Ten

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E é loucura, pura loucura descobrir o quanto é bom sentir os dedos de Meredith
passeando pela minha perna.

Está tão bom que me dá vontade de pegá-la pela mão, levá-la até o banheiro, colocá-la contra a parede e levantar aquela saia. Tão bom que quero descobrir que tipo de calcinha ela está vestindo esta noite e se ela já está excitada enquanto me provoca.

Não. De jeito nenhum. Isso simplesmente não pode acontecer. Não devo pensar essas coisas.

— Por que não vamos ao Museu de Arte Moderna amanhã? — A sra. Forbes propõe à minha mãe. — Addison pretende se estabilizar em arquitetura, ano que vem. — Addison franze as sobrancelhas ao ouvir isso, como se a ideia a desagradasse. — E você pode dar uma olhada nos jardins, Carolyn.

— Mas que ideia adorável — minha mãe responde, sempre diplomática.

— Gostaria de ir conosco? — A sra. Forbes pergunta à Meredith.

— Mas é claro que sim... — Meredith aperta a minha mão. — Eu e Derek estaremos lá.

— Claro que estaremos. — eu concordo, porque, se desse a resposta errada, seria desmembrado sem piedade.

Termino o meu copo de vinho. A conversa acaba tomando outro rumo e o pé de Meredith também, de volta para o sapato dela. Fico aliviado, porque se o simples toque de um pé me deixa a mil, preciso considerar seriamente a possibilidade de ter retornado aos níveis de fetiche sexual da adolescência.

Depois da sobremesa e do café, eu me afasto da mesa com meu amigo Mark.

— Só espero que saiba o que está fazendo.

— Não se preocupe. Vai dar certo.

— Sabe o que mais? Addison está de olho em você agora. Acho que ela já está caidinha.

Addison se levanta da mesa, olhando para o telefone celular em sua mão.

— Não está — eu retruco. — Ela está
enfiada no celular, provavelmente falando com as amigas.

Porém não demora para que eu perceba que meu amigo está certo, porque agora Addison está sem sombra de dúvida olhando na minha direção. Ela crava os olhos em mim e então começa a passar a língua pelos lábios.

Mark ri.

— Já estou vendo as gatas se pegando... — ele faz graça.

Balanço a cabeça em sinal de desdém. Meredith jamais se envolveria numa briga com outra mulher, isso não faz o estilo dela.

Minha noiva passa ao lado de Addison e a garota mais nova olha para Meredith de cima a baixo, como se a avaliasse, preparando-se para atacar. A mão dela se projeta e ela agarra o braço de Meredith. Merda!

Mark tinha razão! A pancadaria está prestes a começar. Fico momentaneamente dividido entre o fascínio de ver os próximos episódios e
o impulso de evitar aquela briga.

— Minha nossa, eu amei os seus sapatos! — Addison diz, com um enorme sorriso de admiração no rosto. — Onde foi que você comprou?

Uh! Addison só estava interessada nos calçados de Meredith. As duas se envolvem em uma conversa sobre moda, roupas e designers, e Meredith esbanja segurança para lidar com a situação.

Eu não sei porque ela não estava muito certa de que conseguiria dar conta do recado. Ela está simplesmente arrasando! É a noiva de mentira feita sob medida para mim.















Meredith dá um longo suspiro e esfrega a testa com a mão.

— Depois desse show todo e desse dia longo, eu preciso de um drinque — ela diz quando entramos no carro. — Ou dois.

— Eu também preciso de uma bebida. — Dou dois tapinhas brincalhões no joelho dela e então peço ao motorista que siga para o centro da cidade. — Honestamente, tenho que te dar nota "A" pelo desempenho desta noite. Foi mais que perfeita.

— Ei, agora sim — ela diz em tom de brincadeira. — Eu estava procurando o meu boletim.

Finjo entregá-lo a Meredith.

Ela, por sua vez, faz que está abrindo e depois o lendo.

— Parece que ganhei "A" em tudo.

Concordo, acenando com a cabeça.

— "A+", na verdade.

Ela dá risada e segura o meu braço.

— Que tal se nós fôssemos ao Gin Joint?
— proponho. Trata-se de um novo bar em Chelsea que tem recebido críticas
entusiasmadas, principalmente à receita do famoso drinque Old Fashioned, que eles preparam com gin.

— Ah, sim. Eu estou de pé desde as seis da manhã — ela responde e projeta os lábios para frente, então fala num tom de voz rouco e sexy. — Mas ainda estou no clima para uma saideira.

Pouco tempo depois, nós atravessamos uma porta vermelha. Entramos em um bar com música suave e sensual, saindo de caixas de som embutidas no teto e sofás de veludo vermelho, roxo e azul-marinho. O lugar tem um estilo que lembra New Orleans — elaborado, escuro e melancólico.

Why me? - Merder Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora