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Pov Rafa Kalimann

2h30min depois...

- Manu! - avisto a pequena e já chamo pelo seu nome.
- Rafa! - ela abre os braços e me envolve neles. - como foi a viagem? - pergunta, me ajudando com a mala.
- boa. Tranquila. - sorrio.
- e como você está? - dá ênfase no "você".
- por que a pergunta? - indago.
- você está estranha. - olho para ela e discordo.
- você está vendo coisa. - respondo.
- sei... - entramos no carro.
- agora me diz como você está. - troco de assunto.
- ótima. - ela dá partida no automóvel.
- que bom. - faço um leve carinho no braço dela.
- vou levar você para casa. Ronaldo está te esperando com uma comidinha pronta. - diz.
- vamos!

Horas depois...

- como foi lá? - Ro aproxima-se, sentando ao meu lado.
- bom. - tomo um gole do café.
- tem certeza? porque não parece. - desvio o olhar. - viu... - ele dá um gole no seu café, me olhando.
- foi tudo bem lá. - dou ênfase no "lá".
- e aqui? - indaga.
- aqui eu não sei. - respondo, perdida na escuridão da noite à fora da janela.
- tá com medo do que? - ele parece ler meus pensamentos.
- do que a distância possa fazer com a gente. - olho para ele. Seu sorriso é reconfortante.
- vocês ficaram separadas por tanto tempo. Não deixa que alguns quilômetros acabem com o que vocês têm. - respiro e volto a atenção para a noite.
- vou conseguir aguentar essa rotina?- indago. - de ir, vir. Dar tchau. Sempre isso. - desabafo. - não consigo mais deixar ela para trás. - meus olhos se enchem de lágrimas.
- vocês se amam, Rafa. - pega em minha mão.
- eu sei. Não sei se isso vai ser o suficiente. - encaro o chão. Sinto os braços dele me envolverem em um abraço.

Pov Gizelly Bicalho

- chegou bem? - pergunto.
- sim. A viagem foi tranquila. - Rafa diz do outro lado da linha.
- que bom. - olho para a rua pela janela. - você está bem? - indago.
- sim. Só cansada. - responde, desanimanda. Alguma coisa está incomodando ela.
- vou deixar você descansar. Amanhã conversamos. - digo, por fim.
- tá. - ela concorda. - boa noite, amor. - diz.
- boa noite, amor. Te amo. - me despeço.
- te amo. - finaliza a ligação. Seu "te amo" morre no meio do quarto.

1 semana depois...

- Rafa não vem, filha? - minha mãe pergunta, provavelmente percebendo a minha cara para o celular.
- não. Teve um imprevisto e vai ter que ficar. - respondo, fingindo não estar afetada por isso.
- ela vem assim que puder. - diz, acho que tentando me reconfortar.
- sim. Ela é ocupada. - ando até a mesa do café.
- o que você tem para hj? - pergunta.
- nada em específico. Pois? - me interesso.
- podemos sair. Espairecer. - sugere.
- podemos. - concordo.
- ótimo. - é bom não pensar no que eu não tenho.

Pov Rafa Kalimann

- José Loreto? - digo, vendo o homem próximo à mim.
- Rafa Kalimann! - ele me abraça.
- prazer. - digo, estendo a mão para ele.
- é todo meu! - me cumprimenta.
- não sabia que você viria. - digo.
- isso é ruim? - fala, me fazendo sorrir.
- não, de jeito nenhum. - sorrio simpática.
- que bom. - somos interrompidos.
- Podemos gravar. - alguém da produção aparece e avisa.
- ok. - respondemos juntos. Sorrimos pela sintonia.

1 hora depois...

- quer tomar alguma coisa? - José me convida. Penso. Eu deveria ir para casa, ligar para a minha namorada, ouvir a voz dela e depois adormecer.
- por que não? - digo.
- ótimo. Conheço um lugar discreto e muito bom. - diz.

1 hora e meia depois...

