—— Por que fez isso? Não tem esse direito!
—— Esse menino está fazendo sua cabeça, filha.
—— Ele está me ajudando, diferente de você.
—— Shivani, já está na hora de dormir. Vem. —— foi até mim e fez carinho no meu cabelo.
Ela me tratava como se eu tivesse algum problema.
Talvez eu tivesse.
—— Para, por favor. Eu não quero dormir. Eu estou bem.
—— Viu? Estou te dizendo... é tudo culpa desse garoto.
—— Para de falar dele assim! —— me estresso —— Ele é a pessoa que mais está me ajudando nesse momento, ele não fica vendo meus defeitos por não poder falar. Diferente de você, que sempre quer me tratar mal quando pode, eu não te entendo. Eu estou fazendo amigos, algo que o papai... o seu marido, sempre quis! Não era você e meu pai que queriam que eu fizesse amigos! Eu estou fazendo a porra de um amigo!
—— Shiv...
—— Não me chame assim. Não quero que você me chame. Você nem sabe o que eu estou sentindo porque não faz questão de perguntar.
A porta foi aberta. Vi Nour. Ela me encarou e depois encarou a minha mãe.
—— Eu acabei de chegar da faculdade e bom, eu queria ver a minha irmã. Mas não parece um bom momento.
—— Não, fica aqui, Nour.. por favor.
As lágrimas rolavam pelo o rosto cada vez mais. Minha irmã me abraçou o mais forte que podia até me sufocar. Ela se importava comigo.
—— Mãe, vai embora, por favor.
—— Mas, Nour...
—— Eu falei para você ir embora e ainda pedi "por favor", consegue entender uma vez ou é difícil?
A mulher assentiu e saiu do quarto.
—— Ei, ei... olha para mim, o que aconteceu?
Eu não conseguia. Minhas mãos estavam tremendo.
—— Tudo bem, sem problemas. Não precisa falar.
Ela me levou até minha cama e fazia carinho na minha cabeça, tentando me acalmar.
—— Você quer que eu ligue para ele?
Eu não sabia o que fazer. Eu estava tão nervosa e eu não conseguia entender o motivo.
—— Shiv, se você não me contar o que está acontecendo, eu não vou conseguir te ajudar.
Eu precisava dos remédios. Só tinha esse jeito de eu conseguir me controlar. Somente desse jeito, eu iria conseguir dormir tranquila.
—— Eu vou te dar o remédio e vou ligar para ele. Os dois vão me contar o que aconteceu, se não eu pergunto para a mamãe. E acho que a versão dela é a pior, certo?
Confirmei com a cabeça. Nour se levantou da cama e foi até minhas gavetas da escrivaninha. Quando voltou, me deu o remédio e deitou minha cabeça no travesseiro.
—— Eu já volto. —— diz saindo do quarto.
O remédio me ajudava a dormir, ele praticamente controlava o meu sono, mesmo que eu não quisesse. Meus olhos se fechavam lentamente até que não abrissem mais.
Eu tinha dormido.
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𝗮𝘁𝗲́ 𝘀𝘂𝗮 𝘃𝗼𝘇 𝘃𝗼𝗹𝘁𝗮𝗿
Fanfiction༆ 𝗦𝗛𝗜𝗩𝗟𝗘𝗬 ᯾ Onde Bailey se muda para uma nova cidade e conheçe sua nova vizinha, Shivani. Mas o que ele menos esperava era descobrir que a garota não falava por não ter voz.