Ao chegar na estalagem hospedado, junto de sua guarda pessoal, dez soldados usando armaduras escuras, com um grande símbolo em seu meio uma ave de duas cabeças, nenhum soldado questionou apenas o lorde voltar sozinho, conseguiam imaginar só de observar o rosto dele, que estava pálido, sem nenhuma reação, apenas seguiu em direção ao seu aposento.
Enquanto subia as escadas, a memória do seu companheiro Berne, morto ao seu lado sempre subia a cabeça.
"Luuuk". Escutava uma voz, começa a olhar para os lados, procurando de onde foi chamado, já que a voz era igual ao de seu amante. Sentia um leve toque nas suas costas, ao olhar para trás via Berne em pé, com seu pescoço furado pela flecha, com sangue escorrendo pelos seus olhos, por seu nariz, boca.
---" Você me deixou morrer, você causou isso". A voz dele saia em sua cabeça, começou a caminhar lentamente até chegar no primeiro andar da estalagem, e o Berne o seguia repetindo a mesma frase.
Começa a correr indo em direção ao seu quarto, olhava para trás e o via correr em sua direção, espalhando sangue pelo chão, com a boca aberta gritando ---"LUUUUK", ---"LUUUK".
Consegue chegar ao seu aposento, abre a porta e a tranca por dentro. Coloca o ouvido na porta, mas não escuta mais nada, sem passos, sem gritos, sem vozes, sem Berne, volta ao simples silêncio, só escuta ao fundo conversas vindo da taberna da estalagem.
Dá um leve suspiro de alívio, que era só um delírio de sua mente, e vai em direção ao banheiro para tomar um banho e relaxar a mente, sentia seu corpo desgastado e exausto, sua mente fraca, precisava se revigorar.
A noite cai sobre a cidade, e um de seus soldados vai até sua porta o chamar para fazer uma refeição. Veste uma roupa, bem simples e vai até à taberna para comer. Ao chegar se depara com poucas pessoas no ambiente, além de seus soldados e pequenos grupos. Se senta em um local com um banco de madeira com espaço para quatro pessoas e uma mesa de madeira quadricular, com um prato farto e dois soldados o protegendo enquanto os outros comiam e revezavam com os dois soldados de guarda.
Enquanto comia e observava a taberna Garfo Enfeitiçado, era um local simples, mas aconchegante, mesmo não sendo feito para nobres, podia ter uma boa noite de sono, e descansar bem, e por ter sido uma escolha de Berne, não recusou a oferta dele. Todo o local parece ter sido feito de uma madeira da região, conseguia observar que ela tinha partes entalhadas onde alguns desses entalhos mostravam rostos.
Um certo jovem que trabalhava no local, ficava o observando de longe, enquanto levava a comida a outros, uma leve troca de olhares entre os dois, foi mais que o suficiente para Luk perceber o que ele queria.
O chama levantando o braço, aproveitando a troca de soldados naquele momento. Assim que ele chega, faz um sinal com o braço para ele se aproximar.
---Perdão senhor, mas não posso, me aproximar mais do que isso. São regras daqui. Uma voz meiga e suave passava por seus ouvidos, parecia uma benção enviada para tirar sua mágoa e sua dor. Um jovem com cabelos cacheados de cor castanho-claro, olhos azuis, um rosto maravilhoso, tendo total certeza que ele era a pessoa mais bonita que já viu em toda sua vida. Não era muito alto, nem muito baixo, tinha um corpo magro, mas perfeito a sua altura.
---Qual o seu nome? Luk pergunta enquanto observa seu corpo
---Meu nome é Altrym.
---Certo, Altrym, me diga como alguém que trabalha aqui, qual a melhor refeição.
---Bom, das pessoas que geralmente veem aqui elas pedem o bolo de maçã. O jovem Altrym o responde
---Obrigado irei pedir, depois leva em meu quarto a torta. Luk fala olhando diretamente em seus olhos.
---Certo, obrigado por seguir a dica. O jovem dá um belo sorriso e se retira.
Ao voltar para seus aposentos, após a refeição, pede para dois soldados ficarem na porta, e entra em seu quarto. Ao entrar se depara com um pequeno tabuleiro de xadrez feito de madeira colocado em sua cama.
Se questiona como isso foi parar aqui, sendo que ninguém pode entrar por ele ter a chave. Começa a olhar por todo o quarto, procurando alguma forma da pessoa ter entrado, mas só possui uma janela, mas mesmo que tenha, qualquer pessoa da rua poderia ter visto e teria uma certa comoção onde acabaria sabendo.
Vai em direção ao pequeno tabuleiro, e começa observar se possui algo nele, ou só um simples tabuleiro deixado ali pela taberna. Após alguns minutos olhando, não nota nada de diferente e apenas o deixa no canto do quarto, onde não iria atrapalhar.
Começa a retirar suas roupas, e deita em sua cama para descansar, onde amanhã pretende fazer a viagem de volta para sua casa. Quando começa a pegar no sono, seus olhos se fechando lentamente.
---"LUUUUUK, NÃO DURMA, PORQUE ME DEIXOU, PORQUE ME ABANDONOU"
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A Estrada do Luar
FantasyA história se passa no ano de 159 da quarta era pagã no continente de Azurmane. Onde pessoas são vistas como nada na mão de nobres, onde tramas e guerras são feitas apenas pro bem feitor de um Deus. Um mundo onde pessoas fracas são usadas e sofrem...