Talibã🚩
Cada bandido estava em seu devido lugar, portando sua arma, porém todos possuíam o mesmo destino. Sabe quando se é criança e você espera ansiosamente pelo dia do seu aniversário? Aquele dia que tu vai ganhar presentes, ou um abraço de uma pessoa querida, um dia especialmente seu? Então, hoje eu estava assim. Pode até soar como algo amedrontador se for colocar em pauta o motivo dessa minha felicidade.
Eu perdi minha irmã da forma mais covarde que poderia existir e pretendo me vingar da mesma maneira. Priorizo muito a vingança, principalmente com os que merecem ela.
Talvez não se vingar fosse a melhor vingança. Vai ver realmente é, mas não nessa ocasião... Eu fervia a ódio, exalava raiva e fúria. Creio que até a criatura mais temida teria medo de mim nesse momento.
No meu ponto de vista não tem sangue melhor a ser derramado do que o dos meus inimigos. O sangue, a dor e sofrimento deles é o alimento que meu corpo necessita para sair do lugar, e hoje eu finalmente poderei ter isso, pelo menos era o que eu pensava até surgir o maior dos empecilhos... O sumiço da irmã de um dos nossos paralisou todos, e a missão que era em prol de um só objetivo, se tornou de dois.
Os moleques do Alemão sempre me fortaleceram. Não que eu precisasse desse fortalecimento, porém sei reconhecer os meus e o que fazem por mim.
Eles eram bem treinados, difícil nego conseguir tirar os mesmos pra bobo, não é à toa que eu os procurei para executar essa missão comigo.
Nós nos juntamos a favor de matar dois coelhos com uma cajada só, era um pelo outro e todos por mim.
Montamos a melhor estratégia, com os melhores soldados e fomos até o local rastreado. Não foi nada fácil, gastamos horas e mais horas tentando buscar algum sinal, alguma mísera pista que nos levasse até a garota.
Assim como todos os planos, o nosso tinha tudo pra dar certo ou para dar errado. Digamos que ficamos no meio a meio; conseguimos recuperar a menina, porém tivemos uma perda.
É aí que entra nossa fraqueza; a perda! Perder quem amamos é como dar um tiro no nosso próprio peito. A sensação que a perda traz é horrível e totalmente cruciante.
Trem Caro: Colete à prova de bala, chefe. - Estendeu um para mim e eu coloquei. - Quer que eu fale com ele? - Neguei ao ver como o moleque estava abalado no chão.
Talibã: Mete teu pé com os outros e deixa o principal comigo. - Ele afirmou e eu dei meu último aviso, mandado não permitirem que o resto do caras fugissem. Fui até o mano e toquei em seu ombro, que estava sujo com o sangue do outro amigo que havia tomado tiro. - Tira ele daqui, ainda dá tempo.
Portuga: Deram um tiro de escopeta nele porra. O cara caiu no chão como se a vida dele valesse de nada. Eu dei meu melhor e não adiantou caralho nenhum. - Largou sua arma no canto da porta.
Talibã: Sua garota tá viva, isso já é um começo. - Ele assentiu. - Você entrou nessa vida sabendo dos amigos que perderia, das batalhas que enfrentaria. Essa é a consequência! Tu é foda, moleque bom. - Deixou lágrimas rolarem de seu rosto e eu o ajudei a se reerguer. - Agora rala peito com ele desse lugar.
Podia ver como o garoto estava se sentindo incapaz de não ter protegido seu parceiro das balas, mas ele não tinha muito o que fazer, a vida é injusta quase sempre.
Portuga: E você? - Indagou eufórico, levando o corpo do mano pro lado de fora. No fundo ele sabia que não tinha mais jeito, porém lutou pelo amigo até o final.
Precisamos ser mais rodeados de pessoas assim, que lutem por nós até o fim!
Talibã: O outro cria levou sua irmã, eu e minha contenção assumimos daqui. - O Portuga entrou em um dos carros e saiu com ele disparado, indo rumo ao hospital.
Mete Ficha: Bora avançar, Talibã? - Chegou pra perto de mim. - Tá geral lá dando tiro desesperado, Trem Caro já fez a parte dele. Tu quer avançar ali pela zona de baixo? Qual vai ser?
Talibã: Avança pra baixo e para no meio, quero ver a cara dos filhos da puta. - Nós fizemos de acordo com o combinado e seguimos os mesmos passos. A contenção que o Trem Caro me deixou era forte, então demos conta do recado...
