5. Sillage

7.3K 1K 667
                                    

A casa de Louis cheira a aconchego e à geleia de morango, não possui qualquer elemento hostil ou cômodo frio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A casa de Louis cheira a aconchego e à geleia de morango, não possui qualquer elemento hostil ou cômodo frio.

A sala é pequena, talvez quatro metros quadrados, com todos seus cantos preenchidos por algum objeto. Um dos poucos móveis tradicionais é uma comprida estante baixa, composta por duas prateleiras, a de baixo abarrotada de livros que estão colocados ali sem qualquer ordem definida, alguns deitados e outros em pé, de uma forma a aproveitar o máximo possível do espaço. Já a de cima está completamente preenchida por discos, já esses cuidadosamente enfileirados ali, alguns nomes conhecidos brilhando entre tantos desconhecidos. Na parte de cima, onde tradicionalmente uma TV ficaria, há uma vitrola marrom ao centro, emoldurada nas laterais por mais pilhas de livros. A parede de trás é em um tom de branco, que só consigo identificar graças aos poucos espaços não ocupados por quadros emoldurados, pinturas avulsas em papéis coladas, além de alguns pequenos ramos de flores secas.

Na outra parede, ao lado da porta que liga a sala e a cozinha, há um aparador meia-lua com um globo terrestre antigo em um suporte de madeira, papéis de carta, canetas e, claro, mais algumas pilhas de livros, ao topo de uma delas um relógio de ponteiros dourados apoiado.

Em frente a estante há um sofá marrom espaçoso confortável, com tantas almofadas com capas de estampas variadas que afundo contra elas quando me sento, meu pé esbarrando na mesa de centro de madeira, onde um vaso de flores descansa ao lado de um livro aberto, um cinzeiro e um par de óculos, além de uma vela apagada.

As plantas espalhadas por todo ambiente, desde aquelas penduradas no teto com seus galhos se esgueirando pelas paredes até os vasos descansando em qualquer superfície livre, sequer me surpreendem. O que chama minha atenção são os fios de luzes piscantes e amarelas contornando as arestas do topo de todas paredes, piscando como vagalumes, tornando aquele ambiente acolhedor uma extensão coberta e protegida da natureza do lado de fora.

- Acho que essas devem servir em você - Louis diz, surgindo com uma pilha de roupas em suas mãos. - Você pode tomar banho, se quiser.

Ele coloca a roupa mais uma toalha em cima da mesa de centro, ficando em pé no meio da sala, parecendo meio deslocado.

- Ficarei lá fora enquanto você toma banho.

- Está frio Louis, você não precisa ficar lá fora. A porta do banheiro estará fechada, não me sentirei desconfortável. Não deixe de seguir sua rotina só porque estou aqui, não quero incomodar.

- Certo, enquanto isso preparei um pouco de chá para que possamos conversar bebendo - ele determina, passando por mim e indo até sua cozinha.

O banheiro da casa, contrariando ao gosto de Louis pelo visto, é o cômodo mais claro da casa, com apenas um vaso de planta trepadeira presa ao teto, do lado oposto de onde a ducha está instalada. Os produtos de higiene se equilibram nos cantos e beiradas de uma pequena banheira, onde provavelmente sequer cabe alguém com as pernas esticadas, uma pia e do lado um vaso sanitário - todos brancos assim como os azulejos do lugar - completam o conjunto.

Enchanté I l.s. I ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora