Sogra • 10

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Pov Gizelly Bicalho

3h depois...

- Como ela está? - digo, entrando no quarto do hospital.
- bem, ainda sob efeito da anestesia. - o homem, alto e moreno, me informa.
- vai demorar para ela acordar? - pergunto, afobada.
- mais uma hora, provavelmente. - diz. Concordo com um aceno de cabeça.
- se precisarem de algo, podem pedir à enfermeira. - fala, largando seu tablet com os dados de minha mãe.
- obrigada, doutor! - Rafa agradece. - ela vai ficar bem. - diz, tentando me tranquilizar.
- se Deus quiser! - observo minha mãe, que ainda respira por um tubo.

40min depois...

Pov Rafa Kalimann

- preciso ir ao banheiro. - Gizelly diz, ecoando pelo quarto.
- eu fico aqui. - digo. Ela concorda e retira-se. Observo minha sogra, ainda desacordada. Nunca nos falamos e estamos perante à um encontro tal qual não é definitivamente a melhor situação para conhecer a mãe da sua namorada. O foco não vai ser nisso, totalmente. Porém, só de pensar já me bate a ansiedade e nervosismo. Um barulho me tira do transe: é a dona Márcia acordando. Rapidamente, clico no botão para chamar a enfermeira. Ela aparece em segundos e realiza o procedimento para retirada do tubo. Observo tudo, cada mínimo movimento que a moça faz.
- pronto, senhora. - diz, terminado seu trabalho.
- obrigada! - falo, gentilmente. Ela prontamente se retira, me deixando sozinha com Márcia.
- dona Márcia, como se sente? - pergunto, receosa.
- estranha. - fala, retomando o grave da voz.
- Gizelly foi ao banheiro. - aviso, presumindo que ela não esteja entendendo nada da situação.
- ok! - tosse um pouco, pela secura da garganta.
- quer água? - ofereço. Ela balança positivamente a cabeça. Entrego o copo para ela, enquanto me encara. Ela toma alguns goles. Me afasto um pouco, dando um bom espaço entre nós.
- mãe! - Gi entra avoada no quarto, e logo abraça a mãe. Observo a cena e fico feliz em ver que tudo deu certo.
- que bom que você veio. - Márcia fala, assim que se separam.
- viemos no jatinho do Luciano Hulk. - conta, fazendo a mais velha ficar surpresa.
- você vai ter que me contar direito isso aí depois. - diz, sorrindo.
- pode deixar. - Gizelly beija a mão da mãe em demostração de afeto. - devida às circunstâncias, não conseguí apresentar a Rafa. - Gizelly se põe perto de mim. - essa é a Rafaella Kalimann, mãe. - estendo minha mão para ela cumprimentar.
- Oi, Rafaella! - ela retribui o gesto. Sorrio gentilmente.
- vou deixar vocês a sós. - digo para elas, tocando suavemente no braço da Gi.
- ok, amor. - Gizelly retribui o toque.
- vou comprar algo para você comer e não aceito "não" como resposta. - falo.
- sim, senhora. - ela concorda e sorri.
- com licença. - digo, me retirando.

Pov Gizelly Bicalho

- como você está se sentindo? - pergunto, me aproximando novamente dela.
- bem... - me encara.
- a senhora está me assustando. - digo, sincera e brincalhona.
- ela veio com você... - fala, olhando para um ponto fixo na porta do quarto.
- veio. Ficou o tempo todo do meu lado. - conto. - e do seu. - concluo, mas sem olhar para ela.
- ela foi a primeira pessoa que eu vi quando acordei. - diz, quase sorrindo.
- não foi uma visão horrível, muito pelo contrário. - dessa vez ela sorri.
- você é muito besta. - concordo.
- ela é um anjo. A senhora vai ver! - digo, convicta.
- assim veremos. - dá de ombros. - ela me deu água. - fala, após alguns segundos de silêncio.
- que bom? - digo, incerta da afirmação.
- me diz como você veio parar aqui com o jatinho do Luciano Hulk? - diz, curiosa.
- a Rafa estava gravando para o domingão e uma coisa levou à outra, e no fim o Luciano emprestou o avião dele. - explico resumidamente.
- loucura, loucura, loucura! - imita o famoso bordão do apresentador.
- tá bem engraçadinha pra quem acabou de sair de uma cirurgia. - brinco.
- sinal que estou bem. - concordo.

20min depois...

- a senhora vai precisar ficar em observação por 48h. - o médico avisa. Minha mãe faz uma cara de insatisfação: ela odeia ficar parada por muito tempo. - depois que for para casa, evitar atividades que exerçam do seu coração. Somente atividades leve, como ir ao banheiro, tomar banho, dar uma volta no jardim. Nada demais. - explica.
- vou ficar de olho nela. - digo, semicerrando os olhos.
- muito bem! É isso. Vou passando para checar a senhora de 10h em 10h. As enfermeiras vão passar aqui de 1h ou 3h dependendo do nosso progresso. - comunica.
- ok! Muito obrigada, doutor! - aperto a mão dele. Ele sorri e retira-se.
- com licença. - Rafa entra no quarto carregando duas sacolas. - ela vai ficar bem? - diz, referindo-se à saída do médico da sala.
- observação por 48h, depois recuperação em casa. - explico rapidamente.
- que bom! - sorri. - trouxe comida. Você está sem comer há mais de 5h. - lembra-me.
- estou sem fome. - digo, me aproximando dela.
- Gizelly, você tem que comer. Come, que eu estou bem! - minha mãe entra na conversa.
- até sua mãe concorda comigo. - Rafa diz, me fazendo revirar os olhos. - trouxe o que você gosta. - tira um potinho com comida chinesa.
- você é perfeita. - digo, pegando o recipiente.
- eu sei. - sussurra.
- e convencida. - adiciono.
- isso também. - ela concorda.
- obrigada, amor. - dou um selinho nela naturalmente. Sinto ela ficar vermelha na hora. Abro a caixa da comida, tentando sair da situação embaraçosa. O celular da Rafa toca.
- preciso atender. Me desculpem. - diz, saindo do quarto.
Em alguns segundos, Rafa retorna.
- tudo bem? - pergunto, notando sua cara mais preocupada.
- sim. Só vou precisar voltar hoje ainda para o Rio. - conta. - tá bom? - pergunta, apontando para a comida. Dou um pouco em sua boca.
- nada mal para uma comida de hospital. - digo.
- verdade. - concorda, sorrindo.

1h30min depois...

- marquei o vôo para daqui uma hora.- diz, enquanto estamos deitadas no sofá do quarto do hospital. Minha mãe dorme tranquilamente.
- sei que é egoísmo, mas não quero que você vá. - digo, manhosa.
- eu queria ficar agarrada com você, assim... - diz, beijando meu pescoço. - mas eu tenho que voltar. - suspira, colocando a cabeça no vão entre meu pescoço e ombro.
- é o seu trabalho. Mas saiba que vou morrer de saudades. - digo, virando meu rosto para ela.
- eu também, amor. - beija meus lábios suavemente, aproveitando cada segundo do toque. - você vai ficar bem aqui sozinha? - pergunta.
- vou. Taís e Paulinho vão me ajudar enquanto você não volta. - digo, tranquilizando-a.
- vou fazer de tudo para estar aqui o mais rápido possível. - diz, me apertando mais em seus braços. Apenas aprecio o aconchego do seu abraço, sem me preocupar com o que vem depois.





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Volteiii!!! Como vcs estão?
Mais de 2h para escrever UM capítulo, mas tá pronto. Soltando em um dia simbólico para as girafas: 2 anos do primeiro encontro das meninas pós bbb20. Que dia inesquecível. O famoso "só quem viveu sabe" cabe muito nessa situação.
Aproveitem o cap.
Beijos da autora e se cuidem 🧡

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