Twenty Two

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/mores, mudei a capa da fic, espero que tenha ficado melhor... vcs gostaram?

Essa fotografia. Eu não consigo parar de pensar no que Mark disse a respeito de Meredith e não consigo parar de olhar para essa foto no Page Six, é como se nela estivessem contidas todas as respostas do universo.

Estou olhando para ela enquanto entro na estação Columbus Circle do metrô. Momentos atrás eu deixei meu taco e minha luva no apartamento do Alex, que fica próximo do parque. Sem tirar os olhos do celular, desço as escadas com certa pressa e tomo o trem que segue na direção do centro da cidade. Seguro-me nas barras de ferro e nesse momento vejo pular para dentro do vagão uma garota, com uma calça verde colada. Por um triz ela consegue entrar antes que as portas se fechem. A garota carrega sacolas nos dois braços.

— Uau — ela diz, aliviada por ter conseguido entrar. Mas a ponta de uma sacola de pano fica presa na porta e a jovem a puxa com força.

Quando consegue soltá-la, seu corpo gira sem controle junto com as sacolas.

Alguma coisa bate com força no meu cotovelo e eu me encolho involuntariamente.

— Ai.

A garota coloca a mão na boca.

— Você está bem? É a minha maionese?

— Maionese? — pergunto, esfregando o cotovelo com a palma da mão enquanto o trem faz uma curva no túnel.

— Eu tenho potes de pesto de maionese nesta sacola. Eu mesma fiz. Vou dar isso para uns amigos. Ah, Deus, será que...? — Há horror em seus olhos quando ela checa o conteúdo da sacola de palha que leva no ombro.

A dor no cotovelo me afligindo e ela verificando o estado dos seus condimentos?

— Não se preocupe comigo. A sua maionese me atacou sem motivo, mas eu não vou prestar queixa — resmungo baixinho, fazendo careta de dor. Ela olha para mim e se dá conta da situação.

— Você está bem? — ela diz.

Faço que sim com a cabeça.

— Sim, estou. Agora pelo menos meu dedão do pé vai ter a companhia do cotovelo...

— A maionese atingiu seu dedo do pé?

— Não, um taco de beisebol atingiu o meu pé ainda há pouco. Parece que os objetos inanimados da cidade resolveram se voltar contra mim hoje — respondo, sentindo a irritação diminuir. — E a sua maionese, vai sair dessa com vida?

Ela faz um aceno afirmativo com a cabeça e abre um sorriso. Nós estamos chegando à próxima parada.

— Sim, ela sobreviveu. Desculpe por ter machucado você.

— Deixa pra lá. São os perigos de se viver numa cidade grande.

A garota olha para a minha mão. Eu ainda estou segurando o meu celular. A foto está bem visível na tela. (foto na multimedia)

— Que casal fofo!

— Ah. Certo — eu digo, levantando o telefone.

— Os dois parecem muito felizes juntos — acrescenta a Garota da Maionese.

— Acha mesmo?

— Definitivamente — ela responde sem hesitar.

— O que acha que o cara deveria dizer a ela?

— Como assim?

— Para que ela saiba como ele se sente.

A jovem abre um largo sorriso.

— Ora, ele devia simplesmente dizer a ela o que está sentindo. Se ele gosta dela tanto quanto gosta de pesto de maionese, deve contar de uma vez.

— Vou levar essa sugestão — digo quando o trem chega ao centro da cidade, mas antes que eu possa perdê-la de vista talvez pra sempre, pergunto:

— Desculpe, como se chama?

— Izzie! — ela me responde simpática, com um sorriso no rosto.

— Certo, Izzie, sou Derek. Espero poder ser atingido por sua maionese uma outra vez. — Ela ri, e eu desembarco do trem.

Sigo pensando no assunto enquanto subo as escadas da estação e saio para a rua. Sei que esta situação com Meredith não é tão simples quanto maionese, e não é apenas porque maionese é uma das comidas de que menos gosto.

O bar está cheio como nunca. Não tenho tempo para pensar, nem para planejar nada. E é claro que não tenho tempo para descobrir o que fazer com os novos pensamentos estranhos que invadiram a minha mente.

Durante o movimento intenso da noite, eu me ocupo de cuidar dos pedidos de compra em meu laptop, contar a Meredith sobre o que aconteceu no metrô e ajudar no atendimento atrás do balcão; enquanto isso, no escritório dos fundos, Meredith estuda algumas ideias para uma nova campanha de marketing. Lexie avisa do balcão, balançando uma garrafa vazia.

— Vou pegar outra — digo, e então vou até o escritório, onde Meredith está empoleirada em uma cadeira reclinável, vestindo jeans e uma blusa de alça. Quando eu a vejo, imagens se congelam em minha mente: a foto em que aparecemos juntos, o pesto de maionese, a pasta de dente, as palavras que ela disse ao repórter na outra noite. Meu coração parece pular em meu peito e eu me pergunto se é essa sensação do coração se acelerando subitamente que faz existirem livros, filmes, músicas e poemas sobres pessoas se apaixonan...

— Ei, oi — ela diz, e a suavidade em seu tom de voz me delicia. Mas o que me arrebata é sua doçura. Essa doçura parece pessoal e reservada apenas a mim.

Sim.

Sim, é por isso que existem livros, filmes, músicas e poemas sobre apaixonar-se por alguém. Olho para Meredith com admiração. Mesmo que a gente ainda não tenha transado neste escritório, nem no bar — embora eu queira fazer isso — eu não estou pensando em sexo agora.

Estou pensando nela e nesse caos de palavras que se instalou na minha cabeça como uma sopa de letras.

— Oi — respondo brandamente e aponto o armário atrás dela. — Preciso de uma Belvedere.

— Eu pego. — ela coloca o iPad na cadeira, levanta-se e estende os braços na direção da porta do armário. Quando ela faz esse movimento, a sua blusa se ergue, deixando descoberta uma pequena parte de suas
costas.

— Você está linda, Mer.

Ela olha para mim e sorri.

— Você também. Na sua casa mais tarde? Ou na minha?

Talvez tudo se resuma a sexo para ela. Talvez ela queira apenas isso e nada mais. Ainda assim, eu preciso saber.

— Em qualquer uma. Tanto faz para mim — respondo.

E no instante em que Meredith abre o armário, eu me aproximo dela silenciosamente, para lhe dar um beijo no pescoço.

Sou então tomado por uma dor aguda quando a porta atinge a minha cabeça em cheio. Eu repito "filho da puta" não sei quantas vezes, porque isso dói pra caralho.

— Ah, Meu Deus, Derek! Você está bem? — ela diz em pânico, com as mãos em meus ombros.

— Acho que você me acerto na cabeça — digo, embora isso tenha ficado bem óbvio e não necessite de explicação.

— Oh, não, Deus... — dessa vez ela sussurra as palavras e fica me encarando.

— O que foi?

— Está inchado, mas não pouco, muito, muito inchado.

Why me? - Merder Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora