Harry era desastrado, isso não era algo que passava despercebido. O maior dos estragos que ele poderia conquistar com suas quedas na calçada era apenas um braço quebrado, ou ao menos era isso que ele acreditava até despencar de um enorme barranco co...
Louis chegou no Brasil, então a depressão terminou em todas vertentes, inclusive na fic.
Espero que gostem!!
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Todas as extremidades do meu corpo formigam, desde as pontinhas dos meus dedos até as das minhas orelhas. Minha consciência me condena pelas coisas que disse, fazendo eu me sentir um bêbado no auge de sua ressaca recordando-se de todas besteiras que fez, a única diferença é que tudo que fiz foi completamente sóbrio.
Eu prometi a Louis que me abriria mais, que seria honesto em relação aos meus sentimentos e passado, porém eu não pretendia soltar a bomba em seu colo de uma forma tão dura, em meus planos iniciais contaria pequenos pedaços acompanhados por tempo suficiente para digerir cada um. Mas naquela noite, toda frustração gerada pelos testes negativos e meus sentimentos instáveis, me tornou tão apático que simplesmente despejei todas coisas ruins que passei de uma vez só no colo de Louis, parecendo um lunático em um monólogo.
Meus instintos iniciais foram cogitar me afastar após a manhã silenciosa que compartilhamos depois da fatídica noite, mas eu me recuso a cometer os mesmos erros, deixando totalmente a decisão de se manter próximo ou não após tudo que contei nas mãos de Louis.
No final de semana haverá um baile, o casarão está tão agitado com os preparativos que é dez vezes mais difícil sair sem ser notado. Jhuger, o responsável pelos cavalos nas tardes que Louis está treinando, insiste em selar Júpiter para mim, demorando mais que eu demoraria graças ao seu corpo mais frágil e cansado no auge de sua meia idade.
Eu aprendi a me guiar melhor pelos campos extensos, que à primeira vista parecem completamente iguais, mas com o tempo você se acostuma a se guiar por eles. Louis treina ao norte, próximo a sua casa, um pouco antes da floresta, não é difícil chegar lá, sequer preciso me concentrar para guiar Júpiter, que aparentemente tem o caminho decorado.
Primeiro avisto Girl Almighty, ela é apenas um borrão preto em meio ao verde, Louis montado em sua sela parece uma extensão dela, tão firme e focado que só nota minha presença graças ao meu cheiro, parando o trote da égua e olhando ao redor em minha caça.
- Oi - ele cumprimenta, sentando-se ao meu lado ofegante. Eu estico meu braço para o lado, lhe oferecendo uma garrafa de água gelada. - Um ômega tão prendado, é bom terminar o treino e ter alguém para me oferecer algo gelado - ele zomba, devolvendo a vez que fiz um comentário parecido sobre ele.
- Você está agindo normal, seguindo o roteiro esse seria o momento que me ofereceria o cartão de um psicólogo e diria que não pode lidar com isso - aviso, observando seu rosto corado pelo sol, a raiz de seu cabelo brilhando pelo suor, seus olhos ainda mais claros e bonitos sob a luz.
- Está falando sobre seus problemas com o papai? Ah, fala sério, eu sempre desconfiei.
- Louis, pela Lua! Estamos em uma conversa séria aqui, e eu não tenho problemas com o papai - acuso, mordendo meu lábio inferior, tentando segurar a risada diante de sua expressão arteira.
