Cinco.

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                                    Talibã🚩

Estávamos todos parados, bandido de frente pra policial e policial de frente pra bandido! As armas deles estavam apontadas na direção das nossas cabeças, e a mesma coisa acontecia com nosso armamento.

Talibã: Passa teu papo. - Falei com o Trem Caro, que ficou quieto. - Ein porra, o que que a gente faz? - Meu olhar não desviou em nenhum momento dos canas.

Trem Caro: Quem tá na frente da porra da missão é eu ou tu? - Apertou a arma e continuou fitando os policiais.

Não tem mais saída não vagabundo; ou se rendem, ou perdem a cabeça. - Olhei pra cara dele no puro ódio.

Os caras falam como se tivéssemos opção, sendo que, no fim, nossas cabeças são arrancadas e nosso sangue é derramado de qualquer jeito. Fazem essa porra de ceninha medíocre só pra bancar de pá nos jornais e noticiários, mas no final são farinha do mesmo saco!

A casa caiu. Como vocês mesmo dizem, um dia é o da caça e o outro do caçador. - Soltou um riso irônico e ameaçou apertar o gatilho.

Trem Caro: Se eu fosse você, não faria isso. - O policial que tava de frente na operação ergueu as sobrancelhas. - Tem uma refém lá dentro da joalheria... - Abaixou a arma e eu fiquei olhando pra ver o que ele iria fazer. - Há uma bomba armada ao lado dela, e o controle daquela parada tá aqui. - Tirou uma espécie de dispositivo do bolso. - O papo é um só, qualquer movimento em falso, aquela porra explode com ela e com o bebê que ela tá esperando.

E o que eu saio perdendo com isso? - Tentou se manter firme na conduta. - Se você tá com tanta coragem assim, explode! - Exclamou em um tom desafiador.

Trem Caro: Esses são os policiais que defendem o povo? - Indagou sarcástico e passou a mão no rosto. - Acho que vocês não pegaram a visão do bagulho... Já era! Se aquela mulher morrer, é a cara de vocês que vai estar estampada em tudo que é tipo de jornal, e dessa vez não vai ser como herói. Vamos ver o que o povo vai achar de policiais que deixam uma civil mantida em refém morrer.

O Trem Caro se aproximou do policial, fazendo com que o cano gelado da arma dele ficasse grudada em sua testa.

Trem Caro: Tu pode apertar esse gatilho agora e perder essa postura de bom moço, ou abaixar a porra da arma, pegar a mulher que tá lá dentro e fingir que nunca viu essa cena na sua vida. - Falou sugestivo. - Tá com a faca e o pão na mesa pô, decisão é toda sua. Agora dependendo da escolha, tu vai levar chumbo também...

O Trem Caro tava sendo bem esperto. Menor não estava com medo de nada, passava firmeza tanto na voz quanto na postura. Ele não vacilou o olhar e se manteve encarando a cara dos policiais, que tinham uma arma apontada contra a testa dele.

Moleque é novo mas carrega a disposição que muito macaco velho que tá na pista há tempo não tem.

Os policiais se entreolharam e o de frente deu um comando para todos, fazendo eles abaixarem as armas. Tava tudo muito fácil pra ser verdade...

Agora é a vez de vocês cumprirem com o acordo. - Trem Caro me olhou e eu dei uma risada rouca. É inacreditável como o caráter desses caras é fraco. Se deixam levar por status e dinheiro fácil, igual uma puta.

Trem Caro: Vou te passar isso aqui. - Balançou o dispositivo que tinha o controle da bomba e estendeu pro policial, que foi na maior fome pra pegar, porém o Trem Caro recuou. - Que pressa é essa? Sou bonito, mas meu negócio é mulher. - Gargalhou e olhou pro HG, que bateu radinho pros pilotos. Em questão de minutos eles se aproximaram mais do local, cada um dentro de um carro.

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