12- Mas depois eu nego

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DRAKE MACKENZIE

   Desde o momento em que eu cheguei em casa, comecei a me sentir completamente nervoso, eu não sabia o que meu pai havia conversado com o Senhor Cadman, e nem o que ele havia resolvido depois da tal conversa, por isso preferi pensar positivo, e torcer para que o meu pai não comentasse com a minha mãe que eu estava com o Andy.

Não sabia como estava indo as coisas com ele, talvez tivesse problemas com a sua mãe, ou talvez não, ele sabe mentir muito bem, e o seu pai estaria lá para acobertá-lo, caso algo saísse do controle, mas não poderia simplesmente deixar de ficar preocupado, eu só conseguia pensar nele, e se estava tudo bem, até mesmo cheguei a cogitar uma carta, mas não, seria muito arriscado.

Sentei-me no sofá, deixando meus pensamentos voltarem na noite de ontem, e como ela foi incrível, Andy foi tão carinhoso a cada segundo, perguntando se eu me sentia bem. Se eu tivesse em condições de dizer frases inteiras naquele momento quente, eu diria que nunca estive tão bem em toda minha vida, e era verdade, ele conseguiu me proporcionar a felicidade extrema, mesmo que nessa manhã tenhamos acordado com os nossos pais conversando.

Fui tirado dos meus devaneios quando a minha mãe se sentou ao meu lado, fazendo minha atenção ir a ela, e sua expressão não estava muito amigável, o que me fez imaginar que aquele era o momento em que eu veria a minha vida passando diante dos meus olhos, mas talvez não devesse me precipitar, minha mãe está sempre com essa expressão de quem odeia o mundo.

Ela respirou fundo, parecendo tentar manter a calma, e lentamente virou o seu olhar para mim.

── Eu não quero fazer disso uma grande balbúrdia, então me responda com sinceridade ── pediu ainda calma, e eu assenti, já me sentindo nervoso. ── Você está se encontrando com aquele menino? ──

── Desculpe, mamãe, não posso ser sincero quando não sei de quem fala ── aquela era apenas uma provocação, para que dissesse o nome que era temido nessa casa.

── A-and...Andy Cadman ── disse rapidamente, mas relutante inicialmente, o que me fez rir baixo.

── Não estou me encontrando com o Andy, ele se quer gosta da minha companhia ── dei de ombros, me encostando no estofado. ── Por que acha isso? ──

Ela pareceu se alterar repentinamente, o que me deixou com um pouco de medo, eu não sabia do que a minha mãe era capaz a essa altura.

── Acha mesmo que eu sou boba, Drake? Sei muito bem que anda encontrando aquele menino insolente ── bradou irritada, fazendo meu coração acelerar... não do modo bom. ── Me responda! Está se encontrando com ele? ──

── Estou. Eu estou me encontrando com o Andy todos os dias ── respondi, sentindo meu coração apertar por saber o que viria a seguir.

── Nunca mais irá voltar a vê-lo, está me ouvindo? NUNCA MAIS! ── e o meu mundo desabou.

A mulher se levantou e saiu, e eu fiquei paralisado onde estava, sentindo meus olhos lacrimejarem.

Podia ouvir as batidas do meu coração, no mesmo instante em que as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

Deveria não ter medo da minha mãe, assim como não tenho do meu pai, mas Amélia Mackenzie não dá a mínima importância para o que vou dizer a todos sobre o meu pai, e eu não tinha jeito de fazer com que ela repensasse o que havia acabado de me dizer.

Era isso.

Se quer consegui conquistar o Andy completamente, e já estava a um passo de perdê-lo.

  Mais uma vez alguém me interrompeu, dessa vez não era a minha mãe ou o pai, e até mesmo era bom, não queria vê-los tão cedo, isso tudo é demais. Quem estava diante de mim era a tia Jane.

Cartas para Andy Cadman [LGBTQIA+]Onde histórias criam vida. Descubra agora