Iúna • 08

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Pov Gizelly Bicalho

Iúna, 22h15min.

- mãe! - digo, assim que ela abre a porta da residência.
- Gizelly? - fala, surpresa.
- que cara é essa? 'tá triste em me ver?- brinco.
- surpresa. Pela hora, principalmente.- explica.
- preciso conversar urgente com a senhora. - digo, entrando.
- deve ser urgente mesmo. - sinto uma ironia em sua voz.
- bastante. - respondo.
- podemos falar amanhã? - diz.
- mãe, eu literalmente voei para cá para falar hoje. - falo. Tem algo de errado.
- estou cansada. Sua avó já está dormindo e não quero acordar ela. - diz.
- por que a senhora 'tá fugindo? - digo, sem entender.
- não estou fugindo, Gizelly. - fala dando de ombros.
- sou eu, de certo. - digo, ficando sem paciência.
- Gizelly! - me adverte.
- quem que contou? Foi o Talles? - vou direto ao ponto. Ela nda até a cozinha e acompanho-a.
- contou o que, Gizelly? - diz, abrindo a geladeira.
- mãe, eu sei que a senhora sabe. Vamos acabar com isso de uma vez. - me sento a mesa.
- eu não sei do que cê 'tá falando, Gizelly. - desconversa.
- sobre eu e a Rafa. - falo. Ela me fita enquanto coloca o leite na sua xícara.- eu queria que a senhora soubesse através de mim, não pela boca dos outros. - explico.
- desde quando? - pergunta sem me olhar.
- oficializamos há menos de uma semana. Mas nos beijamos no aniversário dela. - conto.
- por que não me disse nada? - pergunta, sentando-se.
- não sei... - dessa vez quem tenta não manter contato visual com ela, sou eu.- fiquei com medo da senhora não aceitar. - falo, tímida. Sim, Gizelly Bicalho tímida!
- Filha, eu nunca não te aceitaria. - fala. - mas, Talles me disse que essa moça não é tão boazinha como parece. - diz, me olhando.
- a senhora vai acreditar no Talles e não em mim? - pergunto.
- preciso ter certeza que ela não vai magoar você ou algo do tipo. - diz. Sorrio.
- ela não vai. Ela é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci. - digo, passando confiança.
- precisamos ter um encontro para eu ver a cara dela de verdade. - ordena.
- quando a senhora quiser. - falo, concordando.
- ótimo! - diz, bebendo seu café. Ficamos em silêncio. Meu celular toca. Rafaella me ligando. Minha mãe olha o visor. - atende. - fala, apontando com a cabeça para o celular.
- com licença. - digo, atendendo.

- oi, amor. - falo, assim que atendo.
- oi, mor. - fala. Sua voz é leve, mais do que a hora em que ela tinha me ligado antes.
- como cê 'tá? - pergunto. Minha mãe me observa.
- 'tô bem.  Já chegou? - pergunta.
- sim. Faz uns 10 minutos. - digo.
- já falou com a Márcia? - pergunta, curiosa.
- já. - limito-me em responder. Minha mãe está me intimidando.
- como foi? - pergunta, agora preocupada.
- até que não foi ruim. - digo, sorrindo.
- fico tão feliz. - diz, aliviada.
- eu também. - suspiro em alívio.
- vou deixar ocê conversar com ela melhor. - fala.
- ok. Antes de dormir te mando mensagem. - aviso.
- 'tá bom. Te amo. - diz, naturalmente.
- te amo. - respondo.
Desligo.

- te amo? - fala.
- sim? - digo, confusa.
- já, Gizelly? - Sorrio.
- mãe! - tento me defender.
- emocionada! - diz, levantando-se.
- apaixonada. - corrijo.
- sei. - fala, me fazendo rir novamente.- vai tomar banho e descansar. Vou aprontar sua cama. - avisa e retira-se da sala. Poderia ter sido pior.

