11- Medo ✿

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                                             🌸

Foram dois longos dias sem seu beijo, sem seu toque que quando o fez me lembrei rapidamente do quanto precisava disso.

— Não gosto quando chora. - ele falou colando nossa testa.

— Eu também não gosto de chorar, mais desde quando o conheci eu vim chorando menos. - ele me olhou como se não acreditasse no que estava ouvindo.

No Brasil eu chorava tanto por uma única pessoa, por pensar que era sempre eu que estava fazendo algo errado. Minha mãe me mandou pra cá com o único intuito, me lembro de suas palavras " Será apenas as férias minha linda, estou com saudades do seu sorriso, esse sorriso que contagia."

— Muzan? - o chamei já que estava perdido em pensamentos.

— Descansa Max. - ele falou e me puxou para dar um beijo em minha testa.

O abracei deitando a cabeça em seu peito, sentindo seu cheiro adormeci.

Acordei já olhando o relógio eram quase onze da manhã percebendo que já estava sozinha, fui até o banheiro fazer minhas higienes matinais e desci as escadas devagar, parei quando ouvi meus pais sussurrando.

— Ela tem o direito de saber. - minha mãe falava.

— Eu não sei como falar pra ela Narcisa. - meu pai falou baixo.

— Eu pedi pra ela vim pra cá, queria minha filha alegre novamente... mais isso vai acabar com ela Hayato. - minha mãe falou e ouvi seu soluço.

— Deixa que converso com ela... primeiro tenho que explicar isso daquele Oni ter me levado. - ele falou e fiquei me perguntando, oque é um Oni?.

— Isso não dá pra ser adiado, nossa filha tem o direito de saber que seu pai está morrendo. - ela falou e me sentei nos degraus da escada chorando.

Ouvi passos e quando olhei pra cima minha mãe estava me olhando paralisada com os olhos arregalados.

— Oque você escutou? - perguntou depois de um tempo, nisso ouvi passos rápidos e meu pai parou atrás da mesma.

— Pai você está m... - não consegui terminar a frase.

— Calma minha gatinha. - ele veio se sentando ao meu lado.

Me puxou para um abraço que não recusei vi que em seu braço tinha marcas de garras mais não tão profundas.

— Não vou esconder nada de você. A um ano atrás fui diagnosticado com câncer no pulmão, meu estágio é avançado e a última coisa que eu queria era passar os últimos meses com você. - ele falou e tossiu, logo percebi que tentou esconder o espirros de sangue em sua mão.

Como não percebi nada disso antes, óbvio que nunca iria perceber já que o mesmo se mostrava tão bem com a vida, é tão difícil conseguir identificar uma pessoa mal hoje em dia, já que conseguem disfarçar tão bem.

— Porque não me contou? - consegui finalmente perguntar.

— Não queria que você ficasse pegando no meu pé.- ele falou

— Tem cura né... você está tomando os remédios certinho? - perguntei na esperança de ouvir um sim.

— Não gatinha, estou só esperando meu tempo aqui acabar. - falou e percebia o quanto estava segurando o choro.

Eu não poderia ficar mal, não em sua frente, ele poderia ficar pior com minha reação, ele sussurrou em meu ouvido que precisava descansar, assenti e o soltei mesmo não querendo.

Minha Cura | Muzan +18 Onde histórias criam vida. Descubra agora