Ruanzin: Tá todo mundo ali. - Chegamos na zona de baixo e deixamos trilhas de corpos pelo caminho. Eu me aproximei de um por um, sentindo repulsa que finalmente minha irmã ia ter sua morte vingada.
- Talibã... - Sua voz saiu num sussurro e quando o mesmo levantou a cabeça, eu pude visualizar seu rosto. - Sua briga não é comigo, cara. - Cada palavra saía falha, era como se ele estivesse me pedindo misericórdia cautelosamente.
Talibã: Minha briga se tornou com você desde o momento que seus homens se juntaram para praticar covardia com a minha irmã. - Me ajoelhei na sua frente, vendo sangue ser escorrido pela sua boca. - Ninguém que mexe com os meus sai vivo pra contar história. - O Ben10 me passou sua faca especial, aquela que utilizamos apenas em homicídios espetaculosos.
BS: Me matar não vai te livrar disso. Eu já disse que essa briga não é comigo, caralho. - Dei um soco no seu nariz, sentindo seus ossos se quebrando.
Mete Ficha: Você e eles estavam no vídeo, vocês são os causadores dessa porra. - Apontou sua arma na direção da cabeça de um dos 4 caras que haviam aqui e disparou, assustando os outros. - Já explodi os miolos de um... Quem vai ser o próximo?
Eu me sentia vitorioso pela morte deles, ver seu sangue e seu suor serem derramados bem nos meus pés era algo magnífico.
Talibã: Deixei o melhor pro final. - Em um estalar de dedos, seus familiares próximos foram postos na sua frente.
BS: Minha mãe não tem nada a ver com isso, seu cuzão filho da puta. - Rangiu os dentes.
Mete ficha: Ela e teus filhos vão comer chumbo também. - Eu estendi uma caixa pra ele, abrindo a mesma bem na sua frente e mostrando a cabeça de um dos seus filhos mais novos, como se fosse um troféu pra mim. - Fica de recado pra mostrar que aqui não tem ninguém brincando de polícia e ladrão. Com a gente a bala come solta de verdade, seu pela saco do caralho.
Uma criança tão dócil, porém tendo seu futuro arrancado pelas minhas mãos, assim como o da minha irmã foi pelas deles.
BS: Desgraçados. - Seu ódio tentou fazer com que o mesmo se soltasse, mas foi falha essa tentativa inútil.
Talibã: Qual foi neguinho? - Dei uma coronhada nele. - Tu é brabo pra tuas putas, pra mim você não é porra nenhuma. - Ele até hesitou em falar, mas eu enfiei a faca na sua barriga quatro vezes, sentindo seu sangue jorrar para tudo que é lado.
Não expressei o mínimo de piedade ao ver aquela cena; seu corpo junto com o de seus filhos, mãe e fiel assistindo tudo de camarote. O choro delas era a simbologia e certeza de que quem entra no meu caminho, nunca se dá bem.
Ben10: O que eu faço com elas e o resto? - Me Indagou antes de eu me retirar daquela cena.
Talibã: Vou te dar as honras. - Joguei a faca pra ele, que teve um bom reflexo e a pegou no mesmo instante. - Quero todos esses corpos queimados, faz o que quiser com o resto.
Mete Ficha: Você acha que cravamos uma guerra? - Me indagou ao sairmos dali.
Talibã: Eles cravaram primeiro, pegando nossa irmã e fazendo tudo aquilo. Se alguém tem que ter medo, esse alguém não sou eu, muito menos você. A mesma disposição que eles tem, eu também tenho, seja pra matar ou morrer. - Entramos no carro e eu dei a partida. - Não sou indestrutível, mas também não deixo ninguém me tirar pra otário, nunca fui um covarde. Não tô de agora no crime, esse mundo me abraçou desde novinho, não é qualquer putinha que vai chegar e broncar o terror que quiser.
Odeio mostrar remorso, até porque isso eu não tenho há muito tempo. Poucas foram as pessoas que conseguiram arrancar algo bom de mim.
Tudo que me restou foi vestígio de sentimentos falidos e humilhações desgastosas!
Amar dói, e é cansativo pra caralho também. Prefiro uma vida assim, sem reféns sentimentais.
Minha frieza é a minha proteção, e tudo que se desvia disso, eu tiro do meu campo de visão!
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Ambição
FanfictionTrês mundo, três histórias. Andryeli se vê no meio de relações conturbadas e perigosas. Ela, que sempre foi uma jovem devota de suas crenças religiosas e convicta em suas ideias direitistas, é confrontada com sentimentos avassaladores ao se envolver...