13. Absquatulate

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Meu estômago dói, todo meu café da manhã foi parar na privada. Meus músculos latejam como nunca antes, assim como minha garganta queimada pelo refluxo. Eu choro baixinho, me sentindo fraco demais para me erguer, me recusando a pedir ajuda, Zayn se retirou logo após servir meu café da manhã e eu agradeço ao universo por isso, feliz por ele não presenciar meu estado miserável.

Eu me apoio nos móveis, me erguendo devagar, ainda sentindo minha visão turva. Eu escovo meus dentes várias e várias vezes, mas nunca parece ser suficiente.

Eu sei que talvez algumas pessoas fiquem surpresas ao saberem que quero ter bebês, é um fato realmente surpreendente levando em consideração meu histórico familiar. Entretanto, em algum momento essa pequena semente germinou em mim, antes um pequeno incômodo no peito por saber que para ter filhos precisaria passar por um longo processo de adoção que só seria facilitado por um casamento - algo fora do meu alcance, levando em consideração que todos meus relacionamentos foram desastrosos -, entretanto, após vir parar em Amaranthine e descobrir que posso engravidar, gerar meu próprio bebê, essa pequena semente criou raízes em meu peito, rendendo horas idealizando como será quando eu finalmente o tiver dentro de mim.

Porém, nunca imaginei que esse desejo fosse tão intenso ao ponto de eu arranjar uma gravidez psicológica. Porque é isso que é, não é? É a única explicação para os enjôos matinais que venho tendo nos últimos dias. Passou-se duas semanas desde que Louis e eu passamos uma noite inteira transando, e um pouco mais desde a vez no bar em que acidentalmente seu semên possa ter parado dentro de mim.

Eu me dispo em frente ao espelho, analisando com cuidado cada parte do meu corpo. Minhas mãos deslizam pela minha barriga, que parece da mesma forma, depois sobem até os meus peitos, não notando qualquer sinal de sensibilidade.

Não há também qualquer sinal de Louis, não mais. As manchas causadas pela sua boca em minhas clavículas desapareceram, assim como de entre minhas coxas. As marcas de seus dedos em minhas pernas e cintura também sumiram, sequer há vestígios de seu cheiro em minha pele.

Eu suspiro alto, sentindo sua falta, o interior de meu peito pesado, sendo arranhado por um desejo insano de ir até ele e me encolher em seus braços. Eu não o vejo desde a manhã que ele se despediu de mim para ir trabalhar, deixando um beijo em minha bochecha e reforçando que estava quente o bastante jogando mais um edredom sobre mim deitado em seu sofá, que voltei a dormir após tomarmos café juntos.

Sinto falta de sua casa também, do permanente cheiro do cozimento de sua geleia caseira, dos livros em todos cantos, assim como suas plantinhas, de seu perfume adornando cada cômodo do lugar, o conjunto sendo a bagunça organizada mais aconchegante que já conheci.

Por isso afirmo com convicção que jamais terei uma marca. Se com Louis, com quem sequer tenho o vínculo ou amo, já me sinto miserável por passar alguns dias longe dele, imagina o quão horrível e fraco me tornaria se tivesse uma mordida? Por que me tornaria tão vulnerável a alguém, sendo que sei que em algum momento essa pessoa se cansaria e me deixaria lá? Fraco e doente, implorando pela mínima das atenções, apertando minha mão contra a boca para impedir que qualquer ruído escape entre meus lábios, encolhido da mesma maneira que o garotinho indefeso que um dia já fui fazia.

Enchanté I l.s. I ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora