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Pov Rafa Kalimann

Acordei durante alguns meses tendo a chance de ver Gizelly assim que abria meus olhos, hoje voltei a ter a sorte que antes tinha. A pele morena captando os primeiros raios de sol do dia, iluminam-se diante dos meus olhos. Seus lábios, os quais tenho vontade de beijar todos os dias, estão curvados em um leve sorriso; imperceptível, se não fosse por mim analisando e admirando cada parte da mulher em minha frente. Seu perfume, o qual eu me embriaguei a noite toda, preenche o cômodo e alivia qualquer sensação ruim que há em mim. Estar perto da furacão, não é sinônimo de estar perto da agitação. Gizelly é calmaria se você olhar pelos meus olhos. Somente pelos meus.
- você me encarando assim me deixa com vergonha. - a voz rouca diz baixo, me tirando dos meus devaneios.
- bom dia. - sorrio, e naturalmente, beijo seus lábios.
- tem como acordar em lugar melhor que esse? - sussurra, perto de meus lábios.
- não. - assumo, também sorrindo.
- eu estava com saudades de acordar com você do meu lado. - confessa, acariciando meu rosto.
- eu também. Muita. - sinto o carinho que ela faz, aproveitando enquanto ela está aqui.
- não acredito que vou ter que ir embora hoje. - fala, soltando a respiração.
- nem eu. - faço biquinho. Ela me beija.
- eu prometo voltar logo... - beija minha bochecha. - e encher... - beija a bochecha esquerda. - você de beijo. - beija novamente minha boca. Sorrio entre o ato. Eu não poderia estar mais apaixonada.
- e eu posso visitar você. - digo, animada.
- mi casa, su casa. - diz, sorrindo.
- Espírito Santo que me aguarde. - sorrimos. A risada dela é melodia para meu coração bardoso, que vai sentir saudades a cada segundo que passar longe dela. - posso te prender aqui para sempre? - sussurro, observando cada centímetro de seu rosto.
- eu não reclamaria. - confessa. Nossas bocas se juntam de novo, como imãs que não se separam nunca.
- vamos tomar café? - sugere.
- vamos! - concordo.
- preciso estar no aeroporto daqui a pouco. - faz biquinho.
- não vou deixar você ir. - agarro ela.
- Rafaellaaa. - Gizelly é grudenta igual a mim.
- eu vou deixar você sair só porque não quero que perca o vôo. - justifico, soltando ela.
- não seria nada mal eu ficar mais uns dias aqui. - fala, levantando-se.
- eu concordo. - observo os movimentos dela pelo quarto. Parece que mora aqui há anos.
- sorte que olhar não tira pedaço. - diz, me trazendo para a realidade.
- não canso de olhar pro'cê. - digo, engatinhando pela cama e indo até ela.
- ah, é? - envolvo meus braços pela sua cintura e ela pelo meu pescoço.
- sou completamente apaixonada por você. - declaro-me. Ela sorri, envergonhada.
- eu também sou completamente looouca por você, Rafaella. - puxo ela ainda mais para perto de mim. Nos encaramos por alguns segundos, até juntarmos nossas almas através de nossos lábios e compartilhar ali, nossos sentimentos.

1h30min depois...

Pov Gizelly Bicalho

- tem certeza que não quer ficar? - Rafa pergunta novamente, manhosa. Eu juro que se ela perguntar mais uma vez, eu vou ceder e largar todos os compromissos que eu tenho em Vitória.
- eu quero, mas não posso. - o biquinho fofo que ela faz me derrete inteira.
- eu sei. - diz, convencida que não há maneira de eu poder ficar.
- falo com você assim que chegar em Vitória, 'tá bom? - digo.
- 'tá bom. - nos beijamos como se fosse demorar anos para nos vermos de novo.
- se cuida. - diz.
- você também. - deixo um selinho nela.
- ajudo você com a mala. - diz, abrindo a porta do carro. Faço o mesmo. Ela abre o porta-malas e tira minha bagagem.
- é impossível dar tchau pro'cê. - confessa, me fazendo sorrir.
- eu volto já já, amor. - abraço ela, captando cada partícula do seu perfume para levar na viagem.
- vai! - diz, antes que nós duas desistam que eu vá. Faço o que ela pede.

5h00min depois...

- Gi, o Talles quer falar com você e está lá embaixo. - Paulo me avisa, esperando para responder o interfone.
- diz que eu estou descendo. - peço, revirando os olhos.
- ela já está indo. - avisa.
- obrigada, amigo. - falo, colocando um chinelo para descer lá embaixo.
Alguns minutos no elevador e já estou na recepção do condomínio.
- Talles. - digo sem animação assim que o vejo.
- soube que você chegou agora. Queria perguntar se chegou bem. - fala. Tento não revirar os olhos.
- precisa vir aqui para perguntar isso?- digo, um pouco ríspida.
- sim? - fala, como se fosse óbvio.
- Talles, eu agradeço a preocupação. Mas, não somos mais nada. - parece que a gente tem que explicar o óbvio para alguns homens.
- somos amigos. - argumenta.
- não, não somos. Desculpa. - digo, sincera.
- Gizelly, como assim? - ele parece não entender.
- eu e você acabou. - explico calmamente.
- eu te trouxe almoço. - ele ignora completamente o que eu disse.
- não posso aceitar. - recuso.
- sério isso? - diz, incrédulo.
- obrigada pela preocupação, sério mesmo. - digo sinceramente para ele. - mas você pode ir embora? - Talles não pisou na bola completamente comigo. Foi um pouco de erro dos dois. Mas, não se pode dar abertura, certo?
- ok. - cabisbaixo, ele ruma para o estacionamento do condomínio.
- boa tarde. Não deixe mais o Talles subir, por favor? - peço para o porteiro.
- claro, senhorita Gizelly. - concorda. Agradeço e subo novamente para meu apartamento.

- ele me trouxe almoço. Que isso? Nós estamos namorando e eu não estou sabendo? - falo, inconformada.
- normal. Homens sempre demoram para entender as coisas. - Paulo fala, me fazendo concordar com ele.
- cadê Taís? - pergunto por Dadalto.
- disse que está chegando. - conta.
- é uma lerda. - brinco.
- trocando de assunto. Como foi o Rio?- Paulo pergunta com o duplo sentido.
- foi ótimo. - limito-me em responder.
- ótimo? - dá ênfase.
- sim, ótimo. - respondo.
- que chá a Rafa te deu, ein? - quase me engasgo com a própria saliva.
- Paulo! - adverto ele.
- ué, só estou perguntando. - se faz de desentendido.
- sei. Não foi chá, foi cerveja. - devolvo na mesma moeda.
- Brahma, né? - dá um tapa na minha bunda.
- sempre. - concordo.
- pegando a embaixadora para garantir Brahma de graça, sua safada.- olho com cara de brava para ele, que sorri da minha cara.
- você no presta! - nego com a cabeça.
Uma batida na porta chama nossa atenção. Deve ser Taís. Paulo abre.
- amiga! - Dadalto me abraça.
- trouxe a comida? - pergunto, enquanto Paulinho mexe nas sacolas.
- claro! - responde, também fuçando nas sacolas. - como foi a viagem? - pergunta.
- foi boa. - respondo, distraída com minha comida que ainda estou à procura.
- para mim ela disse que foi ótima. - Paulo conta, me fazendo revirar os olhos.
- ótima? - Taís indaga, curiosa.
- sim. Ótima. - finalmente acho minha marmita.
- essa Rafaella é boa mesmo, ein? - Taís brinca, me fazendo olhar com a cara mais brava possível enquanto Paulinho sorri.
- vocês não me respeitam mais. - balanço negativamente a cabeça.
- não. - os dois dizem em unisono.
Deus me dê forças!



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Muito obrigada pelos comentários, votos e visualizações.
Fico feliz que vcs estejam gostando da história. E desculpem-me pela demora na atualização, mas eu estou escrevendo duas fics ao mesmo tempo e tudo pela noite.

• capítulo bem boiola, igual girafa é.
• tudo muito calmo. Não sei não, ein.

Cuidem-se e beijos da autora 🧡

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