu pescoço, gostando da sensação, Lucas que estava com seu corpo praticamente colado ao meu, de repente foi arremessado para longe de mim, me assustando. Quando abri os meus olhos me deparei com Pedro em cima de Lucas, o socando repetidas vezes no rosto. Foi nesse instante que eu percebi que ferrei a minha vida. Se ele está tão furioso com o próprio amigo, o que será de mim?

— Ai meu Deus! PARE! Pare de bater nele! — Gritei partindo para cima de Pedro, decidida a fazê-lo parar mesmo sabendo das chances de eu sair machucada. — Por favor! Pare com isso!

Choramingo tentando o puxar pelo ombro. A sua força é assustadoramente grande, mesmo assim não dou para trás e sou empurrada com muita força, quase perdendo o equilíbrio das pernas.

Enquanto tento me reerguer e gritar por ajuda, vejo Pedro levantar e limpar o nós dos seus dedos sujos de sangue com um lenço. Apavorada com o possível estrago no rosto de Lucas, corro até ele, notando como ele parece machucado, porém não tanto quanto eu pensei, apenas parte dos seus lábios sangram. É quase como se Pedro tivesse feito esforço para não machucá-lo tanto.

— VOCÊ! — Pedro grunhe, trancando o seu maxilar enquanto me fuzila com o olhar. Eu sinto um calafrio de pavor percorrer a minha espinha, e praticamente entro em choque. — Você vem comigo!

Ele segura o meu braço com força e me puxa na direção dos carros, onde não há ninguém. Porém dentre tudo isso o que mais me deixa assustada é o sorriso nos lábios de Lucas, como se estivesse testando Pedro e a sua reação o satisfez. Eu não posso estar ficando louca!

Pedro me joga dentro do carro, no banco do passageiro e segundos depois entra no banco do motorista, ligando o carro e dando partida, onde já sinto a minha visão embaçar pelas lágrimas.

Me sinto tão assustada, mas não quero chorar aqui! Ao meu lado ele parece estar exalando ódio, o que me confirma o que Lucas havia me dito. Pedro é possessivo! Não importa do que se trata ele gosta de ter controle sobre, e isso me assusta.

— Sua pequena vadia! Foi só eu virar as costas que você já estava se jogando em cima do meu amigo! — Ele murmura com desdém notável em sua voz quando começamos a percorrer a estrada na floresta, como se eu devesse algo a ele. — Achou que se o seduzisse conseguiria sair daqui?

Arfo desacreditada, entendendo cada vez mais o que Lucas quis dizer sobre o seu lado controlador.

— Você está me ofendendo! Eu não estava tentando o seduzir, não é como se eu fosse tola o suficiente para achar que ele se apaixonaria por mim depois de um beijo! — Exclamo me sentindo cada vez mais alarmada.

VENDIDA - CRIMINOSOS EM SÉRIE - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora