lágrimas • 16

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Pov Gizelly Bicalho

Almoço: dia seguinte...

- adoro esse restaurante. - diz, observando o local.
- é lindo e aconchegante. - concordo.
- a comida é ótima também. - comenta. Apenas balanço a cabeça em concordância. Ficamos em silêncio. - fala. - ela diz, soltando os talheres delicadamente ao lado da borda do prato.
- o que? - pergunto, sem entender.
- você veio aqui para conversar. Não fala direito comigo... Tá com a cabeça em outro lugar. - fala, me encarando e gesticulando.
- realmente, nós precisamos conversar. - deixo meus talheres também ao lado do prato.
- pode falar. - ela faz um gesto para que eu continue.
- não sei como falar isso... - penso, respiro. - você sabe que a nossa relação não está uma das melhores ultimamente. A distância 'tá contribuindo para que isso aconteça. Eu te amo muito e pensei que esse obstáculo não ia ser nada no nosso relacionamento, mas eu acho que me enganei. - falo de uma vez só. Ela balança a cabeça em concordância. Fita os próprios dedos em cima da mesa, pensando no que me responder.
- eu também te amo. - diz. - e eu sei que o nosso relacionamento 'tá sofrendo com a distância. Mas eu não achei que isso fosse suficiente para você me abandonar, Gizelly. Eu achei que conseguiríamos conciliar os quilômetros que nos separam. Achei que ia nos fazer mais fortes. Mas pelo visto quem se enganou foi eu. - seus olhos marejam, fazendo meu coração apertar de dor.
- não vou te abandonar. - falo em um fio de voz.
- vai. - seca, ela sorri como se não acreditasse.
- 'tá doendo mais do que você pode imaginar. - falo, agora também fitando as minhas próprias mãos em cima da mesa.
- posso imaginar o quanto 'tá doendo.- seu tom irônico toma conta.
- Rafa, não faz ser mais difícil. Por favor. - imploro.
- pode ir embora hoje mesmo. Não quero ver sua cara mais na minha frente. Pelo meu bem e pelo o seu. Porque se realmente existe amor aqui... - ela aponta para nós duas. - é o melhor que podemos fazer. - ela sinaliza para o garçom, que logo vem e nós dá a conta.

45 minutos depois... Apartamento da Rafa.

Pov Rafa Kalimann

- desculpa. - ao passar por mim, que me encontro com a porta aberta para que ela vá embora, Gizelly me olha com os olhos cheios de lágrimas. Continuo encarando ela, mas desvio o olhar para o espelho atrás dela. Ela passa pela porta, levando com ela minha felicidade e os melhores momentos que eu já vivi com alguém.
Desabo assim que fecho a porta. As lágrimas escorrendo pelo meu rosto, minha cabeça lembrando de todos os momentos com ela e de todos os momentos que eu não vou ter. Aqueles que só com ela seriam incríveis.

00h30min

- alô? - digo, sonolenta.
- Rafaella! - ouço a voz de Manu do outro lado da linha.
- Manu, 'tá tudo bem? - pergunto, preocupada.
- como assim vocês se separaram? - suspiro fundo.
- agora não, Manu. - falo, sem paciência para esse assunto.
- agora sim! Vai me contar o que aconteceu. - ordena.
- você deveria perguntar para a Gizelly. - digo.
- eu vou. Pensei que seria mais fácil com você. - fala, raivosa.
- ela te explica certinho o motivo de me abandonar. - falo.
- pô, amiga. Eu sinto muito. - ela muda completamente o temperamento.
- 'tá tudo bem. - digo. Nem eu acredito nisso.
- não 'tá não. - seguro o choro que tende a começar.
- vai ficar. - falo mais para mim mesma do que para ela.
- amanhã eu vou te ver. Tudo bem? - pergunta.
- claro. Por favor. - tenho sorte de ter ela comigo.
- ok. Vou deixar você descansar. - fala, se despedindo.
- beijo, amiga. - me despeço e desligo.
Já foi difícil de dormir na primeira vez, na segunda vai ser ainda mais. Uma noite em claro, provavelmente.



Manhã seguinte...

- esse povo não tem nada para fazer não? - resmungo, enquanto leio as notícias no twitter

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- esse povo não tem nada para fazer não? - resmungo, enquanto leio as notícias no twitter.
- te falei para não entrar no twitter hoje. - Manu fala.
- eu sei. - bloqueio o telefone e o deixo de lado.
- eles tentam achar um motivo para todo o término. Então é melhor não arriscar e ler algo que não quer. - diz. Concordo.
- é melhor. - bebo o suco que ela preparou. - eu deveria me pronunciar.- penso alto.
- é, mas não agora. Você não 'tá bem para isso. - Manu com muita sensatez sempre.
- é. - respiro o ar e solto mais alto do que deveria.
- vai ficar tudo bem. - ela acaricia meu ombro.
- vai. - tendo me animar e acreditar nisso.

Meu celular toca.

- José? - falo, surpresa.
- quis saber se você está bem. Desculpa a hora. E, bom dia. - fala, atrapalhado.
- bom dia. Obrigada pela preocupação, Zé. Estou bem. Ainda me recuperando da ressaca daquele dia. - falo, tentando sorrir e ao mesmo tempo evitar alguma pergunta indesejada.
- eu também. - ele sorri. - fico feliz que você está bem. - sua voz grave ecoa do outro lado.
- eu também. - sorrio.
- então... - ele faz uma pausa. - é isso. Só queria saber se você está bem. - justifica-se.
- certo! Obrigada pela gentileza. - agradeço.
- até mais! - se despede.
- até mais! - faço o mesmo e desligo.
- José? - Manu logo pergunta.
- Loreto. - respondo.
- essa hora? - fala, curiosa.
- as notícias correm soltas. - explico.
- é, infelizmente. - ela concorda.
- vamos assistir algum filme. Vem! - diz, indo em direção à sala. Acompanho ela. Vai ser bom me distrair um pouco.




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Oi, oi. Olha quem voltou! Desculpa a demora, mas a vida tá corrida. Tô fazendo o máximo para entregar qualidade para vcs. Agradeço a compreensão.

Sobre o cap.:

• eu sei que vcs vão me matar, mas na vida nem tudo são flores. Então tem treta, tem contratempo, tem confusão.

• Team Gizelly ou team Rafa? Quem tá certa nessa parte da história? Me contem.

• Manu nosso anjinho.

• Loreto botando o time pra jogo.

Espero que todos estejam bem e com saúde.
Se cuidem e beijos da autora 🧡

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