Ambição

Vinte.

                             Andryeli 💝

Kaira: Vou bater o portão na tua cara, tô avisando. - Estávamos em frente de casa quando o Ávila chegou junto de mais um menino pequeno. - Deixa de ser irritante garoto. - Fez careta enquanto o mesmo continuava com a insistência.

A Kaira era fiel dele, mas o moleque foi um idiota, engravidou a amante e botou ela pra morar na mesma casa que minha prima.

Ávila: I daí que eu vacilei? - Gesticulou. - Eu mudei! Volta pra mim, preta. - Ela suspirou tentando manter a paciência que ainda restava.

— Tá se humilhando irmão. - A criança fez careta e ele tentou chegar perto da nossa entrada.

Kaira: Vai pra merda, Felipe. - Empurrou ele pra fora. Eu queria muito rir dessa cena, mas sabia que não era o momento.

Talibã: Tá fazendo o que aqui? Tu tem aula hoje. - Surgiu na nossa direção e chegou pra perto do menino.

— E perder esse mano passando vergonha? - Cruzou os braços. - Vou nada parceiro. - Negou com a cabeça, debochando daquele alvoroço.

Ávila: Rasga pra escola, criança. - Estirou língua pra ele, que retribuiu com o dedo do meio.

Sutz: Seu filho? - O Talibã assentiu e eu nem fiquei surpresa. Minha mãe já tinha comentado e era de se esperar pela idade que ele tem. - Sua cara mesmo. - Sorri pro garotinho, que soltou um beijo no ar pra mim e logo em seguida me chamou de "tchuca".

Talibã: Faz teu caminho, compadre. - Deu um toque no Ávila.

Ávila: Na melhor forma a gente acerta isso, Kaira. - Saiu inconformado.

O cara fez o que quis com a menina e ainda exige ser ouvido, depois de 4 anos...

Kaira: Porra, tô cansada. - Eu franzi a testa ao ouvir aquele xingamento saindo de sua boca. - O que foi? Tô cagada, ou você que nunca ouviu um palavrão?

Sutz: Relaxa aí gata, não vem descontar tuas desilusões com o AL em mim. - Me sentei no sofá e apoiei meu prato com melancia entre as pernas.

Kaira: Foi mal nega. - Passou a mão nos cabelos e pegou um pedaço de melancia. - Tô estressada porque vi meus pais discutindo ontem quando fui lá, aí agora esse resto de aborto vem querendo fazer essas graças aqui no portão. - Se levantou e fez um coque.

Sutz: Bota limites, cara. - Falei enquanto comia. - Rolou o que com eles? - Me referi aos seus pais.

Kaira: Viram o Hugo fumando maconha no quintal. - Ela foi até a geladeira e pegou a jarra de água, depositando no copo e tomando em seguida.

Sutz: Mas isso não é segredo, o moleque  trafica no movimento aqui da Penha pô. - Meus tios sabiam disso, mas preferiam julgar todo o resto da família e tirar o filho pra santo, coisa que ele não é desde muito tempo.

Kaira: Tu sabe como meus pai são. - Deixou o copo na mesa e se sentou do meu lado novamente. - Parece que quanto mais eu tento ser perfeita pra eles, mais merda acontece.

Sutz: Por isso que agora tô bem de boa em questão de tentar agradar os outros. Depois do que meu pai me disse, eu tive certeza que o problema não estava em mim. .

Kaira: Vou começar a largar de mão. - Esticou as pernas no sofá e deitou no meu colo.

Sutz: Correto! Vai ser eu e tu no mundo, nega. - Ela ergueu seu olhar pra mim e eu sorri. - Temos um emprego e moramos juntas, vamos viver.