[20 mim depois]

- me conta como foi com a sua mãe hoje. - me deito na cama.
- foi estranho, mas foi bom até. - diz, me confundindo um pouco.
- como cê 'tá com isso? - pergunto, olhando seu rosto pela câmera.
- bem. Renato nem olha na minha cara, mas tudo bem. - fala, um pouco triste.
- eu sinto muito, amor. - presto minha solidariedade.
- ele que 'tá sendo um idiota. - fala. Sorrio.
- 'tá mesmo. Imagina não me aceitar como cunhada? - digo. Ela sorri, me contagiando.
- sério, amor... - protesta.
- desculpa. - me desculpo pela brincadeira.
- queria que ocê estivesse aqui. - fala, manhosa.
- eu sei. Eu também queria estar agarradinho em você. - digo, admirando a beleza dela até mesmo por uma tela.
- quando nós vamos nos ver? - pergunta.
- amanhã eu volto para Vitória. Tenho que resolver algumas pendências no escritório. Tenho programa para gravar em São Paulo na segunda-feira que vem. - digo, pensando na minha agenda.
- eu vou para São Paulo, então. - diz, determinada.
- sério? - digo, surpresa.
- sim. Eu vou, se for para te ver. - diz. Ela é perfeita e não posso negar.
- mas, eu posso ir para o Rio no mesmo dia. - falo.
- ocê não vai voltar para Vitória? - pergunta, perdida.
- não. Posso ficar com você aí até a sexta-feira, se quiser.
- ocê ainda pergunta? - fala, animada.
- ok. Vou comprar a passagem para o Rio amanhã. - digo.
- ótimo. Vou estar te esperando... - ela morde os lábios.
- Rafaella... - digo, sorrindo.
- que foi? - fala, cínica.
- atriz. - brinco.
- vou deixar ocê descansar. - fala.
- nos falamos amanhã. Quando eu estiver saindo daqui, te aviso. - digo.
- ok. Toma cuidado, por favor. - pede, preocupada.
- pode deixar. - concordo.
- te amo, tichela. - diz.
- te amo, deusa. - mando beijo para ela, que faz o mesmo.

[Dia seguinte, 7h30min]

- eu venho sim, vó. - falo, abraçando e me despedindo da vó Mada.
- se cuida, minha filha! - diz.
- pode deixar! - beijo seu rosto novamente. - mãe. - me viro para a mais velha.
- se cuida. - pede. Concordo com a cabeça. Pego minha bolsa e me encaminho até o carro. Mando mensagem avisando a Rafa que estou saindo.

[Vitória, 12h00min]

- Talles. - digo seu nome ao vê-lo sentado a mesa, como combinamos.
- Gi. - me sento.
- me diz o porquê? - pergunto sem anestesia.
- o porquê do que? - fala cínico.
- Talles, por favor. - digo sem paciência.
- cê achou que ia me largar e ia ficar assim? - diz.
- você é psicopata? - pergunto sorrindo. - eu não quero mais você e ponto final. - subo um tom da minha voz.
- sei coisas de você. - me ameaça.
- estou morrendo de medo. - digo irônica. - sabe o que de mim? Que as vezes eu não tomo banho para dormir? - pergunto, sarcástica. Ele me encara. - não tenho medo de você e nem das suas ameaças. E se você fizer alguma coisa para atrapalhar meu relacionamento com a Rafa, eu juro que eu acabo com essa sua vida miserável. - aponto o dedo para ele.
- olha quem está ameaçando agora? - fala.
- estou te avisando. - me levanto.
- fica de olho bem aberto. - diz, quando passo por ele. Paro ao seu lado.
- digo o mesmo. - deixo ele para trás.



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Olha que voltou?! Desculpa a demora, mas tive momentos meio tensos essa semana. Mas, estou aqui! Queria agradecer pelas 1k de leituras e ainda estamos só no começooo.

Sobre o cap:

• Sem revisão;
• Tia Márcia sendo até compreensiva;
• Gi dando um fecho no desocupado do Talles;

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