- Leylla? - pergunto quando paro em um sinal vermelho.
- Oi? - me olha.
- Eu queria te levar em um lugar, mas...
- Tudo bem. Devido as circunstâncias de hoje, eu entendo.
Ela tentou não demonstrar, mas notei um pouco de decepção em sua voz.
- Inauguraram um parque de diversões novo ontem, - dou partida no carro novamente - pensei em ir pra lá.
- Tá bom. - sorri.
Eu só estou notando agora, ou ela sempre teve esse sorriso lindo?
Seguimos para o parque e nos divertimos bastante, voltamos cerca de 22:30.- Não achou? - pergunto.
- Não.
Estamos parados em frente a porta da casa de Leylla enquanto ela procura a chave dentro de sua bolsa. Leylla se abaixa e vira a bolsa, jogando tudo no chão. Não tinha muita coisa, mas nem sinal da chave.
A mãe de Leylla ligou quando estávamos voltando e disse que precisava sair pra resolver algumas coisas, o que me fez pensar: "O que ela foi resolver quase 11 horas da noite?"- Ai, não tá aqui! - Leylla resmunga colocando as coisas de volta na bolsa - Fiquei tão distraída com a Jéssica que devo ter esquecido de pegar. - se levanta.
- Olha, no meu quarto só tem uma cama, mas ela é grande. Pode dormir lá se quiser.
- Ah, não. Eu posso ir pra casa do meu pai ou da Jéssica, tenho que conversar com ela, aliás.
É nítido que ela quer aceitar minha proposta, mas parece que a vergonha é maior.
"Ah, mas você vai dormir lá, sim!"- Eu dormi aqui naquele dia, hoje é sua vez. - a puxo em direção ao elevador - Tô te devendo uma, lembra?
- Mas não precisa...
- Você vai, mesmo que eu tenha que te levar carregada. - a abraço por trás e ela ri.
- Tá bom. Mas só porque a sua casa é mais perto e já é tarde. - sorri vitorioso a soltando.
(...)
- Cheguei! - grito entrando em casa, e Leylla logo atrás.
- Demorou ein. - Wendy vem andando com uma cara de tédio, carregando uma bolsa grande no ombro direito - Ah, oi Leylla! - acena pra Leylla, que logo faz o mesmo.
- Pra onde vai?
- Acampar, esqueceu? - faz a cara de tédio novamente.
E agora me lembrei disso. Eles iriam semana passada, mas meus pais tiveram alguns imprevistos no trabalho e adiaram pra essa semana.
Eu optei por ficar em casa, e Wendy também não queria ir, mas meus pais não confiam em deixar ela sozinha em casa e eu não vou pagar uma de babá.- Cadê a mamãe? - pergunto e volta a andar em direção a porta.
- Desceu pra arrumar algumas coisas na mala do carro e eu também tô indo agora. O papai tá na cozinha, se quiser falar com ele.
Vou até a cozinha e Leylla me segue. Encontro meu pai colocando suco dentro de algumas garrafas, pra levar pro acampamento.
- Pai? - o chamo e ele me olha, assim que vê Leylla, um sorriso simpático se abre no seu rosto.
- Boa noite. - fala, mais pra Leylla do que pra mim.
- Boa noite, senhor Willows. - Leylla se pronuncia ainda envergonhada.
- Pai, tudo bem se a Leylla dormir aqui hoje? Houve um probleminha, e como já está tarde... - balancei a cabeça e assentiu entendendo.
- Sem problemas. - coloca as garrafas de suco dentro da bolsa térmica e vem até mim - Só tente não colocar um filho dentro dela tão cedo, ok? - sussurra pra mim, e sai.
O olho de relance e ele sorri, nós deixando sozinhos em casa. Nathaniel Willows é uma comédia!
Guio Leylla até meu quarto e dou algumas roupas pra ela vestir, e uma toalha pro banho. Logo ela entra no banheiro e eu fico olhando a rua pela janela.Daqui dá pra ver o quarto de Leylla todinho, mas nunca fui de prestar muita atenção. Certo dia, quando eu estava no tédio, eu fiquei na janela olhando os carros passarem pra lá e pra cá; e de repente eu ví ela, totalmente estressada e triste, chorando enrolada nas cortinas. Não sei o que tinha acontecido, mas ela sem dúvidas não estava bem.
Depois daquele dia, eu passei a olhar pro quarto dela de vez em quando. Mas em um trágico dia, a vi entrando no quarto, ainda molhada e enrolada na toalha de banho. Ela se trocou um pouco distante da janela, mas deu pra ver bastante coisa.
Eu sei que é errado, mas devo admitir que já cheguei a ficar sentado perto da janela, torcendo para que aquela cena acontecesse de novo. Mas aquilo nunca se repetiu.- Jacob? - Leylla me chama, me tirando dos meus devaneios.
- Hum? - me viro a olhando.
A olhei de cima a baixo e ri, vendo que a camisa que a dei ficou grande como um vestido nela.
- Onde estendendo a toalha? - pergunta, me mostrando a toalha.
- Deixa que eu levo.
Pego a toalha de suas mãos e vou até a área de serviço, estendendo a mesma lá. Volto para o quarto e encontro Leylla na encostada na janela olhando o céu, e do nada, uma ideia idiota surge na minha mente.
"Já fiz tantas besteiras, que essa não vai fazer diferença", penso.Estava distraída olhando pro céu quando sinto um beijo quente no meu pescoço e me assusto.
- Jacob? - pergunto.
- Oi? - sinto seu hálito quente em meu pescoço e me arrepio.
- O que está fazendo?
- Nada, só dando um beijo na minha amiga.
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O Badboy da Janela
RomancePara muitos, Leylla é a típica garota quieta, ingênua, com poucos amigos e que raramente sai de casa. Para os que pensam assim, realmente não estão errados, mas também não estão completamente certos. Se apaixonar nunca esteve nos planos de Leylla...