parabéns • 01

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Dia 04 de abril de 2022.

Pov Gizelly Bicalho

Faz algum tempo que não vejo Rafa e isso me matou lentamente. Não ver ela com frequência, as vezes me entristece. É comum quando se compartilhou uma casa com ela. Rafa tem essa luz que ilumina nossa vida.
Estou feliz que ela tenha me convidado para celebrar o seu aniversário. Desmarcar meus compromissos foi algo que fiz sem pensar duas vezes. Quando Rafa Kallimann te chama, você corre.

16h10min...

- Rafaaaa! - avisto ela vindo em minha direção. Ela veste um vestido verde de seda, os cabelos ondulados caem sobre os ombros, os belos olhos brilham e contrastam com o céu azul do dia. Envolvo ela em um abraço e sou invadida pelo seu perfume. Ela é a pessoa mais cheirosa que eu já vi.
- Giiii! - fala, me soltando.
- parabéns, amiga! Que Deus te abençoe muito. - digo, pegando em sua mão e olhando em seus olhos.
- obrigada, tichela! - me abraça novamente.
- seu presente. - entrego para ela. Ela abre a sacola.
- um colar? - fala, admirando a peça.
- gostou? - pergunto, insegura.
- é lindo! - responde, sorrindo grandemente.
- achei sua cara. - confesso.
- você me conhece tão bem. - sorri.
- eu faço o possível. - brinco.
- meu maior presente é nossa amizade. Você sabe. - fala. Concordo.
- eu sei. - sorrio para ela, que faz o mesmo. Ficamos ali, por alguns, somente nos observando. É bom ter ela tão perto de mim.
- quer beber alguma coisa? - sugere.
- uma Brahma geladinha, embaixadora. - digo, brincando com ela.
- vem! - pega em minha mão e me carrega até o bar.
- Gizelly? - uma voz que conheço pela TV, me chama. Viro e quase desmaio.
- Débora Secco? - falo, chocada.
- prazer! - diz, levantando do banco que ela estava sentada e vindo com os braços abertos em minha direção. Fico sem reação.
- Gizelly! - Rafa me chama, me trazendo para a realidade. Correspondo o abraço de Débora.
- meu Deus, é a Débora Secco! - falo, sem acreditar. Ela sorri.
- vem, vamos dançar. - me convida. Rafa acena positivamente, me motivando. Vou. É uma loucura ter tantos globais em um mesmo lugar que eu.

18h05...

Aquela é a Manu? Semi-cerro meus olhos, tentando enxergar. O toco de gente se aproxima.
- Tichela! - o corpo minúsculo só falta pular em mim. Aperto ela em meus braços, matando as saudades da minha filha.
- Manu! - digo, beijando seu rosto.
- Ginu vive! - diz, animada.
- que alegria ver você aqui. - sorrio, observando ela.
- eu estava com saudades. - comenta.
- você me abandonou. Teve coragem de abandonar sua própria mãe. - me faço de vítima.
- Gizelly! - sorri e me dá um leve tapa no braço. - eu não te esqueci. Você sabe. - justifica-se.
- não sei não, ein. - brinco.
- vamo encher a cara. - me puxa, tirando do bolo de pessoas.

...

- falou com a Rafa? - pergunta.
- um pouco. Ela está ocupada com os convidados. - explico. - por que? - indago.
- nada! - diz, sorrindo e sentando-se na mesa do bar.
- duas doses, por favor. - pede.
- como assim, nada? - pergunto, estranhando sua pergunta.
- ela disse que queria falar com você quando eu cheguei. - conta.
- ué. - ela deve ter esquecido. - depois eu converso com ela. - observo a morena de longe. Ela conversa com João Vicente, aquele ator da Globo.
- se olhar mais, ela vai perceber. - Manu diz, me tirando do foco.
- quem? - me faço de desentendida.
- Gizelly. - revira os olhos.
- o que poderia acontecer, já teve seu tempo Manu. - falo, soltando a respiração funda.
- será, Gi? - pensativa, ela também olha para Rafa.
Nosso tempo já acabou? Não teria nunca um "nós"? Eu nunca beijaria a boca dela e sentiria as sensações explodirem em minha volta? Eu nunca vou chamar ela de "amor" ou acordar com ela me beijando?
- não sei, pequena. - respondo Manu, após refletir sobre tudo.
- como você e o Talles estão? - o Talles.
- bem? - falo, incerta.
- eu que te perguntei. - diz, sorrindo.
- eu gosto de estar com ele. Ele me faz bem. Mas, todo dia que eu acordo... - olho novamente para Rafa.
- você pensa nela. - completa minha frase.
- sim. - concordo com a amargura da situação.
- você sabe que poderia ser diferente.- diz. As doses chegam.
- você diz que a Rafa sente algo, mas eu preciso ouvir dela. - viro o shot.
- não acredita em mim? - pergunta, sorrindo e eu acabo sorrindo também.
- é óbvio que sim. Mas, eu preciso que isso saia da boca dela. - explico.
- as atitudes e ações não são suficientes, eu sei. - ela vira a sua dose. - eu acredito que possa sair algo entre vocês. Se depender de mim, vocês casam amanhã. - me faz rir e também sorri.
- posso saber do que as duas estão sorrindo tanto? - Rafa aparece do nado, me assustando e assustando Manu. Me engasgo.
- Gi? - Rafa me observa. Nada mais embaraçoso que isso.
- uma água, por favor. - Gavassi pede para o barman, que providência.
- toma. - me entrega o copo. O afogamento passa.
- obrigada. - digo, agora conseguindo falar.
- vamos beber, Rafaela. - Manu diz.
- eu estou. - Kalimann responde, mostrando seu copo.
- bebe mais. - diz, animada.
- Maria Manoela, você se controle. - Rafa diz, nos fazendo sorrir.
- ela vai. - olho com cara de brava para ela, que revira os olhos. - para de revirar os olhos, pequinês! - digo, brincando com ela.
- o que eu fiz para merecer? - fala para o barman, que sorri em reação. Ela retira-se.
- vamos dançar? Eu amo essa música!- Kalimann se anima quando Duda Beat começa a cantar um pagode apaixonado.
- vamos! - ela me puxa pelo braço.
Abro o story do Instagram e começo a gravar nosso dueto em frente ao "palco".

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