Três.

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                             Andryeli 💝

O dia amanheceu e eu acordei super cedo, na verdade nem consegui dormir direito. Minha ansiedade tava à milhão, só pra reencontrar os meus primos, tias e tios, meu pai, meu irmão e todos da família.

Por mais que eles sejam difíceis de lidar, eu sou muito grata por tê-los comigo, porque sei que no fundo só querem o meu bem!...

Tati: Não posso chorar. - Estávamos saindo da Cidade Alta e eu iria voltar de Uber, minha tia precisava trabalhar.

Sutz: Você sabe que eu odeio despedidas. - Meus olhos já estavam ardendo.

Murilo: Falando assim parece até que alguém morreu. - O marido dela riu. - Vocês irão se ver sempre, porém não com a mesma frequência. - Tentou amenizar a situação.

Tati: Isso já é demais. - Ela é muito apegada a mim, nós sempre nos demos bem!

Sutz: Prometo voltar aqui qualquer dia desses pra passar a tarde com vocês. - Sorri fraco pra ela, mas só eu e Deus sabíamos como meu coração estava naquele momento.

Tati: Eu vou cobrar ein. - Sorriu de volta.

Murilo: Será sempre bem-vinda e muito recebida. - Terminou de colocar minhas malas no Uber.

Tati: Não se esqueça da nossa conversa. - Me lembrei de tudo o que ela me falou ontem sobre não deixar se levar e assenti com a cabeça.

Ao terminar de me despedir deles, eu olhei uma última vez pras casas daqui, sentindo meu coração já pulsar de saudade. Vivi muitos momentos bons nesse lugar, ele me amadureceu demais e com certeza voltarei!

Olhei pra frente e vi o Raro, ele estava junto de uns meninos com o fuzil cruzado no peito. O mesmo soltou uma risada pra mim e eu não me contive, sorri de volta.

Por mais que ele tenha errado muito nessa vida, sempre fez bastante coisa pela Cidade Alta e Cordovil inteira. Se não tivesse tanto envolvimento no crime, com certeza nos daríamos  melhor!!

                                    (...)

Kaira: Ai meu Deus! Olha quem tá aqui. - Havia chegado na Penha e a Kaira estava no portão junto com a minha família, me esperando. Ela veio eufórica me abraçar e nós comemoramos.

HG: E aí. - Meu primo me abraçou e eu sorri ao me lembrar das vezes que ele ia atrás de mim e da Kaira. Ele é envolvido no tráfico da Penha e sempre que eu e ela dávamos fuga, esse garoto era o primeiro a saber e surtava por isso. Digamos que ele é muito ciumento, principalmente com a irmã...

Rosana: Minha filha... - Minha mãe veio me abraçar e eu deixei algumas lágrimas caírem ao sentir o seu toque.

Sutz: Que saudade, mãe! - Ela beijou o topo da minha cabeça e eu me soltei, olhando na direção do meu irmão, que veio correndo até mim. - Saudades de você também, feio. - Baguncei seus cabelos.

Léo: Você vai morar com a gente de novo? - Eu assenti e ele ficou todo feliz. O Léo tem 10 anos, menino todo cheio de Deus e inteligente.

Rogério: Paz do Senhor, minha filha. - Meu pai me abraçou e eu dei a bênção a ele.

Sutz: Paz, pai. - O abracei, nos soltamos e ele me olhou meio estranho. - O que foi? - Sorri.

Rogério: Poderia ter colocado uma saia maior. - Minha saia estava batendo no joelho, porém me esqueci que meu pai só aceitava as que eram à baixo dele.

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