quartoze

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Depois de muito tempo, Shivani conseguiu dormir

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Depois de muito tempo, Shivani conseguiu dormir. Pude perceber que enquanto estavámos conversando, ela estava um pouco nervosa. Ela havia me explicado o que ocorreu antes de eu chegar, ou pelo menos uma parte do que aconteceu.

Me levanto da cama quando alguns desenhos da sua parede me chamam a atenção. Lembro que ela havia comentado sobre desenhar em seu tempo livre. Mas eu não imaginava que ela desenhava tão bem.

Seus desenhos eram muito detalhados, parecia que ela colocava seus sentimentos no papel e depois via no que dava, mas cara... aquilo era surreal. Ela era muito boa nisso.

Me viro de lado quando vejo Shivani acordar devagar. Ela olha para mim e depois para seus desenhos na parede. Acho que pela sua expressão, ela não queria que eu visse.

—— É.. hm, desculpa. Você desenha bem.

—— Por que estava vendo isso?

—— Me interessei.

—— Não gosto que as pessoas vejam meus desenhos.

—— Deveria esconder então, eu adorei muito.

Ela sorriu envergonhada.

—— Quando começou a desenhar?

—— Desde pequena, mas comecei a focar nisso depois que meu pai morreu.

Não sabia o que dizer quando ela falou sobre seu pai.

—— Deveria focar mais nisso, você é boa.

Shivani foi até uma de suas gavetas e pegou um papel. Logo me alcançou.

—— Fiz para você. Acho que uns quatro dias depois que se conhecemos. Tive uma grande inspiração e deu nisso.

—— Eu sou uma inspiração? —— ri.

—— Talvez você seja.

Se viramos quando ouvimos a porta ser aberta. Provavelmente era a mãe de Shivani. Eu me assustei com o jeito que ela me encarou.

—— Quem é esse, Shivani?

—— Eu.. hm, eu sou o Bailey. Prazer em te conhecer.

Sorriu. Ironicamente. Mas sorriu.

—— E o que faz aqui?

—— Eu sou vizinho de vocês. Faz uma semana e alguns dias.

Eu nem sabia quantos dias fazia.

—— E o que faz com minha filha?

—— Mãe, pelo amor de Deus.

—— Hm, eu e sua filha somos amigos. Faz uma semana e poucos dias.

Isso eu tinha certeza.

—— Eu não quero ver você perto da Shivani.

—— Mãe, pelo amor de Deus, não precisa chegar nesse ponto.

—— Cala a boca, Shivani. —— olhou para mim novamente —— Eu quero você fora da minha casa.

—— Mãe!

—— Não, Shivani. —— segurei sua mão —— Não precisa discutir com sua mãe, eu vou para casa e te vejo amanhã, pode ser?

Ela assentiu.

—— Acho que você não entendeu o que eu quis dizer, garoto. Eu não quero você aqui dentro nunca mais! Fique longe da minha filha.

Eu não poderia discutir com uma mulher adulta. Mas acho que ela não poderia falar comigo desse jeito.

—— Tudo bem. —— falei —— Obrigada pela sua recepção.

Saio pela porta e desço as escadas. Me virei novamente quando eu ouvi alguns passos se aproximarem. Eu sabia que era Shivani.

—— Não vai embora, por favor.

—— Eu não vou discutir com sua mãe.

—— Eu não pedi isso. Pedi para você não ir embora. —— vi seus olhos encherem de lágrimas.

—— Ei, não chora. Eu vou vir amanhã de novo.

—— Você disse que não ia me deixar sozinha de novo.

—— Eu sei o que eu disse. Só que foi antes da sua mãe mandar eu ir embora da sua casa.

—— Ignora o que ela disse, fica comigo.

—— Eu não posso. Eu realmente não posso.

—— Por que é tão difícil?

—— Caramba, você não entende? Eu não vou passar por cima das ordens da sua mãe. Eu sei muito bem o que eu disse para você. Eu falei que eu não ia te deixar sozinha mas tem coisas que eu não posso prever! Sua mãe foi uma delas.

—— Tudo bem. Vá em frente.

Depositei um beijo na sua testa.

—— Eu te vejo amanhã.

—— Amanhã.

𝗮𝘁𝗲́ 𝘀𝘂𝗮 𝘃𝗼𝘇 𝘃𝗼𝗹𝘁𝗮𝗿 Onde histórias criam vida. Descubra agora