- namorando? - indaga.
- sim. - respondo, sem dúvidas. - na verdade, eu deveria ligar agora e dizer o quanto eu amo ela. - falo, enrolada.
- ela? - pergunta sorrindo e um pouco desorientado.
- ela. - pego meu celular da mesa e procuro o contato "amor". Ligo. Espero chamar. Ela atende.
- oi, amor. - ouço sua voz grossa, mas sauve, do outro lado da linha.
- já falei que te amo hoje? - digo com a voz embolada.
- você está bêbada? - pergunta, preocupada.
- um pouco. Nada demais. - respondo, agora mais séria.
- aonde você está? Quem está com você? É o Ronaldo? - sua voz muda, ficando o dobro mais preocupada.
- José Loreto. O que faz Pantanal. - digo.
- quem? Você tá bem? - indaga.
- que saco, Gizelly! Eu liguei para dizer que te amo e você fica perguntando se eu tô bem toda hora! - me altero.
- é, você nitidamente não tá bem. - reflete.
- claro que não tô! Eu não te vejo há uma semana, nós mal conversamos essa semana. Tô com saudades suas, caramba! - desabafo.
- eu também estou. E eu também te amo, caramba! - sua voz altera um pouco.
- era isso que eu queria ouvir... - digo, sorrindo.
- você bêbada é incrível. - diz, me fazendo sorrir novamente.
- é mesmo. - concordo.
- já vou embora. Bebi o suficiente para te ligar e dizer que te amo e não vivo sem você. - penso alto.
- me liga quando chegar em casa ou manda uma mensagem? - peço.
- queria que você estivesse em casa para me receber. - sorrio só de imaginar.
- quando você menos esperar, eu estarei lá. - diz. - se cuida. - desligo o telefone.
- isso foi... - José pensa antes de falar. - dramático. - conclui.
- minha vida é um grande drama, Loreto. - ergo o xote para cima e viro. O último da noite. - para mim já deu. - anuncio. - vou pedir um Uber. Você deveria fazer o mesmo. - sugiro.
- vou fazer. - sorrio e levanto.
- obrigada pela companhia. - agradeço, pego minha bolsa e saio.

O caminho até em casa foi tranquilo. Cheguei em segurança. Deito no sofá e mando uma mensagem para Gi. "Cheguei. Amanhã ligo para você! Te amo." Não espero ela visualizar e caio no sono.

Manhã seguinte...

- bom dia... - a voz rouca que ela tem pela manhã atravessa para o outro lado da linha.
- bom dia, amor. - digo, despertando.
- ressaca? - pergunta.
- uma dor de cabeça enorme. - conto.
- toma alguma coisa depois. - diz.
- vou tomar. - passo a mão no rosto.
- José Loreto? - pergunta.
- ele é legal. - conto.
- ele tem cara de ser chato. Entediante. - fala, me fazendo sorrir.
- tá. Ele é um pouquinho. - confesso.
- sabia. - diz, vitoriosa.
- só com bebida para aguentar. - digo.
- posso imaginar. - sorrimos. - gostei da parte em que você disse que não pode viver sem mim. - me lembra.
- é tudo verdade. Não posso viver sem você, porque eu te amo. - me declaro.
- eu também te amo. - diz.
- mas...
- mas precisamos conversar. - finaliza.
- precisamos. - concordo.
- tenho o final de semana livre. Posso ir para aí. Chego amanhã. - sugere.
- ótimo. - concordamos.
- acho melhor você tomar um banho, tomar um café e depois um remédio. - diz, me lembrando da ressaca.
- hoje tenho que concordar com você.- olho para mim, enquanto levanto.
- nos falamos mais tarde. Te amo. - diz, despedindo-se.
- tá bom. Te amo. - desligo. "Precisamos conversar"





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Voltei e mais cedo do que vcs imaginavam. Como cês tão? Espero que bem!

Sobre o cap.: Sem revisão.

• muita coisa aconteceu nele. Um pulo de uma semana. O início é continuação do anterior. Enfim.

• Rafa não sabendo lidar com a distância. E nem Gizelly.

• Novo personagens na parada.

• Gizelly vindo para o RJ;

Aguardem a continuação.
Cuidem-se e beijos da autora 🧡

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