15. Eccedentesiast

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Olá queridos leitores, segunda é dia do quê? Depressão, isso mesmo.

Ajustem a posição fetal pq a única coisa que esse capítulo tem a oferecer é tristeza.

● Não sei se isso pode ser considerado um gatilho, mas por desencargo de consciência prefiro avisar que tratará sobre abandono parental e afetivo, se cogitar que tais tópicos podem mexer demais com vocês por favor pulem esse capítulo! ●

Boa leitura!!

Boa leitura!!

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As pessoas no mercado me direcionam olhares estranhos, todos se voltando as três caixinhas de testes de gravidez que coloquei em minha cesta.

Eu mantenho minhas expressões fechadas, lendo ao rótulo da embalagem caçando se há nozes em meio aos grãos do pão de forma que escolhi, já que desde que descobri que Harry é alérgico as bani da minha cozinha. O ômega não se dá ao trabalho de garantir que não tem nozes nas coisas que come, alegando que provavelmente sua alergia deve ter sumido agora que ele é um meio-lobo, não serei eu que contribuirei para que ele cheque se sua tese está certa.

- Por que você não senta direito? - pergunto, entrando em casa e vendo Harry deitado no sofá com sua cabeça pendurada para fora do estofado.

- Assim é mais confortável - ele conta, se sentando direito, bebendo um longo gole de sua garrafa de água. - Trouxe? Acho que estou pronto para fazer uns dois litros de xixi.

- Você não vai precisar de tanto. - Eu deixo a sacolinha com os testes em seu colo, caminhando para a cozinha, tentando camuflar meu nervosismo com o silêncio.

Eu sei que é impossível um ômega engravidar fora do cio, mas tudo em Harry é peculiar. Para começar ele veio de outra dimensão, uma em que seu corpo era diferente do que é agora, além disso, há sua obsessão por filhotinhos, a Lua pode muito bem ter ouvido suas lamúrias e resolvido lhe dar bebês na primeira chance possível.

O que me deixa mais preocupado nem é a retaliação social que ele sofreria, perdendo seu título e herança, sendo jogado às margens da sociedade. Não me entenda mal, eu realmente, realmente mesmo me preocupo com o bem-estar dele, mais do que posso mensurar, faria qualquer coisa para o manter a salvo na vida confortável que tem, jamais me perdoaria se tirasse isso dele.

Mas há um fator ainda mais preocupante que esse: a saúde do pequeno serzinho que está dentro dele. Eu nunca planejei ter filhos, nunca cogitei repassar meus genes, por isso nunca pensei sobre como seria caso misturasse minha genética com uma diferente da minha, qual ser sairia disso e, principalmente, se sobreviveria à gestação.

Me machucaria perder um filhote, me deixaria em pedaços, mas com certeza destruiria muito mais a Harry, ele não conseguiria lidar com um aborto espontâneo, não digeriria que a natureza lhe deu apenas o gostinho de seu maior sonho para logo depois arrancar bruscamente de seus braços.

Enchanté I l.s. I ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora