4. Yonderly

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Olá queridos leitores, trouxe a primeira parte de um capítulo mega importante para fic, minhas mãos estão doendo de ter escrito pelo celular, mas espero que gostem. Deixem seu voto e comentário e deixe essa autora exausta feliz.

Boa leitura!!!

Boa leitura!!!

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Os meio-lobos, em geral, costumam desprezar qualquer um que esteja atrás evolutivamente deles, considerando-os fracos, desrespeitosos e estúpidos. Abominam sua insubordinação à natureza, sua tendência a dar maior valor à tecnologia do que a um momento com quem se ama e ao seu egocentrismo.

Na escola, quando estudei sobre a fisiologia humana antecessora a inserção do genes lupinos no genoma humano, o que mais me deixou abismado não foi sua vulnerabilidade diante a morte, mas sim o fato deles terem mascarado tanto seus feromônios ao decorrer dos anos ao ponto de passarem a serem imperceptíveis, ao ponto de eles sequer saberem como é se comunicar a partir de seus cheiros.

Harry cheira a violetas e jasmins, com leves tons cítricos de flores de pitanga. Quando está feliz, rindo de suas piadas bobas, seu aroma se torna ainda mais frutado, com um sútil cheiro de maçã surgindo entre as flores.

Porém, agora, todas flores parecem ter se fechado, restando apenas o aroma extremamente doce de caramelo, não do tipo agradável, mas um queimado e repleto de amargor, que faz minhas narinas dilatarem procurando imediatamente pelo ômega.

Eu o encontro na baia de Girl Almighty, tão encolhido e de cabeça baixa que qualquer um que passasse distraído não notaria a pessoa sentada no canto do cômodo.

- O que nós conversamos sobre sequestrar ômegas bonitos e mantê-los em cativeiro em sua baia, hum, garota? - brinco com a égua, tentando animar ao ômega, esperando que erga sua cabeça e me direcione os olhos repletos de brilho que me dá sempre que deixo escapar até o mais sútil dos elogios.

Porém isso não ocorre, sequer um soluço escapa, ele se mantém imóvel encolhido, com vários grãos de serragem grudados na calça verde-clara do seu terno.

- Ei, ômega, o que aconteceu? - pergunto, me abaixando ao seu lado, apoiando meu joelho no chão, sentindo a serragem grudar na minha calça preta também.

- Nada - ele murmura baixo.

- Você cheira a tristeza, não minta dizendo que não há nada quando claramente você está chorando.

- Eu não estou cho... - Ele ergue seu rosto, porém no primeiro piscar que dá duas lágrimas grossas escorrem de seus olhos, contornando seu nariz e resvalando em seus lábios antes de pingarem sobre suas pernas encolhidas. - Que droga... eu odeio, odeio isso, eu não sou emotivo assim... já passei por tantas coisas piores na vida, não acredito que estou chorando por essa besteira. - Ele sequer soluça, seu rosto não se retrai, mas mesmo assim as lágrimas continuam a escorrer uma atrás da outra pelas suas bochechas vermelhas.

Enchanté I l.s. I ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora